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sábado, 17 de agosto de 2019

DA LAMA A FAMA: DISSECANDO O MOVIMENTO MANGUE BEAT (1994-2004) - PARTE 06

Por Marcilo José Ramos da Silva



RESUMO: O trabalho a seguir, pretende analisar a temática Mangue Bit, também conhecido como Mangue Beat, movimento artístico-musical criado no inicio dos anos 90 na cidade do Recife-PE por jovens músicos, jornalistas e artistas da periferia local. Tal movimento pretendia alertar a população para a ociosidade cultural a qual a cidade se submetia na época, como também conscientizar a comunidade para os problemas sociais dos quais a população sofria. O Movimento Mangue Beat serviu para dar vez e voz a quem até então vivia a margem sócio-econômica da cidade. Com o surgimento da cena Mangue, o subúrbio passou a ser visto não só como um lugar de violência e desprezo, mas sim, também como um lugar de produção cultural de qualidade. Foi a partir do Mangue Bit que os tidos, classe “B” e “C” puderam se expressar artisticamente marcando assim um novo recorte no campo cultural recifense. Entretanto, os mentores da cena não estavam preocupados só com a produção musical, mas também com a questão ambiental, pois o processo de modernização da cidade aterrou os mangues para dar lugar a avenidas e prédios, ou seja, o movimento ao mesmo tempo que se preocupou com a estagnação musical, denunciou a degradação do ecossistema local, tendo em vista que o mangue é considerado berçário da maioria das espécies marinhas. Para isso se muniram de um documento, o manifesto Mangue, é dividido em três partes e nelas podemos notar a presença dos discursos culturais, ambientais e de identidade. Para a difusão do Manifesto Mangue, seus criadores utilizaram-se tanto da mídia impressa quanto da mídia digital, além do que, criaram uma linguagem própria, baseada em metáforas e gírias ligadas ao ecossistema manguezal. O Mangue Beat esteticamente rompe com a dita tradição musical, se utilizando de fusões rítmicas para fomentar outro gênero que tem como característica a junção do moderno com a tradição, o lúdico com o político, diversão e preocupação. 


PALAVRAS-CHAVE: Mangue Beat. Maracatu. Manifesto. Chico Science




2.1 Alguns CD’s


2.1.1 CD Da Lama ao Caos

Assim como o manifesto, o disco Da Lama ao Caos (1994) é outro marco importante para a consolidação da nova cena cultural recifense. Juntamente com Samba Esquema Noise (1994), disco lançado praticamente ao mesmo tempo, o som do Mangue era difundido país a fora. Mas, apesar de ser classificados como Mangue Beat, se comparadas, as obras não tinham características em comum em sua sonoridade, até porque o conceito Mangue vai além de alfaias ou lama, sua sonoridade não tem uma estética definida, variando de banda em bandas. Por exemplo, no disco Da Lama ao Caos predominam os ritmos hard rock, rock psicodélico, Black e afro americano nos gêneros rap, funk e soul music, assim como o african pop (makossa) e matrizes regionais como maracatu, coco, ciranda e pastoril. Onde os instrumentos de percussão usados para a obtenção de tal sonoridade são alfaias, triangulo, zabumba, berimbau, caixa, chocalho e os elétricos guitarra, baixo e samples. Em 94, as novas tecnologias de hoje ainda não estavam disponíveis ao publico e algumas se quer existiam. Foi o ultimo “boom” da industria da música. A Sony Music (e o selo Caos) souberam aproveitar bem o que seria o ultimo sopro de criatividade contracultural brasileiro. Foi na mesma época que também foram lançados pela Sony, às bandas Skank, J. Queste, Cidade Negra, Planet Hemp e o rapper Gabriel o Pensador. Os produtores perceberam que essa era uma boa oportunidade de se alcançar o publico consumidor jovem. O rock nacional vivia um grande dilema, afinal, depois da exclusão verbal de duas décadas, “amordaçados” pela ditadura militar e uma pequena visibilidade vinte anos depois (anos 80) do surgimento do rock’n’roll, o rock nacional ganhava visibilidade “profissional”, mal sabia ele (o rock) que seus “15 minutos de fama” duraria apenas uma década. Em suma, o disco de estréia da banda Chico Science & Nação Zumbi alcançou as expectativas previstas e foi além, mostrou não só aos brasileiros como também ao mundo como se fazia rock nacional de qualidade. O disco vendeu mais do que o esperado e foi lançado nas versões européia e americana.

