Por Bruno Paviani e Thaisa Lopes Ferreira
Resumo
Pretende-se neste artigo apresentar os resultados do trabalho realizado pelo PIBID História da Universidade Estadual de Londrina no Colégio Estadual Tsuro Oguido. Em nossa intervenção, que aconteceu na turma do 9º ano B, trabalhamos com a música enquanto fonte histórica. As músicas escolhidas foram dos compositores Raul Seixas e Zé Ramalho e a banda Legião Urbana. A partir da temática “Ditadura Militar”, a aula-oficina (BARCA, 2004) teve como prioridade trabalhar com as idéias históricas já apresentadas pelos próprios alunos. Para tanto aplicamos um questionário de conhecimentos prévios, uma vez que entendemos que nossos alunos já possuem um determinado conhecimento sobre o tema. Com esse material em mãos, preparamos nossa intervenção em sala de aula. Ao trabalhar com música como documento histórico, levamos em consideração a idade dos alunos, os gêneros musicais ao qual estavam acostumados e o nível de complexidade de discurso a que estão habituados. Ao estudarmos a música enquanto fonte histórica percebemos que essa não serve apenas para diversão direta ou indiretamente, as músicas retratam muito sobre a sociedade em que é produzida e são também instrumentos de crítica. Após essa intervenção, consideramos fundamental o uso de documentos durante as aulas de História. O documento torna a aula mais interativa e aproxima os alunos do trabalho do historiador.
Palavras-chave: Educação Histórica. Música. Ditadura militar. fonte histórica.
Música e a ditadura
Com o golpe de Estado de 1964, instalou-se no país, um Estado
autoritário e ditatorial. A doutrina da Segurança Nacional traduzia as idéias
do regime que se iniciava. A doutrina da Segurança Nacional resume-se basicamente segundo Germano, (1993) em “um estado permanente de
guerra total, entre o mundo livre da civilização ocidental e cristã
(capitalista) e o comunismo internacional e ateu”. Para Germano (1993)
“guerra total’’ é a Guerra Fria, manter a ordem e se estabelecer de forma
definitiva no poder eram os objetivos do governo militar, a tática de
governar o país foram os atos institucionais.
Os Atos Institucionais eram decretos do poder executivo e serviam
como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas. A
medida que os Atos Institucionais avançavam também avançava a
severidade do regime, marcado por sua característica despótica, capaz de
vetar os direitos que eram garantidos pela constituição brasileira,
estabelecendo a opressão militar e policial e também o silêncio dos
opositores. Com o ato institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968,
instaurava-se no país a repressão e a censura aos meios de comunicações,
música; movimentos oposicionistas ao regime passaram a ser caçados,
inúmeros manifestantes foram perseguidos, muitos foram presos, outros
pagaram com sua própria vida por estarem fazendo oposição ao regime
A música foi um desses instrumentos de oposição, Gilberto Gil,
Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Raul Seixas, foram alguns
dos vários artistas brasileiros que compuseram suas canções fazendo crítica
ao governo e principalmente contra a censura imposta através do AI- 5.
As musicas que trabalhamos com nossos alunos foram músicas de
protesto contra o contra a sociedade em que seus autores estavam
inseridos, as musicas “Mosca na Sopa’’ (1973), “Metro linha 743’’ (1984)
ambas de Raul Seixas;” Admirável Gado Novo” (1979), Zé Ramalho; “Que
País é Esse” (1987) Legião Urbana.
Ele ia andando pela rua meio apressado
Ele sabia que tava sendo vigiado
Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um
cigarro?
Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá pro outro lado
Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!
Disse: O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente
Que pensa e os canibais de cabeça descobrem aqueles que
pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado.
Desculpe minha pressa, fingindo atrasado
Trabalho em cartório mas sou escritor,
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês
Metrô linha 743
O homem apressado me deixou e saiu voando
Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão,
Um gritou: Mão na cabeça malandro, se não quiser levar
chumbo quente nos cornos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui...
