segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

LÔ BORGES, 60 ANOS

Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges chega aos 60 anos no ano em que completa-se 40 anos do lançamento de um marco da música mineira e brasileira: o álbum Clube da Esquina.

Por Bruno Raphael

o cantor e compositor Salomão Borges Filho nasceu em Belo Horizonte, no bairro de Santa Tereza, em 10 de janeiro de 1952. É o filho do meio dos 11 filhos de Salomão Magalhães Borges, jornalista autodidata, e Maria Fragoso Borges, professora primária. O apelido “Lô” ganhou na infância. Aos 10 anos, mudou-se para o Edifício Levy, no Centro de Belo Horizonte, onde aproximou-se do violão e fez suas primeiras composições. Nessa época, conheceu duas pessoas que se tornariam grandes parceiros e formadores do Clube da Esquina: Beto Guedes e Milton Nascimento. Entre os 12 e 15 anos, no auge da Beatlemania, Lô montou com seu irmão Yé, Beto Guedes e Márcio Aquino o conjunto “The Beavers” (Os Castores) que só tocava Beatles e fez um relativo sucesso na capital mineira. Ainda na adolescência, voltou à Santa Tereza e lá compôs “Clube da Esquina” em parceria com Milton Nascimento e seu irmão Márcio, a música que daria nome a toda uma geração de músicos mineiros.

Por volta dos 17 anos, a convite de Milton, Lô mudou-se com Beto Guedes para o Rio de Janeiro a fim de conceber, gravar e co-assinar o disco “Clube da Esquina” (pontapé inicial do movimento e que se tornaria um marco na música popular brasileira.). Depois deste álbum, Lô dividiu-se entre a vida em comunidades hippies e a gravação de registros solo bissextos como o “Lô Borges” (1972), mais conhecido como o “Disco do Tênis”, “Via Láctea” (1979) , “Um Dia e Meio” (2004), bem como participações no “Clube da Esquina 2” e “Os Borges”, que gravou com sua família.



Entre suas composições mais famosas destacam-se, entre outras, Paisagem da Janela, Para Lennon e McCartney, Clube da Esquina n.º 2 e O Trem Azul.É considerado um dos compositores mais influentes da música brasileira, tendo sido gravado por Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini e até por ídolos do pop-rock, como Nenhum de Nós, Ira!, Skank e Nando Reis, entre outros; além disso, muitos de seus 11 irmãos tornaram-se músicos, como Márcio Borges, seu parceiro constante, e Telo Borges, autor, junto com o irmão Márcio, de "Vento de maio", música que foi gravada por Lô e também por Elis Regina. "Meu tesão na vida é criar coisas que eu mesmo não espero que possa criar. Como compositor, eu acho que isso é tão fundamental quanto beber água."



Ao lado de Márcio Borges, Milton Nascimento, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Wagner Tiso, Toninho Horta e Túlio Mourão, entre outros viu nascer um movimento que marcou a música brasileira e que tem esse nome porque nasceu devido ao hábito desses compositores mineiros (com exceção de Milton, que nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado em Três Pontas, MG) se reunirem na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, para trocar idéias musicais.

Das 21 faixas do disco intitulado Clube da esquina, oito são de sua autoria, em parceria com Márcio Borges, Ronaldo Borges e Milton Nascimento. Sua participação foi fundamental nesse disco, ajudando a caracterizar a sonoridade do Clube da Esquina, o que faria mais tarde o guitarrista americano Pat Metheny enviar um amigo ao Brasil "para tentar descobrir a causa da originalidade da música feita por The Corner Club, a qual eles ouviam nos Estados Unidos desde meninos" ( Cf. Márcio Borges. Os sonhos não envelhecem. São Paulo: Geração Editorial, 1996, p. 351). Na contracapa do disco, seu nome aparece em destaque ao lado do de Milton Nascimento.

Em 1973, lançou pela EMI-Odeon um LP solo, que ficou conhecido como o ''Disco do tênis''. O LP, que contou com a participação de Beto Guedes, Flávio Venturini, Vermelho e Sirlan, porém não atingiu o sucesso esperado. Em 1978, foi lançado "Clube da Esquina 2", que contou com apenas duas composições suas: "Pão e água" (c/ Roger e Márcio Borges) e "Ruas da cidade" (c/ Márcio Borges).