No disco produzido por Liminha, continha uma regravação da música Computadores Fazem Arte, da banda “irmã” Mundo Livre S/A. No Da Lama ao Caos ainda continha um sample Boa noite do Mestre Meia-Noite na música A cidade, as canções de destaque do disco foram: Maracatu de tiro certeiro, A praieira, A cidade, Risoflora, Samba Makossa, Da lama ao caos, e Coco Dub; sendo feito clipes das músicas: A cidade, e Maracatu de tiro certeiro. A canção Coco Dub é trilha sonora do programa educativo Ação, exibido pela rede Globo de televisão. A canção A praieira foi tema de personagem de novela na mesma emissora. Algum tempo depois, canções como A cidade, e Samba Makossa foram regravadas respectivamente por Gabriel O Pensador, Planet Hemp e Chalie Brown Jr. O disco de estréia da banda CSNZ veio repleto de Guitarras distorcidas por Lucio Maia, um Contra-Baixo marcante tocado por Dengue. Na caixa, o ex-integrante Canhoto e na percussão com Maracás, Ganzás, Pandeiros tocados por Toca Ogam. Já os famosos tambores africanos, mas conhecidos por Alfaias ficaram a cargo do trio Jorge do Peixe, Gira e Gilmar bola 8. A mistura do novo e do velho, do vindo de fora com o regional fez com que os Mangueboys emergissem do underground e conseguissem chegar ao tão sonhado sucesso, ser reconhecido e gravar. O ingrediente da sopa do sucesso? Uma fusão do tradicional com o moderno englobando assim diversas culturas.


2.1.2 CD Samba Esquema Noise (1994)
Assim como já foi dito, o conceito ‘Mangue’ vai além da estética musical, não se resumindo a elementos “A” ou “B”, mas sim a uma ideologia além da música. No disco de estréia da Banda Mundo Livre S/A, Samba Esquema Noise – 1994, a banda segue uma sonoridade quase que inversa a Chico Science & Nação Zumbi, utilizando-se de ritmos caribenhos como ska e reggae, assim como diferentes matrizes nacionais a exemplo: o samba, samba soul, partido alto e samba de breque. Tendo como maior influência a filosofia das bambas punks e a musicalidade de Jorge Ben (Jor). Podemos notar então que, apesar de seguir e partilhar da mesma temática Mangue, o som feito pela Mundo Livre S/A é diferenciado da Chico Science & Nação Zumbi, que por vez também diferenciado de outras tantas bandas Mangues. Em relação aos instrumentos utilizados no disco Samba Esquema Noise podemos escutar o som da bateria, do pandeiro, berimbau, tamborim, bongô, caxixi, apito, congas, guizos, cowbell e triangulo. Assim como os elétricos guitarra, teclado, baixo, órgão, minimoong, samples e lipotronic. E, os acústico: violão, cavaquinho, piano, sax tenor e trompete. Lançado pela Warner Music (Indie Banguela) a Mundo Livre S/A também tem boa aceitação no mercado, nada comparado aos Raimundos (na época colegas de gravadora), porém além das expectativas. Com o lançamento dos discos Da Lama ao Caos e Samba Esquema Noise estava sonoramente apresentado ao mundo o Mangue Beat. Posteriormente mais bandas Mangues (como Jorge Cabeleira, Mestre Ambrósio, Eddie, Bonsucesso Samba Clube, Devotos do Ódio, Faces do Subúrbio, entre outras) gravaram e tiveram seu espaço tanto na mídia local como no mercado fonográfico nacional.


2.2 Temáticas Presentes nas Músicas

Com predominância musical, o movimento Mangue Beat tem um vasto campo de pesquisa no quesito canções; musicalidade e letras. Embora heterogenias em ritmos, as bandas Mangues são bandas homogenias em signos e letras, se preocuparam em expor em sua sonoridade, as dissidências ameríndias e negras inseridas em nossa identidade nacional. Embora ritmicamente, necessariamente não tenham nada a ver umas com as outras, compartilham da mesma temática (preocupação com o crescimento desordenado da cidade do Recife e a degradação do meio ambiente, sobretudo do ecossistema manguezal) e acima de tudo, tais grupos musicais em suas letras explanam o descaso social com o povo da outrora denominada classe C e D.

Como exemplo de preocupação com o ecossistema Manguezal podemos citar a música Cidade Estuário.

Cidade Estuário
(Mundo Livre S/A, 1994)

Maternidade Salinidade Diversidade Fertilidade Produtividade
Mangue, mangue Mangue, mangue Mangue...
Recife cidade estuário, és tu Recife cidade...
Água salobra desova e criação, criação
Matéria orgânica da qual vem produção, produção


O mangue injeta, alimenta, abastece, recarrega as baterias da beleza Esclerosada, destituída, debalterada, engrudecida Mangue, mangue, mangue, mangue town, cidade complexo, caos portuário, caos portuário.

