Na passagem pelos seus 90 anos, Tom Jobim ganha tributo à altura do seu legado a partir de uma intérprete compromissada com aquilo que de melhor existe em nossa música.
Por Bruno Negromonte
A importância de Tom Jobim para a música popular brasileira é inquestionável. Ao encabeçar, ao lado de outros relevantes nomes, um dos movimentos mais expressivos da história sonora do nosso país, Jobim ganhou popularidade planetária a partir de canções diversas, como é o caso de "Garota de Ipanema" (The girl from Ipanema), que Tom gravou em versão instrumental em seu primeiro disco americano, "The composer of ‘Desafinado’ plays", de 1963. Outro ponto alto de sua incontestável discografia são os álbuns dedicados à fauna e a flora nacional, a exemplo de "Matita Perê" (1973), "Urubu" (1976), e "Passarim" (1987); e canções como "Correnteza", "Andorinha", "Bôto" entre outras. Tais legados, acabaram fazendo do cantor, compositor e instrumentista carioca um dos mais expressivos nomes da música não apenas de sua geração, mas da história do cancioneiro brasileiro e mundial. Por tal razão a sua importância vem sendo devidamente reconhecida antes mesmo do seu falecimento em decorrência de uma parada cardíaca no hospital no Mount Sinai Medical Center, em Nova Iorque, Estados Unidos, no ano de 1994. Dentre as reverências ao seu nome, destaca-se, por exemplo, o honorífico título doutor honoris causa da Universidade Nova de Lisboa recebido em 1991; o samba-enredo e desfile na escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1992 e a homenagem do amigo e parceiro Chico Buarque, que em 1993 no álbum "Paratodos" preconizou nos versos da canção homônima ao título do álbum: "Meu maestro soberano foi Antonio Brasileiro". Do falecimento do maestro para cá, somam-se mais diversas homenagens prestadas ao seu legado a partir das mais distintas formas que vão desde projetos fonográficos especiais (a exemplos de tributos) à concertos e shows reunindo amigos e parceiros como é o caso do espetáculo "Uma homenagem a Tom Jobim", show que vem rodando o país reunindo no mesmo palco nomes como Joyce, Toquinho e João Bosco.
Por Bruno Negromonte
A importância de Tom Jobim para a música popular brasileira é inquestionável. Ao encabeçar, ao lado de outros relevantes nomes, um dos movimentos mais expressivos da história sonora do nosso país, Jobim ganhou popularidade planetária a partir de canções diversas, como é o caso de "Garota de Ipanema" (The girl from Ipanema), que Tom gravou em versão instrumental em seu primeiro disco americano, "The composer of ‘Desafinado’ plays", de 1963. Outro ponto alto de sua incontestável discografia são os álbuns dedicados à fauna e a flora nacional, a exemplo de "Matita Perê" (1973), "Urubu" (1976), e "Passarim" (1987); e canções como "Correnteza", "Andorinha", "Bôto" entre outras. Tais legados, acabaram fazendo do cantor, compositor e instrumentista carioca um dos mais expressivos nomes da música não apenas de sua geração, mas da história do cancioneiro brasileiro e mundial. Por tal razão a sua importância vem sendo devidamente reconhecida antes mesmo do seu falecimento em decorrência de uma parada cardíaca no hospital no Mount Sinai Medical Center, em Nova Iorque, Estados Unidos, no ano de 1994. Dentre as reverências ao seu nome, destaca-se, por exemplo, o honorífico título doutor honoris causa da Universidade Nova de Lisboa recebido em 1991; o samba-enredo e desfile na escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1992 e a homenagem do amigo e parceiro Chico Buarque, que em 1993 no álbum "Paratodos" preconizou nos versos da canção homônima ao título do álbum: "Meu maestro soberano foi Antonio Brasileiro". Do falecimento do maestro para cá, somam-se mais diversas homenagens prestadas ao seu legado a partir das mais distintas formas que vão desde projetos fonográficos especiais (a exemplos de tributos) à concertos e shows reunindo amigos e parceiros como é o caso do espetáculo "Uma homenagem a Tom Jobim", show que vem rodando o país reunindo no mesmo palco nomes como Joyce, Toquinho e João Bosco.
