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domingo, 3 de julho de 2016

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

Além de cantora, Horacina também foi vedete  


Horacina Corrêa nasceu no Rio Grande do Sul no dia 05 de outubro de 1924. Sendo mais uma das que inspiraram-se em Carmem Miranda para dar vazão ao sonho de ser cantora, começou sua carreira nos anos de 1930 imitando a pequena notável nas emissoras de rádio a qual se apresentava ainda adolescente lá pelo final dos anos de 1930. Antevendo um futuro artístico promissor para Horacina, o empresário Walter Pinto (famoso pela produção de shows de vedetes durante as boêmias décadas de 1940 e 1950 na então capital federal) resolve contratar a pretensa cantora para ser uma de suas atrações artísticas. Em um breve resumo biográfico, pode-se dizer que Walter foi o principal responsável pelo universo encantador do Teatro de Revista e seus importantes espetáculos, assim como também protagonista por polêmicas e quebras de tabus como, por exemplo, a vinda para o Teatro de Revista Brasileiro, da artista Ivaná, primeiro transexual de grande sucesso nos espetáculos franceses. Em um período em que a televisão não existia no Brasil, o grande passatempo e diversão das pessoas era ir ao teatro e Walter e suas vedetes, dentre elas a famosa Virginia Lane, dominava os teatros cariocas. Neste período como vedete foi uma das atrações do Teatro Recreio e chegou a fazer várias excursões, inclusive para a Argentina, onde era muito apreciada. Segundo o pesquisador Antônio Epaminondas no livro Brasil brasileirinho, a mulata "gostava mesmo era de viajar, principalmente para a Argentina, onde realizou temporadas consecutivas, tendo prestígio em Buenos Aires comparável ao de Carmen Miranda nos Estados Unidos". Neste período atuou em espetáculos como o "Quem inventou a mulata?" e filmes como "Cortiço" e "É com esse que eu vou"no qual cantou a canção "Salve, Ogum" (de autoria de Pernambuco e Mário Rossi).

Após obter sucesso no teatro teve a oportunidade de fazer o seu primeiro registro fonográfico no Brasil, 78 RPM este lançado em 1945 pela Gravadora Continental contendo as canções "Eu sou o samba" e "Presunção" (ambos compostos por Amado Régis e Gadé). Vale registrar que cerca de oito anos antes, na Argentina,  a cantora registrou em disco ao lado da  Orquestra de Paulo Coelho a música "Alto da Bronze", de autoria do próprio Paulo Coelho e de Plauto de Azambuja Soares (o Foquinha). Se levarmos em consideração a quantidade de registros fonográficos de Horacina podemos afirmar que a sua carreira fonográfica foi bastante curta,  gravando apenas quatro 78 RPMs e dois LPs (Sendo o último em 1956 pela Musidisc, uma homenagem aos compositores Noel Rosa e Vadico com a orquestra de Leo Peracchi). Somando-se seus registros em disco, Horacina conta, entre 1945 e 1947, com três discos em 78 RPM (somando-se aí cinco músicas); além desses registros, participou, em 1951, do LP de 10 polegadas que o maestro Fon-Fon gravou em Londres com sua orquestra, nunca lançado no Brasil e também de mais dois LPs de 10 polegadas pela Musidisc.  Nestes LP's contou com o acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional, no qual cantou o samba "Sai da roda", de Amado Régis e a marcha "Pato enjeitado", de Amado Régis e Américo Seixas. Em outubro de 1956 gravou apenas o lado B do disco 15.763 em 78 rpm que trazia no lado A a cantora Emilinha Borba cantando o samba "Madureira". Nesse disco, cantou com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara o samba "Está muito bom!", de Henrique de Almeida e J. Diniz Mabial. Depois deste registros nunca mais fez nehum registro em disco.

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