DESENHANDO SÓIS E CHUVAS
Ainda menino, uma amiga que morava no frio disse-me que desenhado um sol no chão pararia de chover. E assim ela fez. O sol chegou, a chuva se foi e um quase calor abraçou-a. Nunca esqueci. Outro dia, no meio do sertão, com um sol tão sol e insistente brilhando no céu fiquei a imaginar: será que tem muita gente desenhando um sol no chão? E resolvi desenhar no meu chão uma chuva. Entristeci porque o céu ignorou por completo o meu desenho e a chuva não veio. Contando a história a um velhinho, parecido com meu avô, ele disse que eu deveria desenhar primeiro as nuvens que precedem o cair da água. Ao dizer-lhe que quando quero chuva não sei desenhar nuvens ele sorriu, e, com um graveto na mão, fê-las no terreiro à nossa frente. Daí a pouco a chuva caiu.
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