Em 1979, gravou o LP "Via Láctea". Em 1980, lançou "Os Borges", com composições de Yé Borges, Márcio Borges, Marilton Borges, Telo Borges, Nico Borges e Solange Borges, além de "Eu não sou como você é", de sua autoria. Suas canções foram gravadas por vários intérpretes, como Milton Nascimento, Nana Caymmi, Simone e Gal Costa. Elis Regina gravou "O trem azul" (c/ Ronaldo Bastos), título do último show da cantora, que gerou o álbum duplo homônimo, gravado ao vivo e lançado, em 1982, pela Som Livre.



Ainda na década de 1980, lançou os LPs "Nuvem cigana" (1982), "Sonho real" (1984) e "Solo" (1987). Em 1996, gravou o CD "Meu filme", contendo parcerias inéditas com Caetano Veloso ("Sem não") e Chico Amaral, além da participaçãos de músicos como Marcos Suzano, Milton Nascimento e o grupo Uakti.

Em 2000, voltou a se reunir com os amigos do Clube da Esquina, em encontro informal na casa de seu irmão Márcio Borges, para comemorar os 30 anos da canção que compôs em parceria com Márcio, "Um girassol da cor do teu cabelo", gravada no primeiro disco do Clube.

Em 2001, lançou o CD "Feira moderna", contendo suas canções "Trem de doido", "Um girassol da cor do seu cabelo", "Ela" e "Tudo que você podia ser", todas com Márcio Borges, "Equatorial" (c/ Márcio Borges e Beto Guedes), "Nuvem cigana", "O trem azul" e "Sonho real", todas com Ronaldo Bastos, "Para Lennon & McCartney" (c/ Márcio Borges e Fernando Brant), "Clube da esquina nº 2" (c/ Márcio Borges e Milton Nascimento), "Paisagem da janela" (c/ Fernando Brant) e a faixa-título (c/ Beto Guedes e Fernando Brant), além de "Fé cega, faca amolada", (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), "A página do relâmpago elétrico" (Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e "Vento de maio" (Telo Borges e Márcio Borges).

Em 2003, lançou o CD "Um dia e meio", contendo sua canção "Quem sabe isso quer dizer amor" (c/ Márcio Borges), gravada originalmente por Milton Nascimento no CD "Pietá" (2003), além das inéditas "Tudo em cores pra você", "Olá como vai" (c/ César Maurício) e "Qualquer lugar", todas com César Maurício, "Até o amanhecer", "Sonho novo" e "Topo do mundo", todas com Márcio Borges, "Chega pra ficar" (c/ Ronaldo Bastos), "Açúcar Sugar" (c/ Tom Zé), "Por que não" (c/ Arnaldo Antunes), a canção-título (c/ Chico Amaral) e "Tão bom", essa última sem parceiro. Fez show de lançamento do disco no Canecão (RJ), com a participação de Samuel Rosa, do grupo Skank, seu parceiro em várias canções, como "Dois rios".



Lançou, em 2007, o CD "Bhanda", tendo a seu lado os músicos Giuliano Fernandes (guitarras e sitar), Barrat (baixo e sintetizadores), Robinson Matos (bateria) e Victor Mazarelo (teclados). No repertório, suas canções "Trem das coisas" e "Carnaval de cor", ambas em parceria com seu irmão Marcio Borges, e "O som das estrelas", entre outras.

Mesmo com diversas canções de décadas atrás com sua assinatura conhecidas pelo público (como "Para Lennon e McCartney", "O Trem Azul" e "Clube da Esquina nº 2"), Lô Borges nunca quis seguir o estereótipo do compositor que se consagra quando jovem e torna o resto de sua carreira uma versão genérica de seu ápice. “Não fiz música só aos 18 anos de idade”, dispara. “A partir da composição inédita é que vem a parceria, o estúdio e o álbum. Se não, você fica sendo aquele cara datado dos anos 70. Eu posso até não acertar, mas não é por falta de procura. Muitas das pessoas da minha geração fazem músicas muito bissextamente. Não tenho nada contra a carreira de ninguém, mas meu temperamento é de buscar coisas novas a cada ano.


