terça-feira, 19 de maio de 2015

CARREIRA DE SUCESSO DE AMADO BATISTA PROVA QUE O AMOR É FUNDAMENTAL PARA A HISTÓRIA DA MPB

Tocar o coração das pessoas em canções sobre o cotidiano brasileiro é um dos méritos do cantor


Por Lucas Rolfsen





Amado Batista é um cantor que, prestes a completar quarenta anos de carreira, prova que para carimbar o seu nome na história da música genuinamente popular brasileira, foi preciso apostar na verdade de canções como Mãe e Cuida de mim e muitas outras, que o ajudaram a conquistar um espaço de destaque na cena dos cantores românticos brasileiros.

O cuidado com o repertório é para esse goiano nascido em Davinópolis, o motivo para estar em evidência todo esse tempo. "É difícil fazer sucesso e mais difícil ainda mantê-lo por tantos anos. A única explicação parar isso é ter o mesmo cuidado desde o primeiro trabalho até hoje, com o repertório". Como ele iria imaginar que isso chegaria ao público de maneira direta, estabelecendo uma sintonia entre palco e plateia durante seus shows? Em 1951, tinha inicio a vida de um homem de origem humilde. "Canto o que sinto, por isso passo verdade e o publico se emociona junto comigo. Cada canção é uma forma diferente de se expressar sobre o amor".

Justamente por se tratar de uma temática amplamente difundida, abordada de muitas maneiras é que, Amado Batista tem os seus méritos e consegue cativar as pessoas. Sua história começou, quando trabalhava em uma livraria e montou em Goiânia uma loja de discos, que seu irmão tomava conta enquanto ele trabalhava. Em 1975 lança seu primeiro disco: Amado Batista (1975) e fez sucesso. Acontece que na capa não tinha uma imagem sua e, as pessoas faziam fila em sua loja para comprá-lo sem saber que era ele o dono de uma voz que veio para ficar.

Mas seu segundo disco Sementes de amor (1978) foi o que estourou e vendeu na época um milhão de cópias. "De lá pra cá o público vem gostando cada vez mais do meu trabalho. Este ano cheguei a 30 milhões de discos vendidos em 40 anos de carreira", diz um artista que não se cansa de amar e espalhar sentimentos bons por aí.

Ele parece não sentir o tempo passar. A energia de suas canções o faz olhar para o sólido caminho construído de maneira consciente e orgulhosa de que fez um bom trabalho: "Faço o que meu coração manda, canto o que me emociona e por isso chego aos corações das pessoas". E outros artistas parecem se espelhar nessa escola romântica e vêm utilizando o amor como tempero para outras ondas musicais que, em um primeiro momento não teriam influência direta de cantores românticos.

Ganha a música brasileira e ganhamos nós ouvintes: Mano Brown em sua nova fase solo e independente de seu trabalho com o Racionais Mc´s, já declarou que Amado Batista, entre outros românticos, serve de influência. Mais uma lição - que o próprio rap prega de não rotularmos as pessoas - a ser aprendida através da cena musical contemporânea: uma renovação a partir de um gênero que durante muitos anos ficou estigmatizado como “Brega".

A obra de Amado nos mostra que o ser humano precisa buscar a simplicidade e a alegria, sem rótulos: "Acho que o amor está aí independente do ritmo. Todo mundo vive o amor, quem gosta de rap, quem gosta de samba, quem gosta de música sertaneja, quem gosta de música romântica. Seja no ritmo que for. O amor nunca vai sair de moda", finaliza.

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