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando
Eu avalio o preço me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando
Minha cabeça caída, solta no chão
Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez
Metrô linha 743
Jogaram minha cabeça oca no lixo da cozinha
E eu era agora um cérebro, um cérebro vivo à vinagrete
Meu cérebro logo pensou: que seja, mas nunca fui tiete
Fui posto à mesa com mais dois
E eram três pratos raros, e foi o maitre que pôs
Senti horror ao ser comido com desejo por um senhor alinhado
Meu último pedaço, antes de ser engolido ainda pensou
grilado:
Quem será este desgraçado dono desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito bandeira
Dá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês
Ah! Metrô linha 743 – Raul Seixas. – 1984
Raul Seixas quis fazer um disco lamentando a Ditadura e o atraso
que ela causou no país, essa música foi lançada no final da ditadura ,toda a
letra desta música versa sobre a censura em que os artistas estavam sujeitos, no qual o pensar era visto com preocupação, os cidadãos comuns
também sofriam com o regime, grandes aglomerações logo eram dispersas,
pois representavam grande perigo aos “ideais do Estado’’.
Ele ia andando pela rua meio apressado
Ele sabia que tava sendo vigiado
Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um cigarro?
Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado
Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!
Disse: O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente que pensa
E os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado
Desculpe minha pressa, fingindo atrasado
Trabalho em cartório mas sou escritor
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês
Metrô linha 743
O homem apressado me deixou e saiu voando
Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão
Um gritou: Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos córneos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando
Eu avalio o preço me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando
Minha cabeça caída, solta no chão
Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez
Metrô linha 743
Jogaram minha cabeça oca no lixo da cozinha
E eu era agora um cérebro, um cérebro vivo à vinagrete
Meu cérebro logo pensou: que seja, mas nunca fui tiete
Fui posto à mesa com mais dois
E eram três pratos raros, e foi o maitre que pôs
Senti horror ao ser comido com desejo por um senhor alinhado
Meu último pedaço, antes de ser engolido ainda pensou grilado
Quem será este desgraçado dono desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito bandeira
Dá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês
Ah! Metrô linha 743
Mosca na sopa – Raul Seixas. - 1973
Mosca na sopa, 1973, foi uma das primeiras músicas da carreira solo
de Raul Seixas. A mosca nesta letra, embalado por sons de atabaques e
berimbaus, deixa evidente que, já que sempre “há um obstáculo no meio do
caminho’’ Seixas será aquele inseto indesejado que perturba os que estão
no poder (militares). A letra mostra o jogo dialético contra os militares que
são para ele o verdadeiro obstáculo, Raul Seixas deixa clara a sua
insatisfação contra a censura, nos trechos” E não adianta vir me dedetizar
[...] Porque você mata uma e vem outra em meu lugar’’[...] Eu to sempre
junto de você/ água mole em pedra dura tanto bate até que fura’’
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar
Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar
E não adianta
Vir me dedetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
-"Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão!"
Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
E não adianta
Vir me dedetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar
Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar
Mas eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar
Admirável Gado Novo - Zé Ramalho. - 1979
Admirável Gado Novo, música de Zé Ramalho faz uma forte crítica
social, tendo em vista que o Brasil passava por um dos períodos mais
difíceis da sua história, a ditadura militar. Ramalho faz uma metáfora entre
o gado e o povo, para ele vivemos em uma sociedade controlada,
condicionada a viver em uma ordem estabelecida através do conformismo,
fica claro na a letra da música que estamos sempre sendo guiados a
caminhos já pré estabelecidos pelos que estão no poder, a ditadura com
toda sua estrutura de poder nos faz isto muito bem seja pela força ou pelo
seu discurso.