Horizonte Vertical

Essa ideia é reforçada em Horizonte Vertical, que mostra uma faceta de Lô Borges que até os parceiros mais próximos ainda não haviam ouvido, como na música “On Venus”, cantada em inglês e com uma sonoridade espacial. “Lembro que quando mostrei esse álbum pro Milton [Nascimento], na casa dele, ele falou: ‘Esse Lô Borges eu não conhecia!’ [risos]”, conta Lô. “Tem uma canção no meu disco anterior [Harmonia] chamada “Chegado”, que é uma coisa meio Nirvana, sei lá. Eu peguei o violão e fiz uma música meio atonal como canhoto, igual ao Kurt Cobain.

Outra mudança em Horizonte Vertical é o foco maior em composições ao piano, algo que, segundo Lô Borges, veio naturalmente nas músicas. “O piano e o violão sempre funcionaram muito dentro da minha composição”, observa. “‘Um Girassol da Cor do Seu Cabelo’ e ‘Paisagem da Janela’ eu fiz ao piano, por exemplo. Nesse álbum específico, o piano está presente no meu dia-a-dia. O diferencial mesmo é que eu gravei com dois músicos [Barral e Robinson Mattos], então tive muito tempo para pensar nos detalhes de sonoridade.



Lô Borges destaca também a família como parte importante do processo de criação do disco. Dedicado ao filho Luca, de 13 anos, o álbum é também uma carta à sua geração. “[Na produção de] todas as músicas que fiz com o Samuel Rosa, que foram cinco (duas entraram no álbum), eu levava meu filho e ele ficava brincando com o do Samuel. Mas meu filho gosta de AC/DC, Guns N’ Roses e Led Zeppelin. Para ele, Lô Borges é um mero detalhe [risos]. O filho do Samuel, que tem 12 anos, já acenou pra mim e falou: ‘Pô, essa harmonia é muito louca, cara!’.”

A música feita nos anos 60 e 70, segundo Lô Borges, tem interessado mais os jovens do que a música contemporânea. “Essa geração está muito interessada, porque se for pegar o que está acontecendo na música brasileira para esse pessoal, digamos que é meio empobrecedora”, opina. “Não vou citar artistas, mas essa música de mídia nunca foi grande coisa, há muitos anos.

Influência dos Beatles
Com Beatles e George Martin eu aprendi a cantar, compor e arranjar. Acho que qualquer disco meu vai trazer uma referência beatle”, diz o Lô Borges-fã. Aos 12 anos, as influências do garoto mineiro se resumiam a obras como o disco Chega de Saudade, de João Gilberto, e as harmonias de Tom Jobim. “Comecei pelo mais difícil [risos]”, diverte-se o músico. “Quando surgiram os Beatles, eu fui ver o A Hard Day’s Night [filme lançado em 1964, conhecido no Brasil como Os Reis do Iê-Iê-Iê] no cinema. Entrei e ouvi aquele primeiro acorde [imita o som da guitarra de “A Hard Day’s Night” com a voz], e ali já mudou tudo na minha vida. Costumo dizer que, por mais que eu já conhecesse música brasileira, meu primeiro contato com os Beatles transformou meu DNA rapidamente. Não que eu fique em casa escutando, porque o que eu já escutei deles não preciso escutar nunca mais! [risos]”



Reunião?
Com o disco Clube da Esquina completando 40 anos de existência em 2012, a possibilidade de uma reunião parece depender apenas de Milton Nascimento. “A gente não tem conversado sobre isso”, revela Lô Borges. “Até me encontro com ele de vez em quando, mas essa coisa do Clube da Esquina, como foi ele que nos convidou pra fazer o álbum... qualquer coisa que for acontecer em relação aos 40 anos tem de partir do Milton Nascimento. Ele é o titular da pasta, entendeu? [risos]. Eu só vou ter vontade se o Milton me convidar, caso contrário vou continuar fazendo meus álbuns, pois estou numa fase muito legal. Aliás, caso não ocorra a reunião, eu considero Horizonte Vertical um presente meu aos 40 anos do álbum, para os fãs.


Discografia Lô Borges

Clube da Esquina (1972)
Em 1972, a família Borges morava no boêmio bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Ali nasceu uma música, um disco e um movimento. “Clube da Esquina”, o disco e a música foram lançados em 1972, quando Lô tinha apenas 18 anos. Muitos poderiam achar muita responsabilidade por dividir um disco com Milton Nascimento, bem como, muita ousadia em gravar “Um Girassol Da Cor Do Seu Cabelo” cantando ao piano, com uma orquestra regida por Eumir Deodato, em apenas dois canais. Como se isso não bastasse, o disco ainda tem “O Trem Azul”, “Cais”, “Paisagem da Janela”, “Nada Será Como Antes” e “Clube da Esquina nº 2″. O movimento a que o disco deu o nome nasceu a partir daí. Na época em que foi lançado, “Clube da Esquina” recebeu críticas positivas, mas a esmagadora maioria não soube reconhecer a genialidade ali registrada. Hoje, 32 anos depois, o disco é reverenciado como um dos dez, se não um dos cinco discos mais importantes da MPB.

