2015 marca não apenas a meia década de um dos movimentos mais populares do país, mas também os setenta anos de dois nomes que se destacaram no auge do movimento
Márcio Augusto Antonucci
Estudou no Conservatório Musical de Santana (SP) e no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Completou o curso de especialização em Edição de Imagem e Sincronização de Música por Computador - IBM PC Blossom e Cakewalk, na Florida High School of Television & Music - Coral Springs (Flórida, EUA). De 1961 a 1964, lecionou música no Conservatório Musical de São Miguel Paulista.
Iniciou sua carreira artística em 1964, como um dos integrantes da dupla Os Vips, destacando-se, também, como compositor, pela autoria das canções "Como se fosse meu irmão" (Lilian), "Longe tão perto" (Os Vips), "A espera" (Painel de Controle), "O jogo acabou" (Perla), "Droga maldita" (Vanusa) e "Borges" (Elenco da TV Colosso).
Em 1965, foi contratado como artista exclusivo da TV Excelsior, atuando como cantor e apresentador do programa "Linha de Frente", dirigido ao público jovem.
De 1966 a 1969, participou, como artista exclusivo da TV Record, dos programas "Jovem Guarda", "Ronnie Von" e "Show do dia 7", como integrante da dupla Os Vips.
Trabalhou também como ator na novela "Algemas de ouro" e na mini-série "Ternurinha e Tremendão".
Participou do júri do programa "Quem tem medo da verdade", colaborando com o diretor Carlos Manga na criação do quadro "Lente da Verdade", no qual era utilizada uma câmera Nikkor de 7 mm, de sua propriedade, chamada "Olho de Peixe", que distorcia a fisionomia dos entrevistados dando mais dramaticidade ao programa.
De 1972 a 1976, exerceuo cargo de produtor musical da Continental Discos, tendo lançado, entre outros, o cantor Agepê, contemplado com três Discos de Ouro, e o conjunto Roupa Nova. Foi responsável, também pelo LP "Novos Baianos Futebol Clube", contemplado com Disco de Ouro, e pelos LPs da série "Os Motokas" (volumes I a XII), que contabilizaram mais de 3.000.000 de discos vendidos.
De 1976 a 1979, atuou como produtor musical da Rede Globo Televisão, onde foi responsável pelos programas "Alerta Geral", "Brasil Especial", "Sandra & Miéle" e "Globo de Ouro".
Trabalhou como produtor musical da gravadora Som Livre, pela qual lançou as séries "Garra Brasileira", "Convocação Geral" e "Samba, suor & ouriço". Assinou, também, a produção musical dos LPs "Maravilhas contemporâneas", de Luiz Melodia, e "Pecado Capital", da trilha sonora da novela homônima da TV Globo, ambos contemplados com Discos de Ouro.
De 1979 a 1981, exerceu o cargo de Diretor Geral do programa "Globo de Ouro" (Rede Globo de Televisão) e foi responsável pela criação dos quadros "O som das discotecas" e "O som da geração 80", esse último gerando um programa semanal devido ao alto índice de audiência.
De 1981 a 1985, atuou como diretor musical da Rede Globo de Televisão, tendo mudado todo o conceito musical das aberturas e vinhetas de todos os programas, com destaque para "A volta da vitória", que marcou a carreira dos pilotos Nelson Piquet e Ayrton Senna.
De 1985 a 1991, exerceu o cargo de diretor musical, de áudio e de sonorização da Rede Globo de Televisão, tendo mudado o conceito sonoro das músicas (novas trilhas e incidentais de novelas) e do áudio (gravações em 16 canais dos programas musicais), com destaque para o programa "Chico & Caetano", lançado em LP pela Som Livre. Assinou a direção musical de todas as trilhas de novelas e séries da Rede Globo de Televisão, como "Roque Santeiro", "Selva de Pedra", "Mandala" e "Tieta", entre outras.
De 1991 a 1995, atuou como diretor musical da gravadora Som Livre, nos fonogramas "Os Vips ao vivo" (volumes I e II), contemplados com quatro Discos de Ouro, e "TV Colosso" (volumes I e II), contemplados com dois Discos de Ouro. Assinou a direção musical e os arranjos do "Show Colosso", que apresentou-se em temporada por todo o Brasil. Foi responsável, na gravadora PolyGram, pela produção musical dos cinco CDs do projeto "30 Anos de Jovem Guarda", (5 CDs), que atingiram vendas superiores a 2.500.000 cópias (dois Discos de Ouro e dois Discos de Platina) e pela direção geral do show que excursionou o Brasil, contabilizando mais de 300 apresentações.
