Hoje após dá uma passada em blogs relacionados a música, descobri que no início deste ano faleceu a instrumentista e cantora Edith Oliveira Nogueira, mais conhecida como Edith do prato.
Nas palavras do poeta Hermínio Bello de Carvalho, Dona Edith do Prato é uma espécie de cartão postal sonoro da Bahia. Nascida em Santo Amaro da Purificação, região do Recôncavo Baiano, Dona Edith surgiu para a música brasileira há exatas três décadas, com uma participação indelével no disco Araçá Azul, de Caetano Veloso. Na faixa de abertura do álbum, Dona Edith fazia o que mais sabe: entoar samba de roda (no caso Viola meu bem, D.P.) e raspar a faca no prato, num suingue personalíssimo que lhe valeu o nome artístico. A partir daí, Dona Edith tornou-se referência para diversas gerações de cantadores.
Edith do Prato, foi enterrada por volta das 16 horas desta sexta-feira, 9, no Cemitério Campo de Caridade, em Santo Amaro da Purificação (95 km de Salvador), sob forte emoção de familiares, amigos e artistas, que acompanharam sua trajetória musical. Ela estava hospitalizada desde o dia 18 de dezembro do ano passado, vindo a falecer no dia 09 de janeiro deste ano. O corpo foi velado na capela da Santa Casa de Misericórdia por todo o dia. Durante o velório, o grupo musical do Núcleo de Incentivo à Cultura de Santo Amaro (Nicsa) e as senhoras do Vozes da Purificação, coro das oito cantoras septuagenárias que a acompanhavam no disco e nos shows, prestaram a última homenagem à sambista. No final do sepultamento, Caetano Veloso cantou “Viola meu bem”, acompanhado nas palmas de todos os presentes.Caetano chegou muito emocionado ao enterro, a exemplo dos irmãos dele, de Nicinha (irmã de dona Edith), da escritora Mabel e do cantor J. Velloso. Caetano foi quem projetou dona Edith (ela participou de discos do cantor), mas ela também contou com a ajuda de outros artistas. Caetano resumiu o significado do adeus. “Uma perda muito grande. Uma perda da história cultural do Recôncavo”, disse o cantor. A família Velloso tinha laços fortes com ela, que era mãe de leite de Caetano. Dona Canô, por sua vez, é a mãe de criação de Nicinha, irmã caçula de dona Edith.Ainda adolescente, dona Edith começou a tirar os primeiros sons da metade da cuia de um queijo no quintal de casa. A sambista deixou dois filhos e duas netas.
Dona Edith lançou pelo selo quitanda (biscoito fino) em 2004, um único e primoroso trabalho que tem por título vozes da purificação. O show desse álbum transformou-se em DVD e que foi lançado no ano posterior, vale a pena a aquisição desse material, é um luxo só!
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