Ôôô, boi
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ôôô, boi
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ôôô, boi
Que País é esse? – Legião Urbana – 1987
Ao compor está música Renato Russo, vocalista da banda Legião
Urbana, faz uma canção de protesto mostrando os problemas políticos e
sociais que envolvem nosso país, Russo faz um panorama geral sobre os
problemas que envolviam o Brasil naquele período, cabe pensar que em
1987 estávamos saindo de uma ditadura militar, na qual enfrentamos
perseguições políticas, as mortes de homens e mulheres que lutavam para
a redemocratização do país, isto fica claro no trecho “Sangue anda solto
Manchando os papéis e documentos fiéis’’ Outra questão que se pode trabalhar em sala de aula com esta
música é mostrar aos alunos que a canção escrita em 1987 ainda pode
retratar problemas sociais que enfrentamos como a corrupção algo que
infelizmente vemos com freqüência nos meios de comunicação.
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
No Amazonas, no Araguaia-ia-ia
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, Minas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte, eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Conhecimentos prévios e avaliação
Sobre o questionário de conhecimentos prévios e a avaliação,
aplicados em sala de aula, o que fica nítido é que muitas vezes os alunos
até entenderem o que foi proposto, o que foi visto em sala, a maior
dificuldade encontrada é escrever, colocar no papel suas ideias. Eles têm
uma enorme dificuldade de transcrever o que sabem, embora quando
questionados dentro da sala de aula, participem e demonstrem que
entenderam o conteúdo.
Como já fora mencionado, o questionário de conhecimentos prévios
fez-se necessário, uma vez que queríamos partir nossas aulas pelo que os
alunos já tinham em mente sobre o tema. Responderam o questionário 29
alunos sendo 18 do sexo feminino e 11 do sexo masculino. Em resposta a
pergunta sobre o que significava “Ditadura Militar”, a grande maioria não
sabia explicar do que se tratava ditadura militar e se o Brasil já havia
passado por uma. Alguns conseguiam estabelecer que se tratava de um
governo militar, mencionaram sobre as torturas, mesmo que
superficialmente.
Na questão sobre a repressão, o que mais chamou atenção é que
(apesar da maioria ter respondido que não sabia o que significava esse
termo) alguns alunos relacionaram repressão à ordem, rigidez (essas
respostas partiram mais do sexo masculino). Apenas uma aluna
caracterizou como “Injustiça, eu acho”.
Quando questionados sobre se já tinham ouvido dos pais, avós,
enfim, de alguém, sobre o assunto, a maioria respondeu que não. Alguns
alunos disseram que ouviram alguma coisa sobre o assunto, principalmente
de seus avós.
Quanto à atividade, foi proposto aos alunos que fizessem uma estrofe
que descrevesse sobre como eles viam a sociedade atual, o espaço a qual
estavam inseridos. Com essa atividade queríamos perceber se os alunos
conseguiram entender a importância do documento para o trabalho do
historiador e como ele é usado para o trabalho historiográfico, partindo do
princípio que ao trabalhamos com documento estamos levando em conta a
época em que foi produzido, ou seja, não é algo inocente, no qual não seja empregado algum juízo de valor. Ao produzirem suas próprias estrofes,
colocando suas opiniões, os alunos entenderiam melhor quando se diz que
um documento não é neutro.
Embora alguns alunos tenham feito realmente uma estrofe, a grande
maioria se ateve a descrever o Brasil como corrupto, uma sociedade sem
respeito, violenta e que a tendência é sempre piorar. Foi perceptível pela
analise das atividades que os alunos apresentam uma visão muito
pessimista em relação ao espaço a qual estão inseridos, dentro e fora da
escola. A crítica aos políticos também é bem perceptível. Apresentamos
algumas das estrofes produzidas pelos alunos2
.
Selecionamos algumas das narrativas dos alunos que consideramos
mais pertinentes com a proposta que lhes fora dada3
. A visão negativa
presente nas três narrativas que aqui transcrevemos, será percebida em
quase todas as outras. Nenhum aluno fez uma consideração positiva
relativa à sociedade atual:
“Nos dias passados havia muita guerra no Senado. No momento atual só há políticos roubando, muita corrupção.O mundo de hoje só há assassinato, mentiras, ninguém é bom o bastante (p/) serem pessoas de verdade.” (V.)
