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sábado, 31 de janeiro de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Desde 1968 a Shell já vinha investindo maciçamente na associação de sua imagem à simpatia e popularidade de um dos cantores mais populares do final da ´decada de 60 em nosso país: Wilson Simonal. Foram diversos shows, eventos, promoções, comerciais e programas de TV e agora, a um ano da Copa no México, dobrava a parada e apostava tudo em seu contratado.
E Simonal não decepcionou: muito pelo contrário, no Maracanãzinho, onde era esperado que somente fizesse as honras da casa e um showzinho de aquecimento da platéia para Sérgio Mendes, esquentou tanto o público que criou um imenso
problema: não podia sair do palco. Depois de uma histórica performance, a maior de sua vida, Simonal tinha levado 20 mil pessoas ao delírio, cantando com ele, obedecendo alegremente a todos os seus comandos, se comportando como disciplinados
coros de colégio, rindo de suas piadas, exigindo furiosamente que ele continuasse, continuasse sempre, mais-um! mais-um! mais-um!, Simonal não conseguia (nem podia, nem queria) sair do palco, Sérgio Mendes cada vez mais nervoso nos bastidores. Naquelas alturas, na histeria em que estava, o público nem se lembrava mais de Sérgio: queria cantar com Simonal, queria ser regido por Simonal. Nos bastidores, os patrocinadores comemoravam.
Simonal era mesmo o “algo mais”, o tema da campanha da Shell.
Depois de voltar à cena diversas vezes, finalmente Simonal não agüentou e desabou no camarim, com uma crise de choro, taquicardia e falta de ar, começou a gritar por sua mãe e desmaiou.
Enquanto corriam em busca de um médico, Sérgio Mendes (o artista brasileiro mais badalado nos EUA no final da década de 60) entrava no palco com sua força máxima, seus músicos fabulosos, suas gatas com roupas ainda mais sexy, seu som internacional,
seus hits planetários.
Mas o público gritava furiosamente por Simonal! Simonal! Simonal!
Quando Sérgio tocava a sua versão de “Sá Marina” com Lani e Karen cantando em português, na segunda parte, de surpresa, Simonal voltou à cena, cantando com elas e provocando uma das maiores ovações da história do ginásio. Não havia dúvida: Simonal
era o Sérgio Mendes brasileiro.

WILSON SIMONAL - NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI (TRAILLER DO FILME)

Já faz algum tempo que o Cláudio Manoel tenta lançar comercialmente em um filme a triunfal (e ao mesmo tempo vertiginosa) carreira do Wilson Simonal. O filme vem contando através de depoimentos diversos e imagens de shows e entrevistas da época a história desse grande nome da música brasileira. A estréia em circuito nacional desse filme está para o dia 05 de abril de 2009. Valerá a pena conferir!

Cláudio Manoel é um dos integrantes do programa humorístico da Rede Globo de televisão Casseta e Planeta e agora, resolveu se aventurar como cineasta.

DICAS DA MUSICARIA

Seu Jorge – América Brasil o disco (2008)

Faixas:
01 - América do norte
02 - Trabalhador
03 - Burguesinha
04 - Cuidar de mim
05 - Mina do Condomínio
06 - Mariana
07 - Só no chat
08 - Samba rock
09 - Seu olhar
10 - Eterna busca
11 - Voz da massa

