SOU TUDO, ATÉ AVÔ
Sou o pai que engaveta o grito, desemburra a cara emburrada e esconde o castigo num lugar tão bem escondido que nem mesmo eu sei onde. Sou a mãe que usa e abusa da prerrogativa da tolerância e, sempre sorridente, mantém a caneta à mão para a prevenção de um Habeas Corpus justo e pertinente, para a sentença de alforria e o alvará de soltura. Sou a tia que conta histórias e que, apesar do lobo mau, das bruxas e das tantas madrastas descobre sempre um jeito de inventar príncipes encantados e caçadores bem intencionados por todos os lados para fazer brotar alegrias em seu sorriso. Sou o tio que, ainda que detestando praia e sol quente, leva-o até o mar e com ele se solidariza no lambuzar de areia sob o sol que houver. Sou o coleguinha de escola, repartidor das manhãs num parquinho infantil, subindo escadas, descendo escorregos, num balanço a balançar alto, correndo e caindo, caindo e correndo de novo. Sou um lutador na guerra de travesseiros e de espadas imaginárias, desafiando a criatividade e a inocência infantil, ele, super-herói invencível. Sou um compositor que se inspira e escreve canções que falem dele, sempre de bem. Até em Poeta me transformo para escrever bestagens e bobagices sobre ele. Afinal, sou avô de Bernardo.
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