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domingo, 10 de abril de 2011

CULTURA TRADICIONAL E MODERNA SE FUNDEM NO PÁTIO DE SÃO PEDRO

Por Vanessa Araújo

O Pátio de São Pedro surgiu da construção da imponente catedral de São Pedro dos Clérigos e data do século 18. Localizado no universo caótico do "centrão", no bairro de São José, se constitui em um espaço onde cultura tradicional e moderna se fundem, além de manifestações religiosas. Ateliês, bares e restaurantes ocupam os sobrados coloridos originários do período colonial, que parecem se fechar em torno da igreja e se abrir para a manifestações diversas que recebe.

O espaço já foi cenário de filmes locais e nacionais e, atualmente, agrega um conjunto de equipamentos culturais de referências, onde se concentram memórias de artistas e exposições de várias partes do País, abertas ao público durante o dia. No local, é possível visitar os memoriais de Luiz Gonzaga e Chico Science, o Centro de Design do Recife, Centro de Formação em Artes Visuais, Núcleo do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, Museu de Arte Popular (MAP) e a Casa do Carnaval.


Parte desses equipamentos culturais possui exposições fixas e rico acervo cultural disponíveis para consulta. No pátio, é possível encontrar artigos produzidos por artistas pernambucanos na loja-vitrine do Centro de Design do Recife. O Memorial Chico Science (MCS), além do resgate do passado do artista, tem a função de levar a sua filosofia de reinvenção cultural adiante.

Dentre a programação, está exposta uma coletânea de gibis e vídeos, com heresias e provocações no Mamam. Intitulada “Deus, Messi, almoço interminável (não necessariamente nesta ordem)”, a mostra é uma documentação do que o artista Rafael Campos Rocha produziu em 2010. “A exposição é a contraposição ao pensamento positivo, aquela história de virar o mundo de cabeça para baixo”, explica Rafael. No MAP, textos raros de literatura de cordel estão reunidos em uma exposição até o dia 30 deste mês.

Nas noites de sexta e sábado, os visitantes podem aproveitar vasta programação. No meio da semana, acontece o “Terça Negra”, evento musical relacionado à cultura afro-brasileira. “Achei lindo, principalmente a Igreja”, comenta a turista Cibele Nascimento. Mas o lugar é conhecido também por seu ambiente boêmio. Bares e restaurantes tradicionais fazem sucesso pela simplicidade e cardápios fartos. O restaurante Aroeira é um deles. “A história desse restaurante começou com o meu avô e é um dos mais antigos daqui”, conta o proprietário Valdevino Aroeira.

Por lá, passaram clientes como o presidente Juscelino Kubitschek em 1972. A passagem dos visitantes fica registrada em pratos de barro pintados com o nome e pendurados nas paredes do estabelecimento. O cardápio vai de frutos do mar a sarapatel. No pátio, também podem ser encontrados os restaurante e bares Banguê, Acauã e O buraquinho.

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