Nela vemos que o seu autor - Fred 04 - trata com suma importância a fertilidade e diversidade de vida que existe nos mangues, ou seja, a canção trata os mangues como berçário e refeitório natural da maioria da vida marinha. Sendo assim, acabando os mangues, a vida marinha consequentemente também definhará. Entretanto o manguezal (ainda) é importante e faz parte da cidade do Recife. Enquanto o manguezal “respirar” haverá uma ponta de esperança. Podemos supor que, Recife (segundo Fred) ainda é um espaço fértil, tanto biologicamente falando quanto culturalmente. Esse também era o pensamento de Chico Science, pois o mesmo certa vez denominando os Mangue boys falou que: ...Somos caranguejos com antenas parabólicas, saímos dos manguezais do Recife, mas estamos de ouvidos abertos para todos os sons do mundo” (Chico Science apud ARIMATÉIA, 1993. p 64). Na fala de Science podemos notar que, apesar de Recife estar localizada no nordeste brasileiro (região economicamente menos desenvolvida se comparada com a região sudeste), os Mangue boys estavam antenados com tudo que acontecia de novo no cenário musical e tecnológico. Pois ser um Mangue boy ou uma Mangue girl era (é) mais que uma “moda”, é um estilo de vida que prega a filosofia da interação com a natureza e a mistura do “new” com a tradição.


Antene-se
(Chico Science & Nação Zumbi, 1994)

É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo, Escutando o som das vitrolas que vem dos Mocambos Entulhados à beira do Capibaribe na quarta pior cidade do mundo, Recife cidade do mangue, incrustada na lama dos manguezais, Onde estão os homens Caranguejos... É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo, Procurando antenar boas vibrações, Preocupando antenar boa diversão”.


Para ser uma Mangue Girl ou um Mangue boy, o sujeito tem que ser simples, porém ter um censo critico e ser politizado, preocupado com a natureza e a exploração exacerbada da mesma. Ser divertido e ter a cabeça aberta para novas idéias. Apesar de morar em uma das piores cidades do mundo para se viver no quesito qualidade de vida, dar valor as expressões culturais locais. Ter a cabeça equilibrada é ter caráter, personalidade e atitude. O quadro deveria ser mudado. Porém, segundo a letra só poderia acontecer tal mudança se antes de tudo a juventude arregaçasse as mangas e fizesse a mudança com as próprias mãos, mas sem esquecer de viver, respeitar e ter bondade no coração.

Na letra da música Rios, Pontes e Overdrives percebemos uma preocupação com o eco sistema recifense ligado a questão social de pobreza:

Rios, pontes e Overdrives (Chico Science/Fred 04 - 1994)

Por que no rio tem Pato comendo lama?
...E a lama come Mucambo e no Mucambo tem mulambo
E o mulambo já voou, caiu lá no calçamento bem no sol do meio-dia, O carro passou por cima e o mulambo ficou lá,
Mulambo eu, mulambo tu, Mulambo eu, mulambo tu
Mulambo boa peça de pano pra se costurar mentira, Mulambo boa peça de pano pra se costurar miséria, miséria”.


Se o pato come lama é porque o meio ambiente se encontra em estado crônico de degradação, até porque lama não é a comida natural dos patos, se quer, lama é comida! Além dos animais, o próprio homem sente os efeitos do progresso, pois, tem que conviver com a violência, o desemprego e a morte. No contexto vigente, “mulambo” é o homem que vive na miséria e tira seu sustento do mangue, tendo em vista que mulambo é a denominação de peça de roupa barata e mocambos são moradias precárias da população ribeirinha local. Assim, como Josué de castro, Chico Science e Fred 04 denunciam a precariedade na qualidade de vida da classe marginalizada, ou seja, pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza.



2.3 Perfil de um Malungo

Alguns elementos de identidade cultural foram instituídos para que se consolidasse a nova “tribo urbana” dos Mangue boys. Signos estes diluídos nas formas de vestir e na maneira de falar. As roupas de chita (tecido barato e florido muito comum na região nordeste) misturados, por exemplo, a tênis Adidas é um exemplo de mescla cultural. O chapéu de palha (outrora usados pelos cortadores de cana) e os colares de circuitos de computador também formam um bom exemplo de mistura entre tradição e tecnologia. As gírias também são um caso a parte. Nas “tribos urbanas”, temos como elemento de identidade cultural o vocabulário enriquecido com palavras especificas que são compreendidas e faladas apenas por aqueles do grupo em questão. Os Mangue boys dispunham do seu próprio dialeto. Entre algumas palavras as mais faladas são: Malungo, que significa companheiro; Macô, Saudação de chegada; Risoflora, moça bonita; Saúdo de Aratu, quando o sujeito se encontra com pouco dinheiro e Ficar no Caritó, quando o individuo ficava muito tempo solteiro (a).

