Pery foi o primeiro intérprete de um dos maiores clássicos da música mundial
O artista hoje abordado trouxe em seu DNA alguns dos genes mais musicais existentes em nosso país. A música veio arraigada em sua veia de modo abundante, e isso o acabou por falar mais alto quando decidiu escolher um meio de sustento em sua vida apesar de ter no início relutado um pouco. Falo em relutar porque antes de tornar-se cantor, Pery (por intermédio do seu pai, que era amigo de José de Almeida Castro, diretor da Tv Tupi) chegou a trabalhar como cameraman na emissora, exercendo tal função e diversos programas, dentre os quais Câmera um, programa apresentado por Jacy Campos. Ser filho de dois dos nomes mais representativos da música popular brasileira não era para qualquer um, aliás, era privilégio apenas de duas pessoas: Pery e Ubiratan de Oliveira, o Billy, filho caçula de Dalva de Oliveira (uma das cantoras mais representativas do país) e de Herivelto Martins (um dos maiores compositores da música popular brasileira do século XX). O início musical de Pery se deu modo bastante casual quando o cameraman Pery Martins estava exercendo o seu ofício no programa Meio-dia, de Jacy Campos, quando o apresentador fala que determinado cantor já anunciado, não havia comparecido aos estúdios para apresentar-se. No entanto o apresentador disse que os telespectadores não iriam ficar sem música, pois um novo cantor iria substituir o ausente. Ao anunciar este novo cantor, o apresentador da Tv Tupi pediu: "Câmera 2, dê um close na câmera 1". A câmera onde estava justamente Peri Oliveira Martins (este é seu nome de batismo). E foi assim, meio de supetão, que Pery deu início a sua carreira de cantor. No entanto vale ressaltar que esta não foi a sua primeira incursão pelo universo artístico, pois ainda criança, aos três anos, fez a dublagem do anão Dengoso em Branca de Neve e os Sete Anões, onde sua mãe Dalva de Oliveira dublava a personagem título. Sem contar que aos cinco anos participou de 'It’s all true', o filme inacabado de Orson Welles filmado no Brasil.
Outro fato curioso que antecede sua carreira musical se deu envolvendo outra grande personagem de nossa música. Quando Pery ainda era muito pequeno, lá pelos idos de 1938, Carmen Miranda foi pela primeira vez aos Estados Unidos. Carmen voltou ao Brasil com a promessa de um empresário americano (que havia se interessado bastante por suas performances) de conseguir mais uma série de shows e outras oportunidades para a artista na terra do tio Sam. Prometeu-lhe tentar fechar alguns contratos e assim que estivesse tudo certo retomaria contato para que a artista retornasse aos EUA. Só que o tal contato não chegava nunca e Carmen estava ficando numa ansiedade inenarrável. Até que uma amiga teve uma ideia e lhe sugeriu fazer uma promessa para que o bendito contato chegasse logo. Seguindo algumas orientações de uma simpatia sugerida pela amiga. Carmen teria que levar um bebê para casa e caso ele viesse a fazer xixi em sua cama, no dia seguinte haveria boas notícias. Só que Carmen não tinha filhos e nem crianças em casa. A única solução possível era levar alguma criança de amigos para lá, e a alternativa encontrada foi procurar Dalva de Oliveira, que havia dado a luz ao pequeno Peri a pouco tempo. Amiga de Dalva , Carmen questionou-a se o seu filho podia passar uma noite em sua casa. “Olhe, Carmen, ele é uma criança”, ofendeu-se Dalva, que acabou concordando com a proposta. O pequeno Peri mal chegou e Carmen enfiou-lhe pela goela abaixo uma verdadeira cascata de sucos, vitaminas, água e nada de xixi. Carmen começou a ficar desesperada e foi para a sala relaxar um pouco. Quando voltou ao quarto uma surpresa lhe aguardava. Peri tinha feito tanto xixi na cama e que seria preciso até trocar o colchão... vale registrar que no dia seguinte chegou a tão sonhada carta com o convite do empresário americano para fosse para os Estados Unidos tentar a sorte em Hollywood.
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