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

60 ANOS DO MESTRE...

" Tudo no mundo canta: o mar, nas praias e conchas; as cachoeiras, nas pedras e nas cordas da invisível harpa do ar; o vento, nas palmas e folhas e frestas; os trovões, baixíssimos em céus sopranos; vulcões barítonos e lavas solfejantes. O tempo não canta, passa em silêncio, mas esta é outra canção. Até os pneus dos automóveis lacrados dão suas desafinadas. Conheço um maestro inglês que é plagiário confesso da natureza. Plagiário não, escrivão, servo dos criadores da música mais fugaz, encantadora e natural desta terrinha que nos abriga. Depois de décadas de trabalho profissional em música, este personagem resolveu se aposentar e abraçar o amadorismo mais lírico. Hoje, escreve o canto dos pássaros. Sai por ali, entre bosques e estradas, carregando um belo gravador a tiracolo. Prende na fita magnética os desabafos genéticos de toda sorte de aves. Depois, vai para casa. Pacientemente, reproduz no papel, nota a nota, a partitura efêmera do bichinho oferecida quase sempre ˆ companheira. Quando não pode gravar pessoalmente, por conta desses oceanos que teimam em nos separar de nossos desejos, compra o disco. Assim, ficou conhecendo, por exemplo, o virtuosismo de nosso uirapuru.Bom, e o que o Djavan tem a ver com isso? perguntaria um leitor menos dado a metáforas e anti-metáforas. Calma, eu responderia, já já chegamos lá...Ao comparar o canto de pássaros do hemisfério norte com o das aves tropicais, o tal maestro saiu-se com a seguinte pérola: "Os pássaros europeus têm o canto monocromático. Já as aves tropicais executam partituras policromáticas". Em outras palavras, este escravo da vontade de Deus dizia que o rouxinol é ave sem imaginação se comparada a um canarinho brasileiro.O canto de Djavan é policromático. A gente pode até tocar, lamber, as cores de suas melodias e letras. Sinestesia é mato na obra deste homem de olhos doces como rapadura. Graças a Tupã, Djavan nunca foi tropicalista - é tropical. Graças a sei lá o que, Djavan nasceu regional mas nunca foi regionalista. Mais do que internacional, ele é universal, que o atestem os inúmeros e célebres fãs estrangeiros subjugados por suas melodias surpreendentes, a um só tempo quase heréticas em seu atonalismo e altamente palatáveis, receptivas ao grande público que só conhece as ondas do rádio.O som e a poesia de Djavan prescindem de rima, só o ritmo da beleza espontânea. Tocando seu violão, as mãos de Djavan parecem as chamas de uma fogueira em nosso sertão mais profundo. Toca fogo suavemente em nossos fiapos de coração. Certa feita, ouvi alguém dizer, depois de um show de Djavan no defunto Hotel Nacional do Rio: " Achei José de Alencar demais..." Errou a frase e acertou nas palavras... o José de Alencar e é demais!Há pouco, falei em "beleza espontânea". Temo reconhecer que tal coisa não existe. Quando logra-se alcançar a Beleza, como o faz Djavan, não há nada de espontâneo nisso. Não se chega ao sagrado sem a construção transpirada de catedrais...O Brasil se funda de novo a cada acorde deste artista. Guardião da sofisticação nesses tempos vulgares, Djavan é bálsamo para os que ainda prezam o bom gosto. E é popular, como popular é Beethoven.Por isso, peço em nome deste ser alado do Nordeste: nunca joguem o pão no lixo. Triture as migalhas de sua dura bisnaga e espalhe cuidadosamente pelo parapeito mais próximo. Os passarinhos carecem de se alimentar. Para melhor, e sempre, cantar." (Pedro Bial)

É com esse texto que parabenizo o mestre alagoano pela passagem de seus 60 anos e dentre eles mais da metade a serviço da boa música brasileira.

ANTES DE MAGAL EXISTIA SANDRO

Como disse Rita Lee na antológica Festa de Arromba II, de 1979, “o Sidney Magal rebola mais que o Matogrosso, cigano de araque, fabricado até o pescoço”, que ironicamente é de autoria também de Paulo Coelho, o mesmo que compôs músicas e contribuiu para o sucesso de Magal. De fato o cantor foi fabricado, Magal era a resposta da gravadora RCA brasileira para a gravadora argentina que tinha o original, o cantor Sandro. Magal cantava em português as músicas com as quais Sandro enlouquecia as mulheres argentinas. No DNA do mito Sidney Magal, tem de tudo, tem o mago Paulo Coelho, tem Vinícius de Moraes, tem o cantor argentino Sandro, os produtores Hugo Belardi e Roberto Livi, este, um cantor que fez parte da Jovem Guarda e que é compadre de Roberto Carlos, e tem principalmente Chacrinha, que fazia a festa quando o cantor era escalado para apresentar-se em seu programa.
Se você leu este post, deixe um recado dizendo qual música você mais gosta do repertório de Sidney Magal.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