De 1996 a 1997, atuou como diretor geral do programa "Som Brasil" (TV Globo), tendo lançado o grupo Gera Samba (hoje É o Tchan!) e realizado a homenagem a Ângela Maria na comemoração dos 50 anos de carreira da cantora. Foi, também, responsável pela direção geral do "Reveillon da Globo", programa de fim-de-ano com duas horas e meia de duração.
Em 1997, atuou como diretor artístico e de programação da VIP TV em Miami, pela qual apresentou diariamente o programa "Coisas do Brasil" e as novelas e séries da TV Globo nos Estados Unidos.
De 1998 a 2000, trabalhou no projeto "A Discoteca do Chacrinha", tendo sido responsável pela produção musical dos seis CDs, que atingiram vendas superiores a 500.000 cópias (2 Discos de Ouro), e pela direção geral do shows que contabilizaram mais de 30 apresentações pelo Brasil. Em 1999, atuou como Diretor Geral do projeto "Todos pela Educação - Brasil 500 anos" (Rede Globo), apresentado também pela TV Futura, constituído por dez módulos de discussão e planejamento educacional nas principais cidades do país.
Em 2000 e 2001, assumiu o cargo de diretor de programas do SBT, com destaque para a direção geral do concerto "Os 3 Tenores", com José Carreras, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti, realizado ao vivo do Estádio do Morumbi (SP). Foi responsável, também, pela direção geral dos programas "Reveillon do SBT", com mais de quatro horas de duração, "A Missa de Fátima", transmitida ao vivo do Estádio da Portuguesa, e "O grande circo místico", com a trilha sonora de Edu Lobo e Chico Buarque. É co-diretor dos programas "Pequenos Brilhantes", com Wilton Franco, e "Canta & Dança", com Luiz Bento, na mesma emissora.
Eduardo Araújo
EDUARDO ARAÚJO nasceu na fazenda Aliança no norte de Minas Gerais. Desde cedo acostumado a lidar com o gado, os cavalos e as plantações. Seu pai Lídio Araújo é uma lenda na região. Foi um grande desbravador e criador de animais de diversas raças. Entre eles os cavalos: Mangalarga Marchador, Campolina, Piquira, Pôneis, Persas e Jumentos Pêga. Entre os bovinos criava o Gado Junqueira e o famoso Gado Mocho, que ele próprio selecionou em suas fazendas.
Desde cedo, EDUARDO demonstrou uma grande paixão pelos cavalos e pela vida da fazenda. Passou sua infância brincando pelos lindos campos do lugar e se ligando a toda aquela beleza da natureza selvagem. Vivia assoviando as músicas de Luiz Gonzaga e Pedro Raimundo.
Sua veia músical sempre o acompanhou, misturada a sua paixão pelos cavalos e pelo campo, tanto que seu pai, ao lhe perguntarem para que dariam os filhos, apontando para EDUARDO, disse: "Esse só vai dar para cantor de rádio".
Quando chegou a hora de ir para escola, sua região era muito afastada dos grandes centros, portanto desprovida de bons colégios. Ele e seus irmãos, vão estudar internos em Jaguaquara na Bahia, e mais tarde em Belo Horizonte, no Colégio Batista Mineiro.
Não tendo mais cavalos, desenvolveu e colocou toda sua criatividade na música.
No Brasil pela televisão, em 1958 começava-se a tomar conhecimento do mundo, e começava a acontecer o ROCK.
Bill Halley e Seus Cometas, vieram ao Brasil e enlouqueceram os jovens. Como não podia deixar de ser, EDUARDO aderiu aos primeiros movimentos do Rock Brasileiro.
Participando de horas dançantes, cantando Rock nas esquinas e andando de lambreta, ficou conhecido nas rodas jovens de Belo Horizonte, como legítimo representante da chamada "Juventude Transviada". Logo estava nas Rádios e na TV.
Certa vez, tendo podido "escapar" até o Rio de Janeiro, procurou Jair de Taumatrgo, que assim que o ouviu, imediatamente o levou para o programa de maior audiência entre a juventude: " Hoje é dia de Rock ". Seu sucesso foi tanto que a gravadora Phillips o contratou para o seu primeiro disco. Tendo tido um relativo sucesso entre os jovens, chegou a vez de conhecer Carlos Imperial, futuramente seu grande amigo e parceiro músical, que lhe deu a maior força e o levou para fazer parte do "Clube do Rock". Eram seus colegas de "clube" na Época: Erasmo Carlos, Tim Maia, Roberto Carlos, Wilson Simonal, Jorge Ben, Renato e Seus Blue Caps, entre outros.