Todos estes elementos de identidades culturais serviram para transformar sujeitos, assim como também formar opiniões.

Foi graças ao jeito Malungo de ser, que os Mangue boys conseguiram atrair para a cena Mangue uma estética mercadológica, ou seja, com grifes interessadas na moda Mangue, os Caranguejos com cérebro (salvo as devidas proporções) conseguiram sair da lama e alcançar a fama. Camisas, Tênis e até cadeiras estão entre os objetos criados a partir da temática movimento Mangue Beat.





FONTES E BIBLIOGRAFIA 

1. Discografia. 
Mundo Livre S/A. Samba Esquema Noise. Warner, 1994. 
Chico Science e Nação Zumbi. Da Lama ao Caos. Sony Music, 1994. Chico Science e Nação Zumbi. Afrociberdelia. Sony Music, 1996. 
Chico Science e Nação Zumbi. CSNZ. Chaos/Sony Music, 1998. (Cd póstumo) 


2. Videografia. 
ALENCAR, Alexandre. De malungo pra malungo. 1999. (42 min. Cor) ASSIS, Cláudio. Texas Hotel. 1999 ( 14 min. cor). 
.Um passo à frente e você já não está no mesmo lugar. 2000 (50 min. Cor) 
. Amarelo manga. 2003 ( 100 min. Cor). 
CALDAS, Paulo. & LUNA, Marcelo. O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas. 2000. (75 min. Cor). 
. & FERREIRA, Lírio. Baile Perfumado. 1997 (93 min. Cor) FERREIRA, Lírio. Árido Movie. 2003 (115 min. Cor) 
GOMES, Marcelo. Maracatu, Maracatus. 1995 (14 min. Cor) 
. et al. A perna cabiluda. 1997. (19 min. Cor) 
MAHEIRIE, Kátia. Sete mares numa ilha: a mediação do trabalho acústico na construção da indentidade coletiva. 2001. 
QUEIROZ, Bidu. & BARROSO, Cláudio.O mundo é uma cabeça. 2004 (17 min. Cor) TENDLER, Sílvio. Josué de Castro, cidadão do mundo. 1995. (52 min. Cor) 


3. Bibliografia. 
ABREU, Martha. Cultura Popular: um conceito de várias histórias. São Paulo: Nova Fronteira,1999. 
ALMEIDA, Candido José Mendes de. O que é Vídeo. São Paulo: Nova Cultural/Brasiliense, 1985. (col. Primeiros Passos). 
ANDRADE, Mario de. Compêndio sobre a música brasileira. 2 ed. São Paulo:Chiarato, 1929. 
. Ensaio sobre a música brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 1962. 
. Música, doce música. São Paulo; Martins Fontes, 1963. 
BERNARDET, Jean-Calude. O que é Cinema. São Paulo: Nova Cultural/Brasiliense, 185. (col. Primeiros Passos). 
BORDIEU. Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. CALADO, Carlos. Tropicália: a história de uma revolução musical. São Paulo: Ed. 34, 1997. 
CARMO, Paulo. Sérgio do. Culturas da rebeldia: a juventude em questão. São Paulo: Ed. do SENAC, 2001. 
FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos. Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio de Janeiro: Forense, 2001. v. 3 
NAPOLITANO, Marcos. História cultural de música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 
NEGUS, Keith. Los gêneros musicales y la cultura de las multinacionales. Barcelona: Paidós, 2005. 
NETO. Moisés. A rapsódia afrociberdélica. Recife: Comunicarte, 2000. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 
REZENDE, Antonio Paulo. O Recife: histórias de uma cidade. 2 ed. Recife: Fund. De Cultura do recife, 2005. 
RODRIGO, Moisés Gameiro. & CARVALHO, Cristina. O Movimento Manguebeat na mudança de realidade sócio-política de Pernambuco. In: Anais do 6º Congresso português de Sociologia. Universidade Nova Lisboa, 25-28 de junho de 2008. 
TELES, José. Do Frevo ao Mangue Beat. São Paulo: Ed. 34, 2000. 


4. Internet. 
FRITH, Simon. A indústria da música popular. University Press. Coleções Cambridge on line, 1996. Disponível em: http://www.popup.mus.br/.../industria.pdf Acesso em: 20 jul. 2009. 
JUSTINO, L. B. A vanguarda intelectual. In: Estudos literários e sócio-culturais. 1. Campina Grande: EDUEPB, 2006. Disponível em: http://ppgli.uepb.edu.br/index.php Acesso em 20 jul. 2009.

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