SILVÉRIO PESSOA EM NÔMADE

Silvério Pessoa, um dos artistas pernambucanos que mais viajou pelo mundo nos últimos anos, compartilha com o público suas impressões sobre as turnês internacionais ao lançar o livro Nômade, publicado pelas Edições Bagaço.O cantor pernambucano revela uma obsessiva prática de fazer anotações sobre tudo o que vivencia entre um show e outro, seja no Nordeste ou na Europa, com espaço para experiências íntimas, impressões pessoais, descobertas profissionais e deslumbres turísticos.
O livro é praticamente todo subdividido em notas ilustradas com fotos. São textos pequenos, visivelmente escritos nas horas vagas. O estilo varia de acordo com cada momento. Alguns trechos são mais literários e se aproximam da linguagem do conto, enquanto outros são bem diretos e didáticos.
Até crítica de cinema ele faz. Há também lampejos manifestados em anotações rápidas, com palavras soltas. Parte do material publicado foi extraída do blog de Silvério (monoliticotema.blogspot.com), que costuma ser usado como diário de turnê.Silvério escreve sobre filmes que assistiu, livros que leu, bandas que descobriu, casas de show onde tocou, comidas que degustou e lugares marcantes que visitou, como o cemitério Père Lachaise, em Paris, ou as avenidas luminosas de Tóquio. Esse conjunto de experiências mostra que ele é um artista aberto às mais variadas referências, que abre espaço tanto para comentários sobre discos de Beck e M.I.A. quanto para homenagens a Dominguinhos e Jackson do Pandeiro.Nômade também funciona como um balanço da carreira de Silvério, com quatro páginas de autobiografia, reproduções dos encartes de todos os seus discos (desde a época do Cascabulho), elogios de jornalistas e textos de críticos e amigos.

FRANCISCO PETRÔNIO - 02 ANOS DE SAUDADE

Como é convencional aqui no Musicaria Brail, procuro sempre trazer para o conhecimento das futuras gerações, alguns dos grandes nomes de nossa música que poucas pessoas fazem questão de lembrar.
Durante essa semana completaram-se dois anos de falecimento do cantor Francisco Petrônio, Francisco, filho de José Petrone e Filomena César Petrone, foi casado com Rosa Petrone, teve três filhos, seis netos. Viveu de intensa atividade artística e familiar, sendo requisitado para apresentações em vários clubes de todo o Brasil. Em certa entrevista ele disse: “Sempre pude contar com muitos amigos, nestes mais de 40 anos de carreira de cantor. Um deles foi o saudoso Airton Rodrigues, que um dia me chamou de “A voz de veludo do Brasil”; outro também saudoso Edson Curi (Bolinha), por tantas oportunidades apresentava-me em seus programas e a gravadora Continental, na TV ou na Rádio”. “Até quando não sei, somente Deus sabe, por enquanto não penso em parar. Nunca tive vício algum, sempre cuidei da minha voz, que graças a Deus ainda não senti o peso dos anos, pois continuo cantando nos mesmos tons originais do início de minha carreira”. Incrível! Já passaram quase mais de 40 anos, desde que começou a cantar profissionalmente pela primeira vez. “Tudo aconteceu numa tarde de fevereiro do ano 1961, aos 37 anos de idade. Estava no meu táxi, um Chevrolet 1946, no ponto onde trabalhava, à Rua Libero Badaró, quando subiu no meu automóvel o então amigo Nerino Silva. Ficamos conversando, eu lhe disse que gostava de cantar, e quando chegamos ao seu destino era TV TUPI, onde ele era contratado, combinamos que eu faria um teste na quarta-feira seguinte. Tudo bem, lá fui eu com o coração disparado e as pernas bambas, mas era tudo que eu queria e sonhava. Fiz o teste com outros cantores e fui naquele mesmo dia, contratado para um período de dois anos, onde faria parte do elenco da TV TUPI e também participações na Rádio TUPI. O mesmo Nerino Silva me levou para a gravadora Chantecler, fui contratado para gravar meu primeiro disco 78 rpm, isso, depois de ter mostrado ao Diogo Mulero (Palmeira), então diretor artístico da gravadora, uma fita magnética em que cantava algumas músicas. Foram escolhidas duas músicas: “Agora”, um bolero, e “Não me Falem Dela”, um tango. O maestro Elcio Álvares fez os arranjos. E lá estava eu com o meu primeiro disco nas mãos, e com meu nome de batismo Francisco.” Em 1961 gravou seu primeiro LONG PLAY, em homenagem a sua profissão (motorista de táxi).

Francisco Petrônio - O Real Baile da Saudade (1974)
Faixas:
01 - Você Quer Dançar Comigo Esta Valsa?
02 - Nada Além
03 - Lola 0
04 - Primavera (Orquestra do Real Baile da Saudade)
05 - A Media Luz (Canta: Lotte)
06 - Se Você Pedir Eu Dou
07 - Lampião de Gás
08 - O Amor é Sempre Amor
09 - As 3 Fases da Vida
10 - O Coreto
11 - Formosa Morena (Orquestra do Real Baile da Saudade)
12 - No Vai-Vem do Mundo (Canta: Heleninha)
13 - Três Horas da Madrugada

