segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

20 ANOS SEM CIRO DE SOUZA

Desde muito pequeno teve contato com "chorões", que freqüentavam a casa de seu pai, o flautista e mestre de banda Belarmino de Sousa. Faleceu aos 83 anos, no Rio de Janeiro.


Compôs, com apenas 19 anos, o primeiro samba para um bloco carnavalesco de São Cristóvão, bairro do Rio de Janeiro. Começou a cantar profissionalmente em 1933, apresentando-se em programas de rádio. Na mesma época, passou a compor sambas para os cantores e amigos Moreira da Silva, Jaime Vogeler e Luís Barbosa. Em 1934, teve sua primeira composição gravada, a marcha "Olha pro céu", por Jaime Vogeler na Odeon. Nesse disco, houve tiragens em que o nome da música vem registrado como "Pro céu". Além de compositor, Ciro atuou como "crooner" nas orquestras de Fon-Fon, Napoleão Tavares e Simon Bountman. Em 1936, seu samba "ABC do amor", parceria com Moreira da Silva foi gravado por Aracy de Almeida na Victor. No ano seguinte, a mesma Aracy de Almeida gravou seus sambas "Tenha pena de mim", parceria com Babaú e que fez grande sucesso e "Marido da orgia".

Em 1938, Aracy de Almeida gravou mais dois sambas seus: "Quem mandou coração" e "Meu mulato". No mesmo ano, Dircinha Batista gravou na Odeon a marcha "Bonjour mon amour". Em 1939, a mesma Dircinha Batista gravou o samba choro "Conversa pra estrangeiro" e Carmen Miranda, o choro "A nossa vida hoje é diferente", ambas na Odeon. No mesmo ano, compôs com Felisberto Martins a marcha "Linda espanhola" gravada por Edmundo Silva na Odeon. Em 1940, Aurora Miranda gravou na Victor seus sambas "Não admito" e "Batata frita", com Augusto Garcez. Com o mesmo parceiro fez os sambas "Beijo na boca", registrado por Cyro Monteiro e "Amendoim torradinho", sucesso de Marília Batista, ambos também na Victor no mesmo ano. Ainda em 1940, mais dois sambas em parceria com Augusto Garcez foram gravados: "Voltei favela", por Carlos Galhardo e "Quando eu desço lá do morro", por Patrício teixeira, ambos na Victor.

Em 1941, compôs com Felisberto Martins as marchas "Eu vou de beijoqueiro" e "O pierrô chorou" gravadas por Barbosa Jr. na Odeon. No mesmo ano, os sambas "A mulher que eu gosto", parceria com Wilson Batista foi gravado por Cyro Monteiro e "Um banquinho pra dois" e "Mania de grandeza", por Aracy de Almeida, na Victor. No mesmo período Linda Batista gravou o choro "Comigo não", Patrício Teixeira o samba "Sete horas da manhã" e João Petra de Barros o samba "Não adianta beber", parceria com Valfrido Silva, também na Victor. Também em 1941, fez sucesso com o choro "Juraci", parceria com Antônio Almeida, lançado por Vassourinha e com o samba "Chô, chô...", também parceria com Antônio Almeida gravado pelos Anjos do Inferno, ambos na Columbia. No ano seguinte teve mais um samba gravado por Aracy de Almeida, "Vai trabalhar". Em 1945, compôs com Herivelto Martins a batucada "Cabrocha boa" gravada pelo Trio de Ouro na Odeon.

Depois dos anos 1950, compôs pouco, dedicando-se principalmente às canções infantis, como o "Rock do ratinho", lançado por Carequinha pela Copacabana em 1961. Mas sucessos seus como "A mulher que tanto gosto", "Juraci" e, especialmente "Tenha pena de mim", receberam inúmeras gravações posteriormente, inclusive a feita por Violeta Cavalcanti, diretamente do show "Estão voltando as flores", para a Som Livre em 2001.


Fonte: Dicionário da MPB

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