Faixas:
01 - Tudo que você podia ser (Márcio Borges - Lô Borges)
02 - Cais (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
03 - O trem azul (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
04 - Saídas e Bandeiras nº 1 (Milton Nascimento - Fernando Brant)
05 - Nuvem cigana (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
06 - Cravo e canela (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
07 - Dos cruces (Carmelo Larrea)
08 - Um girassol da cor de seu cabelo (Márcio Borges - Lô Borges)
09 - San Vicente (Milton Nascimento - Fernando Brant)
10 - Estrelas (Márcio Borges - Lô Borges)
11 - Clube da Esquina nº 2 (Lô Borges - Milton Nascimento)
12 - Paisagem na janela (Lô Borges - Fernando Brant)
13 - Me deixa em paz (Ayrton Amorim - Monsueto)
14 - Os povos (Márcio Borges - Milton Nascimento)
15 - Saídas e Bandeiras nº 2 (Milton Nascimento - Fernando Brant)
16 - Um gôsto de Sol (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
17 - Pelo amor de Deus (Milton Nascimento - Fernando Brant)
18 - Lilia (Milton Nascimento - Fernando Brant)
19 - Trem de doido (Márcio Borges - Lô Borges)
20 - Nada será como antes (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
21 - Ao que vai nascer (Milton Nascimento - Fernando Brant)


Lô Borges (1972)
Seria difícil imaginar que um garoto de 19 anos faria, no mesmo ano de 1972, um trabalho tão ou mais inovador que o anterior, mas a verdade é que isso aconteceu. O “disco do tênis” (como ficou conhecido) é considerado um clássico experimental e à frente de seu tempo. Canções como “Canção Postal”, “O Caçador” e “Faça Seu Jogo” são resultado de uma maratona: “eu compunha uma música de manhã e a gravava à noite”, diz Lô, com um brilho de quem se lembra daqueles belos momentos como se tivessem acontecido ontem.

Faixas:
01 - Você fica melhor assim (Lô Borges - Tavinho Moura)
02 - Canção postal (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
03 - O caçador (Márcio Borges - Lô Borges)
04 - Homem da rua (Lô Borges)
05 - Não foi nada (Lô Borges)
06 - Pensa você (Lô Borges)
07 - Fio da navalha (Lô Borges)
08 - Pra onde vai você (Márcio Borges - Lô Borges)
09 - Calibre (Lô Borges)
10 - Faça seu jogo (Márcio Borges - Lô Borges)
11 - Não se apague esta noite (Márcio Borges - Lô Borges)
12 - Aos barões (Lô Borges)
13 - Como o machado (Lô Borges)
14 - Eu sou como você é (Lô Borges)
15 - Toda essa água (Lô Borges)


A Via Láctea (1979)
Passados sete anos sem registrar absolutamente nada do que compunha, este hiato só seria quebrado em 1979 com o lançamento de “A Via Láctea”. De novo um clássico. Nove entre dez canções de qualquer compilação de Lô Borges são deste disco: “Clube da Esquina 2″ – com uma letra criada por Márcio Borges, em cima do instrumental registrado no disco “Clube da Esquina”, “A Via Láctea”, “Equatorial”, “Vento de Maio”, “Tudo Que Você Podia Ser” e “Nau Sem Rumo”.