domingo, 18 de janeiro de 2009

PAULO MASSADAS

Quem vivenciou os ano 80 e ouviu muitos do sucesso da época, vai lembrar de canções como “Deslizes” (cantada por Fagner), “Amor Perfeito”(interpretada por Roberto Carlos) e “Whisky a go-go” (entoada pelo grupo Roupa Nova) e quem era criança talvez lembre das canções da Xuxa como “Brincar de índio”.
Pois bem, Sabem o que estas canções têm em comum?
Não? Todas essas canções foram compostas Pelo compositor Paulo Massadas.
Massadas na década de 80 formou uma com o pernambucano Michael Sullivan, o que renderam aos dois, diversas canções gravadas ao longo da década em questão. Nos anos 80, essa dupla foi uma das duplas mais gravadas e também uma das duplas que mais conseguiram emplacar sucessos em diversos gêneros no país.
Paulo compunha diversos gêneros de canções que iam desde as canções infantis até baladas que eram interpretadas pelo saudoso Tim Maia. Hoje, Michael Sullivan continua na ativa, porém do Paulo Massadas não consegui encontrar maiores informações de sua vida atual.
Eis aqui algumas das canções que levam também a assinatura de Paulo Massadas:

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Inaugurada no Brasil em 27 de março de 1953, a Columbia era a caçula entre as grandes companhias de discos instaladas no país. No início não possuía estúdio próprio nem cast nacional. Seus grandes sucessos eram cartazes internacionais como Frank Sinatra, Ray
Connif, Doris Day, Percy Faith, Trio Los Panchos... O primeiro contratado no Brasil foi a dupla Frontera e índio, um curioso duo instrumental de acordeom e cavaquinho. Depois vieram Ellen de Lima, Luiz Cláudio, Zezé Gonzaga, Rinaldo Calheiros entre outros menos conhecidos. Dentro da política de expansão do elenco nacional, num segundo momento entraram Silvio Caldas, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Lana Bittencourt, Doris Monteiro, Tito Madi, Sérgio Murilo e Carlos Alberto - o rei dos boleros, e sua versão feminina, Nubia Lafayette. Roberto Carlos fez parte de um terceiro grupo de contratados, e justamente aquele com o qual a Columbia - que em 1962 mudaria sua razão social para Discos CBS – se tornaria a gravadora de maior vendagem no país.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

DICAS DA MUSICARIA

LEILA MARIA - CANÇÃO DO AMOR DE IGUAIS (2007)
Conhecida no meio jazzístico, a cantora Leila Maria confirma seu talento no disco Canções do Amor de Iguais. O CD foi pensado e orquestrado para dar voz a canções com temática gay e é um bálsamo para os ouvidos mais exigentes, quaisquer que sejam as preferências sexuais. Leila, dona de um registro grave e de suingue incrível, é muito conhecida do público GLS. A música Você Vai Ser o Meu Escândalo, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, puxa o novo álbum, que traz canções de variados calibres da MPB, como Johnny Alf (Ilusão à Toa), Chico Buarque (Mar e Lua), Lulu Santos e Ronaldo Bastos (Um Certo Alguém), George Michael (Kissing a Fool), entre outros. Mas dizer apenas que Canção do Amor de Iguais é o primeiro CD com repertório inteiramente sob a temática gay é diminuir o valor do trabalho. A interpretação de Leila Maria, que mistura uma brejeirice de Nara Leão em seus primeiros anos com registro grave, suíngue e variações tipícas do jazz envolve as músicas com brilho, principalmente se comparadas com as interpretações anteriores das canções. A surpresa do disco fica por conta da inclusão de Você Vai Ser Meu Escândalo, de Roberto Carlos. A música, feita em parceria com Erasmo Carlos, naturalmente, foi gravada originalmente por Wanderléa, em 1969. E tem uma letra-desabafo: "Até quando vamos ter que esconder nosso amor / Qualquer dia eu vou gritar o que existe entre nós dois".