Pautada na importância deste ícone de nossa música, Fernanda Cunha lança no mesmo dia em que o homenageado completaria nove décadas de vida, de modo físico e digital, o disco "Jobim 90", álbum que reitera a coerência de seu projetos fonográficos e reafirma a trajetória que vem construindo dentro da MPB. Buscando fugir do lugar-comum, neste novo projeto fonográfico, a cantora apresenta dez canções compostas exclusivamente por Tom e que foram pinceladas nas mais distintas fases das quase cinco décadas de trajetória musical do compositor. É válido registrar que na discografia de cantora, Jobim já havia sido reverenciado ao longo da passagem de seus 80 anos, em 2007, com o álbum "Zíngaro", onde ao lado do instrumentista e arranjador Zé Carlos, Fernanda apresentou dez canções da parceria entre dois ícones da música popular brasileira: Tom e Chico Buarque. Neste primeiro projeto Fernanda e Zé trazem canções como as que foram compostas para a trilha sonora do filme "Para viver um grande amor", clássicos da dupla como "Anos dourados" e "Retrato em branco e preto", além da não menos importante "Eu te amo", tema do filme dirigido por Arnaldo Jabor em 1981. Esta canção, que faz parte da memória afetiva de muitos a partir da interpretação de Chico Buarque e de uma ascendente e talentosa cantora, tem um significado adicional para a intérprete. A promissora cantora que divida os vocais com autor era Telma Costa, mãe de Fernanda. Hoje, uma década depois, a cantora retoma a abordagem à obra de Antonio Carlos Jobim em mais um tributo (desta vez destacando as canções compostas exclusivamente por ele). Desta solitária produção composta por cerca de 30 canções, Fernanda procurou pincelar dez delas, buscando perpassar pelas mais distintas fases que o autor vivenciou atendendo a uma linha cronológica que cobre desde o anos de 1950 até os anos de 1990.
Gravado em apenas dois dias no Rio de Janeiro (a única exceção foi a faixa "Two kites", gravada em Toronto por Reg Schwager, sendo adicionada a bateria em São Paulo por Edson Ghilardi), "Jobim 90" destaca em sua irrepreensível tessitura sonora novamente o nome de Zé Carlos (violão e guitarra). Só que desta vez acompanhado por outros exímios instrumentistas como é o caso do baixista Jorjão Carvalho, do baterista Helbe Machado e da pianista Camila Dias. Juntos eles eles apresentam canções como "Vivo Sonhando" (do álbum "The composer of Desafinad plays", de 1963); "Samba do Avião" (presente no projeto "The Wonderful World of Antonio Carlos Jobim", de 1964); "Triste" (do disco "Wave", de 1967). Da década de 1970, a intérprete revive "Águas de Março" e "Ana Luiza" (extraídas do álbum "Matita Perê", 1973); "Angela" (do disco "Bôto", 1975) e "Chovendo na Roseira" ("Elis e Tom", 1974). "Jobim 90" ainda conta com "Fotografia" (gravada originalmente em 1959 por Silvia Telles); "Two Kites" (do disco "Terra Brasilis", lançado em 1980) e "Passarim" (do disco homônimo lançado em 1987).
No País das grandes intérpretes, Fernanda Cunha destaca-se de modo sonoramente arguto, perpassando novamente pelo legado do nome mais expressivo da música popular brasileira no Exterior, o que acaba por mostrar não apenas a inesgotável fonte que Jobim é, mas também mostra-se a artista compromissada que busca lastrear-se do que de melhor há em nosso cancioneiro. Assim como na primeira homenagem, a intérprete busca ir para além do convencional, buscando mostrar um Tom que sobrepassa o instrumento em um disco regido por outra marcante, porém pouco destacada característica do saudoso maestro soberano. Em "Jobim 90", a pluralidade também presente no Tom letrista é conduzida de modo singular pela intérprete a partir de todo o talento que lhe é peculiar. Se em dado momento o autor mostra-se ufanista a favor da fauna, da flora e paisagens geográficas nacionais tão bem retratadas, Fernanda não perde as matizes que universalizam tais canções e as fazem pulsar em seu canto de modo ainda mais vibrante a partir de registros bem feitos e vigorosos. As odes e canções de cunho romântico também ganham singulares interpretações, onde a intérprete busca tratar a obra do homenageado com o devido respeito sonoro que ela merece. Entre clássicos e canções de menor expressividade junto ao grande público, cada faixa é um afresco sonoro chancelado pelo talento nato de uma intérprete exigente naquilo que faz e costuma apresentar ao seu público ao longo de quase duas décadas de carreira fonográfica. Tais características, acabam destacando-a na vastidão de grandes intérpretes que o compositor somou e vem somando ainda hoje mais de duas décadas após sua morte. Neste projeto, Fernanda Cunha mostra-se uma intérprete que traz consigo não apenas uma paixão pela música que atravessa gerações dentro de sua família, mas acima de tudo deixa-se evidenciar um compromisso maior que ela tem com a verdade presente em tudo aquilo que faz a partir dos autores aos quais acredita que são fidedignamente capazes de promover a verdadeira redenção da música brasileira. Sem perder o tom, "Jobim 90" destaca-se no caudaloso histórico de homenagens que o cantor, instrumentista e compositor vem somando desde que resolveu aventurar-se na música. Trata-se de um álbum para ser apreciado sem moderação.
Maiores Informações:Site Oficial - www.fernandacunha.com
Cdbaby - http://www.cdbaby.com/Artist/FernandaCunha
Itunes - https://itunes.apple.com/br/artist/fernanda-cunha/id309544421
Aquisição do álbum:
Pop Discos - http://www.popsdiscos.com.br/detalhe.asp?shw_ukey=42155
Para adquirir o CD devidamente autografado: fernandacunha@fernandacunha.com
Contato para Shows:(21) 3215 - 7661
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