Faixas:
01 - Sempre-viva (Márcio Borges - Lô Borges)
02 - Ela (Márcio Borges - Lô Borges)
03 - A Via-Láctea (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
04 - Clube da Esquina nº 2 (Márcio Borges - Lô Borges - Milton Nascimento)
05 - A olho nu (Márcio Borges - Lô Borges)
06 - Equatorial (Márcio Borges - Beto Guedes - Lô Borges)
07 - Vento de maio (Telo Borges - Márcio Borges)
08 - Chuva na montanha (Fernando Oly)
09 - Tudo que você podia ser (Márcio Borges - Lô Borges)
10 - Olha o bicho livre (Rodrigo Leste - Paulinho Carvalho)
11 - Nau sem rumo (Márcio Borges - Lô Borges)


Os Borges (1980)
O ano de 1980 foi muito especial para Lô e sua família. “Os Borges” é um projeto especial que reuniu toda a família, com apenas dois convidados: Milton (que era “da família”) e a pimentinha Elis Regina. Um belo disco que mostrou ao mundo o clima que reinava na casa dos Borges, traduzido em imagens, através da capa, que mostrava o quarto dos meninos, com violões pelo chão e pôsteres pela parede.

Faixas:
01 - Em família (Yé Borges - Márcio Borges)
02 - Carona (Marilton Borges)
03 - Voa, bicho (Telo Borges - Márcio Borges)
04 - Um sonho na correnteza (Yé Borges - Márcio Borges)
05 - Ainda (Telo Borges - Márcio Borges)
06 - O sapo (Folclore)
07 - Eu sou como você é (Lô Borges)
08 - Outro cais (Marilton Borges - Duca Leal)
09 - No tom de sempre (Chico Lessa - Márcio Borges)
10 - Qualquer caminho (Márcio Borges)
11 - Daniel (Solange Borges - Nico Borges)
12 - Pros meninos (Nico Borges - Duca Leal)


Nuvem Cigana (1981)
“Nuvem Cigana”, de 1981, é o disco em que Lô regrava a faixa-título, já registrada no “Clube da Esquina”. Mais uma vez, as composições teriam letras de Márcio e Ronaldo Bastos, com a inclusão de Murilo Antunes no “Clube”. Músicas como “A Força do Vento” de Rogério Freitas e “Viver, Viver” – esta com participação de Milton Nascimento – são uma amostra da capacidade de composição de Lô, que consegue manter um nível altíssimo o tempo todo.

Faixas:
01 - Todo prazer (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
02 - A força do vento (Rogério Freitas)
03 - Vida nova (Lô Borges - Murilo Antunes)
04 - Vai vai vai (Lô Borges)
05 - Uma canção (Ronando Bastos, Lô Borges)
06 - Nuvem cigana (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
07 - Ritatá (Telo Borges)
08 - Viver, viver (Márcio Borges - Lô Borges - Murilo Antunes)
09 - O vento não me levou (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
10 - O choro (Lô Borges)


Sonho Real (1984)
“Sonho Real”, lançado em 1984, se abre com bela faixa “Tempestade”, parceria com seu irmão mais novo, Telo. Mais uma vez, o trio de letristas (Márcio Borges, Ronaldo Bastos e Murilo Antunes) se faz presente, mantendo assim a chama do Clube acesa.

Faixas:
01 - Tempestade (Telo Borges)
02 - Sonho real (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
03 - Nenhum mistério (Murilo Antunes - Lô Borges - Ronaldo Bastos - Murilo Antunes)
04 - Vagas estrelas (Márcio Borges - Lô Borges)
05 - Bom sinal (Telo Borges - Márcio Borges)
06 - Um raio de sol (Márcio Borges - Lô Borges)
07 - Feliz aniversário (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
08 - Arma branca (Murilo Antunes - Paulinho Carvalho - Ronaldo Bastos - Murilo Antunes)
09 - Você fica melhor assim (Lô Borges - Tavinho Moura)
10 - Fios d’água (Instrumental) (Lô Borges)


Solo (ao vivo) (1987)
Em 1987, Lô faz seu primeiro e até agora único registro oficial ao vivo de sua carreira. “Solo Ao Vivo” foi gravado no Rio de Janeiro em uma proposta “violão-piano-voz”, acompanhado apenas por seu irmão Marilton. As participações especiais de Milton Nascimento (em “Um Sonho Na Correnteza”) e de Paulo Ricardo – então no auge de sua carreira com o RPM – em “Para Lennon e McCartney” ajudam a abrilhantar este álbum que jamais foi lançado no país. Um privilégio para o público estrangeiro.