01 - Você vai ser o meu escândalo (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
02 - Seu tipo (Eduardo Dussek e Luiz Carlos Góes)
03 - Kissing a fool (George Michael)
04 - Ilusão à toa (Johnny Alf)
05 - Nature boy (Eden Ahbez)
06 - Mapa-mundi (Marina Lima e Antonio Cícero)
07 - Gatas extraordinárias (Caetano Veloso)
08 - Sexuality (K. D. Lang e Ben Mink)
09 - Um certo alguém (Lulu Santos e Ronaldo Bastos)
10 - All of you (Cole Porter)
11 - Mar e lua (Chico Buarque)
12 - Lush life (Billy Strayhorn)
13 - Se você voltar (Angela Rô Rô e Antonio Adolfo)

sábado, 10 de janeiro de 2009

CARLOS, ERASMO (1971)

Eis aqui um álbum marcante na carreira do tremendão Erasmo Carlos. Arranjado por Chiquinho de Moraes, "Carlos, Erasmo..." foi lançado em 1971 e marca a estréia de Erasmo na Philips.
O álbum contou com um time de primeira na sua execução e também com participações especialíssimas como as de Lanny Gordin e Liminha. Com uma produção impecável esse é considerado o disco um dos discos e por muitos considerado o melhor álbum dele.
Seis das onze faixas merecem destaque: "É preciso dar um jeito meu amigo", "Dois animais na selva suja da rua" do Taiguara, "Mundo Deserto", "26 anos de vida normal" de Marcos e Paulo Sergio Valle e "Agora ninguém chora mais" de Jorge Ben e talvez uma das primeiras apologias a maconha em nossa MPB, a canção "Maria Joana", que é uma parceria do Erasmo com o Roberto Carlos e que faz uso de metáforas para se referir a "marijuana". Esse disco tira todos do chão ao ouvi-lo pela primeira vez. Ouçam, é muito bom esse álbum.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

20 ANOS DA CANÇÃO OCEANO DO DJAVAN



Em 2009 comemora-se 20 anos que foi lançado o álbum Djavan.
Esse álbum em 1989 foi lançado como o nono álbum de inéditas do alagoano e trazia 9 faixas. Dentre essas safra de canções inéditas viria a surgir um dos maiores sucessos da história da MPB e da carreira do Djavan: Oceano.

A canção teve grande êxito talvez devido a sua inserção na trilha sonora de uma das novelas da época exibida pela rede Globo, Top Model. Devido ao sucesso alcançado pela novela, o tema de dois dos protagonistas da trama chamados Duda (Malu Mader) e Lucas (Taumaturgo Ferreira) , a canção se tornaria uma das músicas mais executadas no ano de 1989 e um dos discos da carreira do Djavan mais sucedidos.

Djavan vinha de dois discos sem muita expressividade no mercado nacional, depois de ter no início da década vendido milhares de discos com hits como Lilás, Esquinas, Samurai, Sina entre outros.

Vale resaltar que o disco anterior ao de 1989 havia sido lançado dois anos antes e teve uma repercussão maior no mercado fonográfico externo que aqui em terras tupininquis. o disco passou despercebido pelo mercado nacional não chegando emplacar nenhum grande sucesso a carreira do compositor.

A história de Oceano, segundo o próprio Djavan, foi que depois de ter por pretensão produzir uma composição em espanhol, ele martelou um bocadi tentando fazer algo semehante a um flamenco ou coisa parecida e depois desistiu da idéia, abandonando a K7 entre suas coisas com um trecho da melodia.

Tempos depois a sua filha, Flávia Virgínia, ao ouvir esse trecho de melodria fez inúmeros elogios e instigou ao pai em retomar a composição dessa canção.
Assim fez Djavan, completando a melodia e deixando a idéia da música em espanhol de lado para sorte do cancioneiro popular brasileiro.

Dizer que ele abandonou a idéia por inteiro seria um exagero, porque é perceptível a influência moura na melodia da canção, tendo inclusive a participação de um grande violonista flamenco conhecido em todo o mundo, o grande Paco de Lucia.

Oceano tem inúmeras regravações, dentre elas podemos destacar como intérprete dessa música Emílio Santiago, Toots Thielemans, Leny Andrade, Boca Livre, Sérgio Mendes, Caetano Veloso, Carol Welsman entre outros. Além dos inúmeros intérpretes, Oceano talvez seja uma das canções mais regravadas pelo próprio Djavan ao longo dos anos de carreira.
Ele a regravou em inglês (na versão para o mercado americano do álbum de 1989, Puzzle of hearts), espanhol (no álbum lançado em 1992 chamado esquinas, álbum este voltado para o mercado latino), no CD e DVD ao vivo, com o Toots Thielemans e Carol Welsman.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MÚSICA

