Com a virada do ano, aumentam as buscas por locação de casas na cidade para o período da festa e, consequentemente, os preços também sobem.
Por Luana Nova
Casas na esquina da Rua de São Bento com a Rua 13 de Maio estão disponíveis para aluguel para o carnaval
Em busca de comodidade e segurança, muitos foliões optam por ter um ponto fixo no foco da folia. No Sítio Histórico de Olinda, diversas casas já foram alugadas para o carnaval, que ocorre de 1º a 6 de março, mas ainda há opções. O G1 encontrou imóveis com aluguel entre R$ 5 mil a R$ 35 mil.
Na Rua de São Bento, por onde desfilam inúmeros blocos e troças durante o carnaval, há casas que abrigam de 30 a 40 foliões com aluguel variando entre R$ 12 mil e R$ 16 mil.
Em uma delas, reside a família do comerciante Roberto Marques, de 68 anos. “Eu sou inquilino, mas alugo a casa no carnaval há mais de 20 anos. Eu me hospedo com parentes e divido o valor com a proprietária”, diz.
Bem próxima à Rua de São Bento, está a Rua 13 de maio. Nela, está localizado o ateliê do artista plástico Pedro Dias, de 66 anos. Apesar de não ter placa indicativa, o espaço está aberto a negociação. “Tenho o ateliê há 19 anos e alugo somente há dois. Até então, deu tudo certo. Mas também só fiz acordo com pessoas conhecidas”, afirma.
Ainda de acordo com o proprietário, um dos quartos fica inacessível aos locatários, pois é onde guarda suas obras. Por ter esse cuidado a mais, ele cobra um valor de caução, que é devolvido caso o imóvel seja entregue sem danos.
“A renda extra é sempre bem-vinda, mas alugo mesmo por não gostar do carnaval. Geralmente vou para a praia, não consigo vir aqui com toda a multidão”, conta.
Quem também pede zelo pela residência disponível para aluguel é a dona de casa Mariluce Doroteu, de 67 anos. Ela mora com o filho mais novo na Rua das Bertiogas, nas proximidades da Travessa do Bonfim. “Essa casa é da família há 43 anos e uma vez encontrei a torneira e o box quebrados”, relembra.
Segundo a prefeitura de Olinda, 70% das casas do Sítio Histórico foram alugadas para o carnaval em 2018, com preço médio de R$ 10 mil. Para a festa neste ano, é possível alugar casas que abrigam de 10 a 20 pessoas por um valor equivalente, a depender do tamanho e da localização. Há opções na Rua do Amparo e nas imediações do Bonfim.
Dona Mariluce Doroteu pede zelo pelo imóvel que aluga para o carnaval, na Rua das Bertiogas — Foto: Luana Nova/G1
Nas ladeiras de São Francisco e da Sé, que culminam na área conhecida pela vista panorâmica e pelas tapiocas, é possível encontrar casas a partir de R$ 5 mil, com capacidade para até 10 foliões, de acordo com os locadores dos imóveis.
Locação para eventos
Existe também o aluguel direcionado para uso diário, sobretudo para eventos. É o caso de um quintal na Travessa do Bonfim. Segundo a proprietária Christiani Gondim, o terreno já foi alugado para blocos como Trinca de Ás, Se Tu Não Quer Tem Quem Queira e Camisinha Diet. No domingo de carnaval, o I Love Cafusú ocupa o espaço.
“A decoração e o banheiro ficam por conta do requerente. Já me perguntaram sobre a possibilidade de instalar um food park, mas não daria pois não há instalação hidráulica ou elétrica”, afirma Christiani, negando também a possibilidade de fazer da área um camping. “Como moro ao lado, não acho que seria muito seguro para mim”, diz.
Algumas casas são alugadas para a realização de eventos, como este quintal na Travessa do Bonfim — Foto: Luana Nova/G1
Ainda na região do Bonfim, há casas de grande porte com sacada, varanda e pátio que também podem ser alugadas para eventos. Algumas, no entanto, ficam disponíveis para a estadia semanal, por cerca de R$ 35 mil, para até 40 pessoas.
Expectativa
Segundo a prefeitura de Olinda, a cidade movimentou R$ 280 milhões no carnaval de 2018, nos segmentos do comércio e rede hoteleira. Ao todo, o município recebeu 3,2 milhões de visitantes, sendo 1,5 milhão de Pernambuco e o restante de outros estados do Brasil e de 74 países.
Para a Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo de Olinda, a expectativa para o carnaval 2019 é positiva, sendo esperada a movimentação de R$ 300 milhões na economia da cidade.
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