Faixas:
01 - Trem de doido (Márcio Borges - Lô Borges)
02 - Faça o seu jogo (Márcio Borges - Lô Borges)
03 - Canção postal (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
04 - Equatorial (Márcio Borges - Beto Guedes - Lô Borges)
05 - Um sonho na correnteza (Yé Borges - Márcio Borges)
06 - Caçador (Márcio Borges - Lô Borges)
07 - Pra Lennon e McCartney (Márcio Borges - Lô Borges - Fernando Brant)
08 - Clube da Esquina nº 2 (Márcio Borges - Lô Borges - Milton Nascimento)
09 - Sonho real (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
10 - O trem azul (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
11 - Paisagem da janela (Lô Borges - Fernando Brant)
12 - Um girassol da cor de seu cabelo (Márcio Borges - Lô Borges)


Meu Filme (1996)
Quase dez anos separam o anterior deste “Meu Filme”, o disco que o próprio Lô considera como o mais emblemático de sua carreira, ao lado do “disco do tênis”. E não é para menos. O disco foi gravado quase todo com voz, violão e percussão a cargo do mestre Marcos Suzano e do aclamado grupo instrumental Uakti. É claro, as participações especiais dão um charme a mais ao disco: o velho amigo Milton toca sanfona em “Alô”, parceria dos dois; Caetano Veloso assina a letra de “Sem Não” enquanto Chico Amaral, principal letrista do Skank, assina a faixa-título com Lô. É neste disco que Lô Borges inaugura sua bem sucedida parceria com Samuel Rosa (Skank), de quem regravaria “Te Ver”.

Faixas:
01 - Meu filme (Chico Amaral - Lô Borges)
02 - Pura paisagem (Márcio Borges - Lô Borges)
03 - Sem não (Caetano Veloso - Lô Borges)
04 - Solto no mundo (Lô Borges)
05 - Alô (Lô Borges - Milton Nascimento)
06 - A cara do sol (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
07 - Vertigem (Márcio Borges - Lô Borges)
08 - Vai vai vai (Lô Borges)
09 - Blue Girl (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
10 - Te ver (Chico Amaral - Lelo Zaneti - Samuel Rosa)


Feira Moderna (2001)
“Feira Moderna” (2001) é uma coletânea com regravações de alguns de seus maiores sucessos. Com exceção da faixa-título, que foi a primeira gravação de Lô para a parceria sua com Beto Guedes e Fernando Brant, motivado após ouvir a versão acústica dos Paralamas. As participações especiais deste disco vão de Edgard Scandurra – um velho fã da música de Lô – a Samuel Rosa. Um disco para antigos fãs relembrarem e novos terem seu primeiro contato com a música de um gênio sempre precoce chamado carinhosamente de Lô.

Faixas:
01 - Feira moderna (Beto Guedes - Lô Borges - Fernando Brant)
02 - Trem de doido (Márcio Borges - Lô Borges)
03 - Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
04 - Equatorial (Márcio Borges - Beto Guedes - Lô Borges)
05 - A página do relâmpago elétrico (Beto Guedes - Ronaldo Bastos)
06 - Um girassol da cor do seu cabelo (Márcio Borges - Lô Borges)
07 - Nuvem cigana (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
08 - O trem azul (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
09 - Vento de maio (Telo Borges - Márcio Borges)
10 - Para Lennon & McCartney (Márcio Borges - Lô Borges - Fernando Brant)
11 - Clube da esquina nº 2 (Márcio Borges - Lô Borges - Milton Nascimento)
12 - Paisagem da janela (Lô Borges - Fernando Brant)
13 - Ela (Márcio Borges - Lô Borges)
14 - Sonho real (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
15 - Tudo que você podia ser (Márcio Borges - Lô Borges)


Um Dia e Meio (2003)
Mais um hiato de sete anos sem gravar nada inédito, Lô Borges lança, no final de 2003 e de maneira totalmente independente, “Um Dia e Meio”, álbum que não só o recoloca no alto do panteão dos grandes gênios da música, como o aproxima das novas gerações através de seu som – mais moderno e atual. São ao todo 12 faixas, composta por Lô em parceria com alguns dos maiores nomes da MPB, de hoje e de sempre. Da geração “Clube da Esquina”, estão presentes no disco Márcio Borges e Ronaldo Bastos, enquanto Chico Amaral e César Maurício representam a geração que aprendeu muito de seu ofício ao beber na fonte do Clube. Além deles, dois grandes nomes da música brasileira fizeram questão de contribuir para o disco: Arnaldo Antunes e Tom Zé.