Tudo ia bem, mas volta e meia lhe batia uma saudade da fazenda, e EDUARDO deixava tudo, e o que é pior, esquecia de voltar. Mas os outros começaram a furar o bloqueio do preconceito que existia nas emissoras de Rádio contra o Rock, e a Jovem Guarda aconteceu.
Carlos Imperial mandou buscá-lo e tudo começou novamente. Contratado pela ODEON gravou de Carlos Imperial "O BOM", que ficou em primeiro lugar em todas as paradas de sucesso, tanto que foi contratado pela TV EXCELSIOR para comandar um programa com este nome "O BOM" (que ficou sendo seu codinome para sempre), com produção de Carlos Imperial.
Tendo Silvinha (sua esposa) como parceira na apresentação e a banda jovem do maestro Peruzzi (que teve grande influência em sua carreira e sucesso pelos notáveis arranjos), o programa foi líder absoluto de audiência e lotava o auditório nas tardes de sábado em São Paulo. Desde aqueles tempos, EDUARDO ARAÚJO se preocupava com a qualidade de seus espetáculos, com uma aparelhagem moderníssima e uma grande parafern‡lia de iluminação, com tudo importado, partia numa caravana para excursionar por todo o Brasil.
A partir daí EDUARDO passou a organizar a sua vida, foi abandonando os shows em excesso, preocupando-se mais com seu estúdio de gravação de ótima qualidade e mixando seus discos nos EUA. Organizou o que sempre gostou de fazer: seu amor pelos cavalos.
Fase Country
Cansado de tantas excursões por todo o Brasil, resolveu dar um tempo, vendeu todo o seu aparato de som, luz, onibus e um estúdio de gravação e voltou a se dedicar somente a sua fazenda em Minas Gerais pensando em nunca mais voltar a sua carreira artística. Cantar somente quando sentisse vontade. Em todas as exposições de cavalos por todo o Brasil lá sempre se encontrava EDUARDO ARAÚJO, não mais para cantar, mas sim para expor os seus cavalos.
Foi então que a pedido de seus amigos, compôs uma canção em homenagem ao Mangalarga Marchador que posteriormente, devido ao sucesso, foi oficializado como o hino desta raça tão nobre criada no Brasil. Bastou esta música fazer sucesso, e tudo começou novamente.
Em 1988 gravou o seu primeiro disco de músicas Country com uma produção de seu amigo Renato Teixeira (Seu nome era "UM HOMEM CHAMADO CAVALO"). Daí até hoje travou uma verdadeira batalha para tentar furar o bloqueio, gravando mais dois discos: "Pé NA ESTRADA" (Título inclusive de um programa no SBT que era apresentado por ele aos domingos) totalmente independente. Chegou a vender 40.000 cópias. Logo em seguida veio o seu terceiro trabalho: o CD "PEGADAS", com a produção de Odilon Wagner, considerado por ele o melhor de seus trabalhos.
Em 1997 Gravou o disco "Pó de Guaraná" em New Jersey nos Estados Unidos. Este disco contou com participações especiais ilustres como a de (nada mais nada menos) EDGAR WINTER (em 2 faixas) e da banda Dr.Sin (todas as faixas). A produção ficou a cargo de Roy Ciccala que já trabalhou com John Lennon, Aerosmith, AC/DC entre outras.
Em 2000, EDUARDO ARAÚJO recebe um convite muito especial, A dupla norte-americana de sucesso mundial THE BELLAMY BROTHERS o convidad para uma participação especial na música "Vertical Expression" do disco "The Lonely Planet" dos Bellamy Brothers. Eduardo aceita na hora. A música é lançada em toda a Europa e Estados Unidos. Mais tarde Eduardo vôa para a cidade de Albuquerque nos Estados Unidos, para gravar o video-clip da música ao lado dos Bellamys. O vidêo chega a primeiro lugar na CMT Brasil e ganha o prêmio "CMT Encontro do Ano".
Ainda em 2000, é lançado pela Number One Record o cd "A AVENTURA NÃO TERMINA", o carro chefe do disco é o hit "Rodeio". A música conta com um bélissimo video-clip dirigido por Giuliano Saad. A segunda música de trabalho é um dueto de EDUARDO ARAÚJO com o norte-americano Gene Fireball, "Segura que Esse Touro é Bom" (versão de "Proud Mary" do Creedance Clearwater Revival).
Fonte:
Dicionário da MPB
Site Oficial Eduardo Araújo
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Dicionário da MPB
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