Por Eduardo Tristão Girão
Além de ser instrumentista talentoso e viver um período muito produtivo, o bandolinista Hamilton de Holanda apresenta aquele que talvez seja o seu show mais ousado. Sozinho no palco, ele vem mostrando 14 novas composições da turnê Pelo Brasil, inspiradas por manifestações populares como carimbó, chamamé, moda de viola, bumba-meu-boi e frevo. O espetáculo inclui textos e projeções com o intuito de estimular a participação do público.
O novo projeto é dividido em duas etapas. A primeira consiste em 12 apresentações que Hamilton chama de ensaios abertos, pois servirão de laboratório para a gravação de CD e DVD – por enquanto, apenas Brasília e Rio de Janeiro viram esse espetáculo. Para a segunda estão previstos nova turnê e site para baixar gratuitamente as músicas. A direção-geral é de Marcos Portinari, empresário do artista, com design de luz de Marina Stoll e imagens do VJ Boca.
“É uma obra em progresso. Sempre tive vontade de criar um show com as variadas manifestações culturais brasileiras, inclusive as que envolvem dança e folclore. Na verdade, já usava esses elementos, pois nasci no Rio de Janeiro, mas fui criado em Brasília, onde a tradição está sendo construída com gente do Brasil todo. Isso faz parte da minha formação como músico. Pensamos em algo multimídia, em que pudesse dar a minha visão do país”, resume o bandolinista.
Além da nova leva de composições, Hamilton reservará um momento do espetáculo para compor na hora, diante da plateia. Ele fará isso em todas as cidades da turnê. “Na estreia, em Brasília, meus pais estavam presentes e criei uma valsa. Alguns improvisos já nascem prontos, outros são melodias que depois a gente burila até virar música. Preparo-me para fazer tudo ali, mas não há explicação para o que surge no momento. A reação da plateia influi muito. Fico ali naquela viagem, mas observando o público”, conta.
VIDEOGAME
Depois de lançar os discos 'Bossa negra' (com Diogo Nogueira) e 'Caprichos' (com repertório pensado para bandolim de 10 cordas), Hamilton voltou ao estúdio para gravar mais dois álbuns. Um dedicado ao Baile do Almeidinha (projeto dançante que ele mantém no Rio) e o outro com a Orquestra Sinfônica do Mato Grosso, voltado para o público infantil, com composições dele ('Suíte da infância') e interpretações de temas de desenho animado e videogame ('Sítio do Pica Pau Amarelo', 'Flintstones', 'Pantera Cor de Rosa' e 'Super Mario Bros').
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