Faixas:
01 - Tudo em Cores pra Você (Lô Borges - César Maurício)
02 - Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (Lô Borges - Márcio Borges)
03 - Qualquer Lugar (Lô Borges - César Maurício)
04 - Até Amanhecer (Lô Borges - Márcio Borges)
05 - Chega Pra Ficar (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
06 - Açúcar Sugar (Lô Borges - Tom Zé)
07 - Porque Não? (Lô Borges - Arnaldo Antunes)
08 - Sonho Novo (Lô Borges - Márcio Borges)
09 - Topo do Mundo (Lô Borges - Márcio Borges)
10 - Um Dia e Meio (Lô Borges - Chico Amaral)
11 - Olá Como Vai (Lô Borges - César Maurício)
12 - Tão Bom (Lô Borges)


Bhanda (2006)
BHANDA, o mais novo disco de canções inéditas do cantor e compositor Lô Borges, constituindo-se o 11º álbum lançado, ao longo de quase 35 anos de contribuição à Música Popular Brasileira. Concebido e produzido coletivamente com os músicos que Lô arregimentou para o projeto, BHANDA foi integralmente gravado e mixado em Belo Horizonte, no compasso de uma faixa por mês, entre Maio/2005 e Junho/2006, quando foi finalizado no Sterling Sound Studios (NYC).

Faixas:
01 - Segundas Mornas Intenções (Lô Borges - Chico Amaral)
02 - Pode Esquecer (César Maurício - Barral)
03 - O Tempo É Esse (Lô Borges - Chico Amaral)
04 - Universo Paralelo (Lô Borges - Márcio Borges)
05 - Gira (Lô Borges - Márcio Borges)
06 - Bicho de Plástico (Lô Borges - César Maurício)
07 - Nossa Mágica (Lô Borges - Márcio Borges)
08 - Carnaval de Cor (Lô Borges - Márcio Borges)
09 - Trem das Coisas (Lô Borges - Márcio Borges)
10 - O Som das Estrelas (Lô Borges)


Intimidade (2008)
Menino prodígio da MPB, Lô Borges viu aos 17 anos a sua composição Para Lennon e McCartney virar um hino brasileiro na voz de Milton Nascimento. Pouco mais tarde, vieram as parcerias com os amigos do Clube da Esquina e o legendário disco que os lançou. “Você na cabeça” é um dos versos de Trem Azul (com Ronaldo Bastos). Um dos principais sucessos de Lô, a canção foi não só gravada por Elis Regina, como nomeou o último show da cantora e o álbum do espetáculo, lançado em 1982, pela Som Livre. Os dois sucessos são relembrados na voz do seu criador no DVD e no CD Lô Borges Intimidade, no qual o artista revisita, para um público selecionado, atuais e antigas composições. Um breve olhar pelo repertório, que inclui músicas que se tornaram clássicos: Um girassol da cor do seu cabelo, Feira moderna, Paisagem da janela, Clube da Esquina, revelam porque Lô nunca saiu da cabeça de várias gerações.

Mineiro, o vocalista do Skank Samuel Rosa é um dos herdeiros da sonoridade do Clube. No DVD, o cantor reverencia Lô Borges ao dividir o palco nas canções Clube da Esquina nº 2 e Dois Rios – esta composta por Lô e Samuel com Nando Reis e gravada pela banda no álbum Cosmotron, de 2003. A partir dos anos 2000, Lô compôs e fez mais de 30 shows com Samuel Rosa, além de outras músicas em parceria com Tom Zé, Nando Reis, Arnaldo Antunes, demonstrando grande capacidade de transitar por gerações e estéticas diferentes da que o lançou. No DVD Lô Borges Intimidade, o artista também apresenta outra parceria da nova safra. Fecha a apresentação, a faixa Sem não, que Lô compôs com Caetano Veloso – gravação do álbum “Meu filme”, lançado em 1996, pelo mineiro. A linda Quem sabe isso quer dizer amor foi feita com seu irmão Márcio, e esteve no repertório de Pietá – show e DVD de Milton Nascimento de 2006.

O DVD Lô Borges Intimidade é uma realização Canal Brasil em parceria com a gravadora Som Livre. Acompanha o cantor e compositor a banda formada por importantes músicos e amigos de longa data do artista, como Giuliano Fernandes (guitarras e vocais), Renato Valente (baixo), Robinson Matos (bateria) e Gerson Barral (teclados e synths).

