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sexta-feira, 20 de março de 2009

NORA NEY...

... Caso estivesse viva, a cantora Iracema de Souza Ferreira estaria completando hoje 87 anos de vida. Mas algumas pessoas devem está se perguntando, quem é essa cantora?
Iracema ficou artisticamente conhecida como Nora Ney.
Bastaram menos de dois anos, quase vinte meses, para que a carreira de contadora fosse esquecida e a carioca (de 23 de março de 1922) Iracema de Souza Ferreira fosse coroada Rainha do Rádio, com direito a faixa, trono, fã-clube e toda a liturgia que criava o mito radiofônico no início da década de 50.
Em fins de 1951, Iracema ainda freqüentadora do Sinatra-Farney Fã-Clube, onde cantava nas tardes de domingo acompanhada pelo acordeom de João Donato e o piano de Johnny Alf, dois garotinhos imberbes, foi levada para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Aí já sob o nome de Nora May (o Ney viria depois), estreou cantando em inglês com seu grave vozeirão.
Em 1953 já era ídolo nacional, cantando samba-canção, naturalmente em português. Contratada pela Rádio Nacional, era ouvida pelo Brasil inteiro todas as noites no famoso programa Ritmos da Panair, transmitido diretamente da boate Midnight, do Copacabana Palace Hotel. Foi aí que conheceu o cantor Jorge Goulart, seu companheiro na vida e carreira a partir de então. Gravou Ninguém Me Ama (de Antônio Maria e Fernando Lobo), Menino Grande (só do Maria), De Cigarro em Cigarro (Luiz Bonfá), com imenso sucesso e, nesse mesmo ano, foi eleita Rainha do Rádio.
Cada gravação de Nora Ney era sucesso garantido e ela foi em seqüência: Preconceito (Antônio Maria/Fernando Lobo); É Tão Gostoso, Seu Moço (Mário Lago/Chocolate); Aves Daninhas (Lupicínio Rodrigues); Se Eu Morresse Amanhã (Antônio Maria); Só Louco (Dorival Caymmi); Vai Mesmo (Ataulfo Alves). Em companhia de Jorge Goulart e outros artistas brasileiros, excursiona longamente pela Europa, Américas, África, Oriente Médio e Ásia, com amplo sucesso, transformando-se na maior divulgadora da música popular brasileira em países até então jamais visitados por artistas nacionais.
Passa por período de preconceito profissional em virtude de posições políticas, mas acaba por retomar sua carreira, cantando com o brilhantismo e calor habituais. Em 1989, faz parte do simpaticíssimo grupo As Eternas Cantoras do Rádio, dividindo o palco e emoções com as companheiras de microfones da fase áurea da radiofonia, Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti, Zezé Gonzaga, Rosita Gonzales e Ellen de Lima. Em 1992, depois de 39 anos de vida em comum, casou-se com Jorge Goulart.
Nora Veio a falecer no dia 28 de outubro de 2003.

Fica aqui um álbum que ela lançou na década de 70 e que tem por título um trecho de uma das composição do Nelson Cavaquinho e seus parceiros Guilherme de Brito e Alcides Caminha.

NORA NEY - Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor (1972)

Faixas:
01 - Desabafo (Beto Quartin / Sergio Bittencourt)
02 - Quando Eu Me Chamar Saudade (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
03 - Bar da Noite (Bidú Reis / Haroldo Barbosa)
04 - Vamos Falar de Saudade (Chocolate / Mário Lago)
05 - Preconceito (Antônio Maria / Fernando Lobo)
06 - Franqueza (Denis Brean / Osvaldo Guilherme)
07 - Ninguém Me Ama (Fernando Lobo / Antônio Maria)
08 - A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / Alcides Caminha / Guilherme de Brito)
09 - Obra Prima (Lúcio Cardim / Norberto Pereira)
10 - É Tão Gostoso Seu Moço (Chocolate / Mário Lago)
11 - Quanto Tempo Faz (Paulo Soledade / Fernando Lobo)
12 - Onde Anda Você (Antônio Maria / Reinaldo Dias Leme)
13 - Conselho (Denis Brean / Osvaldo Guilherme)
14 - De Cigarro Em Cigarro (Luis Bonfá)

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