Uma pesquisa realizada pela Pew Internet em conjunto com o American Life Project, apontou que apenas 7% dos consumidores americanos consideram que a internet vem tendo profundo impacto em suas compras de música.
O estudo informa que 82% dos entrevistados, e 69% daqueles com menos de 35 anos de idade, ainda compram a maioria de suas músicas em CD. Cerca de 15%, ou 27% dos entrevistados com menos de 35, disseram que metade de suas compras foram de faixas únicas em formato digital.
A grande maioria dos pesquisados se baseia na TV, no rádio e no cinema para saber novidades sobre música e pouco mais da metade declarou que informações online tiveram impacto zero em suas aquisições musicais; 70% disseram que a internet os ajudou a encontrar informações sobre artistas que já conheciam, e 57% afirmaram que usaram web sites convencionais, sites de música “streaming” e de web-rádio para conhecer novos artistas.
Como a pesquisa não se concentrou na faixa etária dos 12 aos 24 anos, estima-se que uma amostragem desse universo específico revelaria uma maior influência da internet nas escolhas de compra.

Fonte: Portal Imprensa

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Em julho de 1959 Roberto Carlos entrou no estúdio para gravar o primeiro disco de sua carreira, um 78 rotações com as canções Fora do tom e João e Maria.
Já o segundo compacto vem em agosto de 1960: um 78 rpm com as faixas Canção do amor nenhum e Brotinho sem juízo.
Em seguida vem o primeiro LP do rei, que diferente das vendagens posteriores em sua carreira vendeu apenas 512 cópias segundo sua biografia não autorizada: Roberto Carlos em detalhes.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MAYSA - QUANDO FALA O CORAÇÃO

Estreiou hoje na Rede Globo de televisão a minissérie Maysa - Quando fala o coração.
Minissérie escrita pelo Manoel Carlos e dirigida pelo único filho da cantora Jayme Monjardim, a trama terá nove episódios e é uma das escassas coisas inéditas na tv brasileira durante esse mês de recesso dos canais.
Da menina sapeca à mãe, mulher rebelde e em busca de seus sonhos. Da época do rádio até o predomínio da televisão. A minissérie cobre toda a vida da cantora Maysa Matarazzo, e, por meio dela, é possível obter um panorama da vida brasileira no período dos anos 50, 60 e 70.
No começo dos anos 50, quando a cantora ainda é uma criança, vêem-se famílias conservadoras da alta sociedade. À medida que Maysa cresce, é possível ver as mudanças pelas quais o Brasil passou nesse tempo. O comportamento devia ser “adequado”, pois havia uma cobrança muito grande para isso, tanto que Maysa foi enviada para um internato quando criança para ter uma educação digna de jovens de seu nível social.
Chegam os anos 60 e, com eles, começam as mudanças. Maysa, porém, já estava adiantada há muito tempo. Não era a menina que seus pais imaginavam, mas a que ela mesma criava. Seguia seus sonhos e se afirmava como uma mulher independente. Como era independente, não recebia pensão depois de divórcio ou não. Não se cansava e buscou várias novidades.
Foi para a Europa seguir sua carreira e fugir da fama que lhe perseguia. Encontrou um amor e por lá ficou. Voltou e os anos 70 apareceram meio de surpresa. O sucesso continuava e o país se modernizava, enquanto isso. Era tempo do milagre econômico e as vendas de discos de Maysa se mantinham sustentáveis. No Brasil, ela abraçou de vez a carreira televisiva. Arriscou-se até em telenovelas, já famosas pela qualidade e popularidade.

CD 1 - Faixas:
01 - Resposta
02 - Tarde Triste
03 - Adeus
04 - Ouça
05 - Franqueza
06 - O que
07 - Se Todos Fossem Iguais a Você
08 - To the Ends of the Earth
09 - Bronzes e Cristais
10 - Por Causa de Você
11 - Suas Mãos
12 - Bom Dia, Tristeza
13 - Eu Sei que Vou Te Amar
14 - Hino ao Amor

CD 2 - Faixas:
01 - Dindi
02 - O Barquinho
03 - Bésame Mucho
04 - Chão de Estrelas
05 - I Love Paris
06 - Quizás, Quizás
07 - Fim de Noite
08 - Primavera / Valsa de Eurídice / Canção do Amanhecer
09 - Demais / Meu Mundo Caiu / Eu Preciso Aprender a Ser Só - ao Vivo
10 - Ne Me Quitte Pas - Ao Vivo
11 - Bonita
12 - What Are You Doing the Rest of Your Life?
13 - Morrer de Amor

