Além de cantora, Horacina também foi vedete
Horacina Corrêa nasceu no Rio Grande do Sul no dia 05 de outubro de 1924. Sendo mais uma das que inspiraram-se em Carmem Miranda para dar vazão ao sonho de ser cantora, começou sua carreira nos anos de 1930 imitando a pequena notável nas emissoras de rádio a qual se apresentava ainda adolescente lá pelo final dos anos de 1930. Antevendo um futuro artístico promissor para Horacina, o empresário Walter Pinto (famoso pela produção de shows de vedetes durante as boêmias décadas de 1940 e 1950 na então capital federal) resolve contratar a pretensa cantora para ser uma de suas atrações artísticas. Em um breve resumo biográfico, pode-se dizer que Walter foi o principal responsável pelo universo encantador do Teatro de Revista e seus importantes espetáculos, assim como também protagonista por polêmicas e quebras de tabus como, por exemplo, a vinda para o Teatro de Revista Brasileiro, da artista Ivaná, primeiro transexual de grande sucesso nos espetáculos franceses. Em um período em que a televisão não existia no Brasil, o grande passatempo e diversão das pessoas era ir ao teatro e Walter e suas vedetes, dentre elas a famosa Virginia Lane, dominava os teatros cariocas. Neste período como vedete foi uma das atrações do Teatro Recreio e chegou a fazer várias excursões, inclusive para a Argentina, onde era muito apreciada. Segundo o pesquisador Antônio Epaminondas no livro Brasil brasileirinho, a mulata "gostava mesmo era de viajar, principalmente para a Argentina, onde realizou temporadas consecutivas, tendo prestígio em Buenos Aires comparável ao de Carmen Miranda nos Estados Unidos". Neste período atuou em espetáculos como o "Quem inventou a mulata?" e filmes como "Cortiço" e "É com esse que eu vou"no qual cantou a canção "Salve, Ogum" (de autoria de Pernambuco e Mário Rossi).
Após obter sucesso no teatro teve a oportunidade de fazer o seu primeiro registro fonográfico no Brasil, 78 RPM este lançado em 1945 pela Gravadora Continental contendo as canções "Eu sou o samba" e "Presunção" (ambos compostos por Amado Régis e Gadé). Vale registrar que cerca de oito anos antes, na Argentina, a cantora registrou em disco ao lado da Orquestra de Paulo Coelho a música "Alto da Bronze", de autoria do próprio Paulo Coelho e de Plauto de Azambuja Soares (o Foquinha). Se levarmos em consideração a quantidade de registros fonográficos de Horacina podemos afirmar que a sua carreira fonográfica foi bastante curta, gravando apenas quatro 78 RPMs e dois LPs (Sendo o último em 1956 pela Musidisc, uma homenagem aos compositores Noel Rosa e Vadico com a orquestra de Leo Peracchi). Somando-se seus registros em disco, Horacina conta, entre 1945 e 1947, com três discos em 78 RPM (somando-se aí cinco músicas); além desses registros, participou, em 1951, do LP de 10 polegadas que o maestro Fon-Fon gravou em Londres com sua orquestra, nunca lançado no Brasil e também de mais dois LPs de 10 polegadas pela Musidisc. Nestes LP's contou com o acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional, no qual cantou o samba "Sai da roda", de Amado Régis e a marcha "Pato enjeitado", de Amado Régis e Américo Seixas. Em outubro de 1956 gravou apenas o lado B do disco 15.763 em 78 rpm que trazia no lado A a cantora Emilinha Borba cantando o samba "Madureira". Nesse disco, cantou com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara o samba "Está muito bom!", de Henrique de Almeida e J. Diniz Mabial. Depois deste registros nunca mais fez nehum registro em disco.
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