Tradicional festa carnavalesca da semana pré da capital pernambucana, o Baile Municipal, mostra que a força da tradição ainda prevalece em sua essência.
Por Lucineide Silva
Sendo uma iniciativa da Prefeitura do Recife afim de angariar recursos para instituições filantrópicas do município, o Baile Municipal do Recife já faz parte do calendário da folia de momo da capital pernambucana há mais de meio século. Em sua 55ª edição, o Classic Hall, (além da belíssima decoração, alegria e a proposta de manter, de certo modo, a tradição da folia nos clubes), deu vez não apenas ao frevo, mas também ao samba, gênero que deu destaque aos homenageados do carnaval deste ano. Por falar em homenageados, Belo Xis e Gerlane Lops, cicerones da festa, mostram o porquê Nelson Sargento afirma que o samba agoniza mas não morre. A união da velha e da nova guarda do samba pernambucano fez presente no palco a partir de nomes como Karynna Spinelli, Nego Thor, Luiza Peróla, Wellington do Pandeiro e Orquestra Recife de Bambas. Já o frevo pediu passagem e mostrou que a sua força (pelo menos nos períodos carnavalescos) ainda se faz bastante presente. Na contagiante voz de nomes como Nena Queiroga, André Rio, Almir Rouche e Gustavo Travassos sob a batuta dos maestros Spok e Forró, o ritmo levou os foliões presentes ao êxtase em uma noite que ainda contou com a presença da paraense Gaby Amarantos, do Coral Edgard Moraes e de Elba Ramalho, a paraibana mais pernambucana que há.
Apresentada pelo casal ícone do telejornalismo pernambucano Francisco José e Beatriz Castro, a festa não só contou com o Concurso de Fantasias e a participação do Rei e da Rainha do Carnaval; mas também com um público pra lá de animado que trouxe para o espaço as cores e a alegria contagiante e inerente à essa festividade que mostra-se de relevância ímpar não apenas por sua tradição, mas também por mostrar a sua importância como o mais significativo e valioso clarim afim de anunciar que o carnaval está à porta, que na semana seguinte a cidade do Recife ficará repleta de milhares de foliões e sorrisos, de uma irreverência exacerbada que só a capital pernambucana é capaz de propiciar nessa que é a festa mais popular e democrático do país. Portanto pode-se afirmar que o Baile Municipal soube em mais um ano cumprir o seu papel como a mais tradicional prévia carnavalesca da cidade, mostrando pique para manter-se com o status de uma das mais antigas e concorridas da cidade, renovando-se para atender a expectativa do grande público assim como também para abranger o máximo possível de instituições de assistência social em sua doação. Com um valor acessível (se comparado a outras festividades fechadas), toda a renda da festa invariavelmente segue para instituições a exemplo da Associação Cristã Feminina do Recife, do Espaço Criança, do Instituto do Fígado e Transplante de PE, do Instituto Filadélfia, do Maracatu Nação Encanto do Pina e da Orquestra Anjo Luz (todos beneficiados em 2018).
Nenhum comentário:
Postar um comentário