domingo, 4 de janeiro de 2009

NOSSOS COMERCIAIS, POR FAVOR

Por José Teles

Pouquíssimos brasileiros sabem quem é Celso Fonseca (guitarrista e produtor de nove entre dez astros da MPB, conceituadíssimo no exterior). No entanto, a maioria conhece seu único sucesso, embora tampouco ligue o nome do autor à música. Slow motion bossa nova (parceria com Ronaldo Bastos), a tal, está num comercial estrelado por Giselle Bündchen para uma marca de sandálias. Estranho que as gravadoras não explorem mais este filão. Preferem novela, que se limita praticamente à Globo, e só é ouvida em determinado horário. Enquanto comercial rola em todos os canais, e muitas vezes no rádio. Além do que em trilha de novela muitos são os escalados e poucos os escolhidos para o sucesso.Música e propaganda andam juntas desde, com perdão da expressão, tempos imemoriais. Carmem Miranda, nos anos 40, cantou num dos primeiros comerciais da Coca Cola no Brasil "Coca-cola é a bebida da cordialidade, é de confiança". Nos anos 50, e durante praticamente toda a carreira, Luiz Gonzaga nunca se esquivou de fazer jingles (foi um dos pioneiros na música brasileira a não ter pruridos em ser garoto- propaganda, do Colírio Moura Brasil, ao fumo Dubom, e o Café Petinho, entre muitos outros). Paraíba, dele e Humberto Teixeira, foi um jingle da campanha de José Américo, ao governo estadual. Acabou virando um clássico da MPB. Como não me proponho a contar a história da música na publicidade. Salto para o final dos anos 70. Em 1980, Jimmy Cliff fez um memorável turnê com Gilberto Gil e com ares de superestrela. Em 1968, ele chegou a morar no Rio, cantou até no programa de Chacrinha, como um ilustre desconhecido (embora tenha sido um dos formatadores do reggae). A razão do sucesso do jamaicano em 80, foi a inclusão de uma música sua, The love i need num comercial de cigarros (Holywood, salvo engano). A música era ótima, mas só ficou conhecida no patropi graças ao reclame na televisão.Antes de Cliff houve outros. Um destes, tinha tido um sucesso tão absurdo dois anos antes, que começava a cair em declínio. Com a propaganda de Hollywood pipocou, no Brasil. Foi Peter Frampton com Breaking all the rules, que virou um megahit por aqui. No estrangeiro, a prática sempre foi muito utilizada.Feelings de Maurício Alberto, ou Morris Albert para os íntimos esteve num comercial da Pacific Phone Co. e Yellow River, da banda, da banda inglesa Christie (um dos maiores sucesso do começo dos anos 70), serviu para divulgar as catálogo telefônico, Yellow Pages, na ilha da Rainha Elizabeth.É muito comum (ou pelo menos já foi), acontecer também o vice-versa. Aqui, um dos exemplos mais conhecidos foi o do jingle da Shell feito pelos Mutantes em 1969, que virou Algo mais, faixa do segundo LP da banda. Foi, como dizem os apresentadores de TV no carnaval: muita irreverência, dos irreverentes Mutantes, porque música comercial já é meio estigmatizada, que dirá música comercial de comercial (a título de curiosidade, a Shell em 1966 fez um comercial com Roberto Carlos, que não canta, só fala o texto). Lá fora não é raro comercial virar música comercial, e sucesso mundial. Foi o caso de um tema instrumental feito por Bob Crewe (um cara que foi uma fábrica de hits nos anos 50 e 60), para a Diet Pepsi, depis gravada pelo próprio Crewe, no Bob Crewe Generation. A música? Theme to watch girls by, que foi gravada por um zilhão de gente (aqui no Brasil teve versão com Ronnie Von na fase Jovem Guarda), e virou um standard da música mundial. We've only just began, a assinatura sonora dos Carpenters, foi feita originalmente para um comercial de um banco dos EUA, o Crocker Bank, cantada pelo autor Paul Williams. Karen e Richard Carpenter a regravaram e ganharam dinheiro suficiente pra fundar um banco. Um dos maiores sucessos de um jingle que virou canção foi I like to teach the world to sing, com os New Seekers (grupo neo-folk surgido nos anos 60), feito para a Coca-Cola, que vendeu 12 milhões de cópias em 1970.A desgraça caída em cima de Michael Jackson pode ter sido coisa de beatlemaníaco, irado contra ele, por ter metido pela primeira vez a sacrossanta música dos Beatles num comercial. E John Lennon deve ter dado cambalhotas o túnel, porque botaram logo Revolutionmúsica feita em 1968, quando ele não se sabia se era ou não a favor do presidente Mao (Tzé Tung). A Yoko Ono é atribuída parte da culpa (culpa?). O certo é que o bregueço foi tão controverso, que os três Beatles mais a viúva prometeram-se não mais deixar nenhuma canção do repertório do Fab Four cair em comercial. Mas voltou a cair.Desta vez a culpa vai para dona Yoko, Instant karma de John Lennon foi também parar num comercial da Nike. A turma da marca de tênis parece apostar no taco dos Beatles. Mais um de seus comerciais usa a suíte final de Abbey road (You never give me your money, Carry that weight) E nesta o vil metal falou mais alto para Paul Mccartney. No comercial ele aparece na foto da capa do disco em 1969, de pés descalços, e logo em seguida as pernas de alguém (claro que não foi McCartney) atravessando uma faixa-de-pedestre, ou zebra crossing, como dizem os ingleses, com os pés calçados, num par de tênis da Nike, obviamente. Os Beatles são tão cobiçados pelo pessoal da publicidade, que até o falecido Stu Suttcliff, baixista do grupo no comecinho do grupo (morreu de câncer no cérebro em 1961) virou estrela póstuma de um comercial da Kleenex.Mas, a maioria destes episódios aconteceram nos anos 80, década muito distante dos românticos anos 60, a era da praticidade e cinismo yuppies. Se os Beatles poderam, por que não Tom Jobim? Houve chiadeira, muito pouca, quando o maestro engordou a sua já polpuda conta bancária cedendo os direitos de Águas de março, para um comercial da Coca-Cola. É pau, é pedra, é o fim do caminho, e Águas de março teve mais recentemente outra inserção em comerciais, desta feita de uma companhia de gás inglesa, e com uma letra feita por quem entendia de comerciais, mas nem um pouco de boa música. Mas é isto aí, para relembrar o slogan da Coke, parafraseando Sinhô, música, feito passarinho (antes do Ibama), é de quem pagar mais.

