Cantora gravou e produziu em estúdios caseiros as 10 faixas do primeiro trabalho
Por Kiko Ferreira
De tempos em tempos, surge na cena brasileira um artista que parece personificar o pop leve e radiofônico que a história sempre consagra. Guilherme Arantes, Ritchie, Marina Lima e Ed Motta se enquadram bem nessa categoria, fazendo música popular sofisticada e eficiente. A mais recente estrela dessa seara é a carioca (radicada em São Paulo) Mahmundi, nascida Marcela Vale e formada em duas frentes principais. Na mais visível, foi técnica de som do Circo Voador e da Fundição Progresso. Na igreja evangélica, encontrou vários instrumentos à disposição para praticar e não deixou passar a (s) oportunidade(s).
Há quatro anos, ela começou a angariar admiradores quando veio à tona a demo de Amor pra depois, parceria com o capixaba Silva, e uma versão charmosa de Balada do amor inabalável, do Skank. Depois disso, saíram dois EPs, Efeito das cores (2012) e Vem (2013), o hit Calor de amor (2013) e dois prêmios Multishow, em 2013 e 2014, nas categorias das novidades.
“Descoberta” pelo experiente Liminha, ela gravou e produziu em estúdios caseiros as 10 faixas do primeiro CD, que leva apenas seu nome no título, com direção artística de Carlos Eduardo Miranda. Metade das faixas não é inédita, mas ganhou roupa nova. O conjunto soa consistente, variado e revelador da artista que conjuga ouvido atento e habilidade para compor e interpretar canções que funcionam.
Mahmundi canta e toca guitarras, sintetizadores, baterias, percussões e teclados. Sua sonoridade synth pop ganha vitaminas sonoras de Lux Ferreira (teclados, programações, drum machines) e Felipe Vellozo (baixos, moog e efeitos), além de participações de Silva, Kassin, Lucas de Paiva, Victor Adelnur e Isabel Hammes. Com ecos de reggae, dub, blues dos anos 1990 e climas que remetem a Daúde, Sade, Marina e à faceta mais pop de Gilberto Gil, ela estreia com o pé direito, cantando sua aldeia com linguagem musical de apelo universal.
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