Intimidade – A série Intimidade promove shows intimistas que fogem do formato tradicional de gravar espetáculos em auditórios, com o músico no palco e uma grande platéia. A idéia é realizar uma espécie de ensaio filmado, em que cada artista esteja em seu ambiente de trabalho, cercado de amigos e poucos fãs. A série já lançou os DVDs Guilherme Arantes Intimidade e Oswaldo Montenegro Intimidade.

Faixas:
01 - O trem azul (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
02 - A Força do Vento (Rogério Freitas)
03 - Feira moderna (Beto Guedes - Lô Borges - Fernando Brant)
04 - Qualquer Lugar (Lô Borges - César Maurício)
05 - Clube da Esquina nº2 (Márcio Borges - Lô Borges - Milton Nascimento)
06 - Dois Rios (Samuel Rosa - Lô Borges - Nando Reis)
07 - Clube da Esquina (Milton Nascimento - Lô Borges - Márcio Borges)
08 - Segundas Mornas Intenções (Lô Borges - Chico Amaral)
09 - Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (Lô Borges - Márcio Borges)
10 - Tudo Em Cores Pra Você (Lô Borges - César Maurício)
11 - Equatorial (Márcio Borges - Beto Guedes - Lô Borges)
12 - Nuvem Cigana (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
13 - Tudo Que Você Podia Ser (Márcio Borges - Lô Borges)
14 - Um Dia e Meio (Lô Borges - Chico Amaral)
15 - Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (Márcio Borges - Lô Borges)
16 - Paisagem da janela (Lô Borges - Fernando Brant)
17 - Universo Paralelo (Lô Borges - Márcio Borges)
18 - Para Lennon e Mccartney (Márcio Borges - Lô Borges - Fernando Brant)
19 - Sem Não (Caetano Veloso - Lô Borges)


Harmonia (2009)
“Harmonia” é o cd mais recente do músico e vem com canções inéditas. Descrito como popular, erudito, inovador, musical e pessoal, o cd é fruto de um desafio que o próprio Lô Borges se propôs: inserir a orquestração de cordas em canções populares. “Harmonia” surgiu e foi concebido quando Lô Borges, depois de decretar o fim dos trabalhos de “Bhanda”, disco lançado em 2007, começou a compor alguns temas musicais que poderiam ser registrados com o auxílio das cordas. Assim, o músico e compositor entra em uma nova fase. O resultado final foi melhor do que se imaginava. “Foi realmente um desafio fazer este disco com cordas, mas não me trouxe nenhum stress. O projeto foi incomum, mas às vezes necessitamos de projetos incomuns em nossas vidas”, disse. Ao juntar o pop e o erudito em “Harmonia”, Lô Borges comprova sua teoria de que a música é mesmo universal e está “por aí”, pronta para ser captada por antenas parabólicas musicais.

Faixas:
01 - Caminho (Lô Borges - Márcio Borges)
02 - Chegado (Lô Borges - Márcio Borges)
03 - Cordão de ouro (Lô Borges - Márcio Borges)
04 - Transparente (Lô Borges - Márcio Borges)
05 - Onde a gente está (Lô Borges - Márcio Borges)
06 - Feita de luz (Lô Borges - Márcio Borges)
07 - Viva (Lô Borges)
08 - Imaginária (Lô Borges - Márcio Borges)
09 - Toda essa água (Lô Borges)
10 - Tudo de novo (Lô Borges - Márcio Borges)
11 - Vinheta 78 (Lô Borges)
12 - Fronteira (Lô Borges - Márcio Borges)
13 - Suite Imaginária (Lô Borges)


Horizonte Vertical (2010)
Faixas:
01 - De Mais Ninguém (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
02 - On Venus (Lô Borges / Ronaldo Bastos)
03 - Antes do Sol (Lô Borges - Márcio Borges)
04 - O Seu Olhar (Lô Borges - Patricia Maês)
05 - Horizonte Vertical (Lô Borges - Samuel Rosa - Nando Reis)
06 - Xananã (Lô Borges - Patricia Maês)
07 - Da Nossa Criação (Lô Borges - Patricia Maês)
08 - Nenhum Segredo (Lô Borges - Samuel Rosa - Patricia Maês)
09 - Mantra Bituca (Lô Borges)
10 - Quem Me Chama (Lô Borges - Márcio Borges)
11 - Você e Eu (Lô Borges)
12 - Canção Mais Além (Lô Borges - Patricia Maês)

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