sábado, 3 de janeiro de 2009

ÁLBUM DA NOVA BANDA DE RODRIGO AMARANTE SERÁ LANÇADO NO BRASIL

O álbum de estréia do Little Joy, nova banda de Rodrigo Amarante com Fabrizio Moretti, baterista dos Strokes, será lançado no Brasil na segunda quinzena de janeiro pelo selo slapresenta (Som Livre Apresenta).
O auto-intitulado trabalho de estréia do Little Joy saiu nos Estados Unidos em novembro. O disco tem produção de Noah Georgeson, parceiro de Devendra Banhart. Além do ex-integrante do quarteto carioca Los Hermanos, o grupo inclui a namorada de Moretti, Binki Shapiro, como vocalista e tecladista.
O trio decidiu criar um projeto depois que os músicos foram apresentados por amigos em comum. O entrosamento foi tanto que eles se mudaram para uma casa em Echo Park, Los Angeles, para compor. O Little Joy fará uma turnê pelo Brasil em janeiro e fevereiro. Além dos três integrantes oficiais, sobem ao palco Matt Romano (bateria), Todd Dahlhoff (baixo) e Noah Georgeson (guitarra, glockenspiel e teclados).

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

1 ANO DE MUSICARIA BRASIL

É com muita satisfação que comemoro um ano de existência do MUSICARIA BRASIL e suas postagens esporádicas dedicadas exclusivamente ao cancioneiro popular brasileiro.
Foram, nesse primeiro, ano cerca de 200 postagens e uma média geral de um pouco mais de 7000 visitas ao blog. São números simplórios, mas que demonstram que até os pequenos espaços espalhados na rede têm a sua parcela de relevância para a divulgação da música brasileira.
O MUSICARIA criou posts fixos como, por exemplo, o CURIOSIDADES DA MPB, onde pelo menos uma vez por mês vocês sabem algo curioso, tendo como personagens desses casos os relevantes nomes da nossa MPB.
Criamos também o post DICAS DA MUSICARIA, onde frequentemente é disponibilizado um álbum para download, além de outras matérias interessantes ao longo desse primeiro ano de existência.
O que mais me deixou orgulhoso no ano que findou-se foi a assiduidade das visitas durante o mês de outubro, quando o mês foi inteiramente dedicado aos 50 anos da bossa nova e para esse fato histórico em nossa música indicamos para audição cerca de 50 álbuns referentes ao tema.
Vale salientar que a proposta tem sido atendida. Ao longo do ano foram vinculadas diversas notícias musicais ao blog além da indicação de cerca 300 discos dos mais diversos artistas. Que venha 2009 e junto com ele a democratização da música brasileira esteja cada vez mais sacramentada.

Abraço a todos!!

Bruno Negromonte