Esta fala nos chamou muita atenção, uma vez que se trata de uma violência, da própria maneira como a polícia é vista por esta aluna e não sabemos ao certo se a aluna realmente foi uma testemunha ocular do fato ou apenas escreveu sobre algo que ouviu:
“O mundo que (nóis) vivemos é cheio de mentiras, falsidade, ninguém respeita ninguém, assaltos, assassinatos acontece toda hora e a polícia acha que tem que ficar de ‘fora’ agem quando quer, esse dias mesmo, mataram um ser humano, jogaram a viatura em cima do homem, que eles acham que roubaram a casa de um policial, fizeram e refém a mulher dele, na boa eu acho que eles deveriam prender o sujeito e (ñ) matar.” (G. R. A.)A aluna apresenta considerações da sociedade atual e do considera ruim hoje. Foi a única que citou drogas em seu texto:
“A sociedade está muito complicada, cheia de coisas ruins, como (álcool), (farinha), maconha, cigarro, e estão se perdendo no mundo, em (invez) de ir para a igreja rezar.” (G. S.)
Considerações finais
Após essas análises, consideramos que é fundamental o uso de documentos durante as aulas de História. O documento torna a aula mais interativa, há nos alunos um maior interesse. E principalmente, o aproxima do trabalho do historiador. Com o uso da música, foi possível mostrar aos alunos um olhar sobre a sociedade em que estávamos estudando (“Ditadura Militar 1964-1985”). A partir desse tipo de documento é que possível se traçar um panorama do período que é estudado. Com as aulas, percebemos que os alunos se sentem mais estimulados a participar e interagir quando se sentem capazes de construir o próprio conhecimento. O professor, enquanto mediador deve estimular seus alunos a pensar, questionar o documento, tornando a aula mais dinâmica do que apenas se o professor expuser um documento e fizer seus próprios questionamentos a cerca do mesmo. Dessa maneira, entendemos nossa intervenção como positiva, pois tivemos receptividade por parte dos alunos. Eles participaram das aulas, se mostraram interessados, mesmo que minimamente. Apesar disso, percebemos ainda muitas dificuldades por parte dos alunos em entender como se trabalha com um documento e principalmente em tornar escritas as ideias que eles mesmos formam a cerca do assunto. Entendemos que este não é um trabalho apenas para três aulas, mas que deve ser agregada à prática do professor, como mais um instrumento para se trabalhar em sala de aula.
Referências Bibliográficas:
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BITTENCOURT, C. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. FRANCO, M. L. P. B.; NOVAES, G. T. F. Os jovens do Ensino Médio e suas representações sociais. Cadernos de Pesquisa, n. 112, p. 167-183, 2001
FREIRE, P. Ensinar é uma especificidade humana. In: FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004, p. 91-146. NAPOLITANO. M. História e Música. História cultural da música popular brasileira. Belo Horizonte. Ed. Autêntica, 2001.
MORAES, J. G. V. de. História e Música: canção popular e conhecimento histórico. Revista Brasileira de História. São Paulo: Humanitas Produções. v. 20. n.39. 2000.
PEREZ, I. C. G. Estado Novo através da música: uma experiência em sala de aula. Curitiba: SEED- PR, 2008.
SCHMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004.pag. 111-136 SIMAN, L. M. de C. O papel dos mediadores culturais e da ação mediadora do professor no processo de construção do conhecimento histórico pelos alunos. In: ZARTH, P. A. (Org.). Ensino de História e Educação. Ijuí: Ed. UNIJUÍ: 2004. Pag. 88
Letras Utilizadas:
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RUSSO, Renato. Que país é esse? Disponível. http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/que-pais-e-esse.html. Acesso 18/10/2011.
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