Com temática de Gestão Compartilhada, evento traz extensa programação em diferentes equipamentos culturais geridos pelo poder público
Por Emannuel Bento
O auge da programação é na sexta-feira quando é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, com cerimônia no Teatro de Santa Isabel
Com o objetivo de promover diálogos sobre questões voltadas às políticas de preservação, a Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco chega em sua décima primeira edição com uma extensa programação realizada de hoje a sábado, em diferentes cidades da Região Metropolitana do Recife e em 10 municípios do interior do estado. Neste ano, o tema geral é Gestão Compartilhada: Perspectivas e Desafios.
Promovida pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe, a semana consiste na realização de diversas ações, que incluem palestras, mesas redondas, oficinas, exibições de filmes, exposições e visitas mediadas. Essas atividades ocorrem em diferentes equipamentos culturais geridos pelo poder público, sempre envolvendo especialistas, artistas e expressões culturais locais.
A programação completa está disponível no site: www.cultura.pe.gov.br.
O evento de abertura ocorreu no último dia 13 (segunda) às 14h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista), com a participação do músico pernambucano Antônio Nóbrega, que usará das suas experiências para dar uma palestra sobre os desafios da cultura popular na atualidade. Sua fala será seguida por uma apresentação artística do Mestre Chocho, que é um dos patrimônios vivos de Pernambuco. Na ocasião, também será lançada a Revista Aurora 463 - Ano III, e o livro Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, de Jacira França e Marcelo Renan de Souza.
Renata Echeverria, coordenadora da Semana, explica que tudo começou por uma demanda da sociedade civil. “Fazíamos escutas nos fóruns e as pessoas queriam espaços para dialogar, debater o patrimônio cultural. Começamos em 2008 com algumas ações, escolhemos o dia 17 de agosto por ser o Dia Nacional do Patrimônio Histórico”.
A primeira edição deu certo e o projeto foi crescendo, integrando estudantes de escolas públicas e ganhando novos parceiros. Cresceu tanto que agora abrange 16 municípios: Abreu e Lima, Belém do São Francisco, Brejo da Madre de Deus, Garanhuns, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Floresta, Glória do Goitá, Gravatá, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Tamandaré e Vicência.
“Já tivemos diversos temas, como participação social, mas diante do atual quadro, decidimos apostar na gestão compartilhada. Queremos discutir um pouco o fato de que o poder público sozinho não consegue fazer muita coisa. Só consegue com parceira da sociedade e das grandes empresas”, diz Renata. “A sociedade tem o papel de preservar e visitar. As empresas entram com a verba. Os projetos são muito caros e as manutenções têm alto custo”.
Para debater os desafios desse método de gestão, a semana conta com participação de nomes como Ricardo Piqué (presidente do Museu do Amanhã), Leonardo Guimarães (Diretor executivo do Parque Tecnológico Porto Digital) e João Domingos Azevedo (Presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira).
Algumas das ações promovidas extrapolam a semana e vão até o fim do mês. É o exemplo da mostra Luto, montada na Estação do Trem (Rua Floriano Peixoto, São José) até o dia 31. A exposição das mulheres do Grupo Flor do Barro do Alto do Moura da cidade de Caruaru, fica disponível na Torre Malakoff (Praça do Arsenal, Bairro do Recife) até o dia 24.
O auge da programação é na sexta-feira quando é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A cerimônia de comemoração será no Teatro de Santa Isabel (Praça da República), às 9h, com entrega do 3º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural.
“É um prêmio criado para dialogar com várias linguagens artísticas, como teatro, artes plásticas, literatura e gastronomia”, explica Renata. A intenção é incentivar os produtores locais com prêmios de R$ 20 mil (para o primeiro lugar) e R$ 10 mil (segundo). Para concorrer, os interessados se inscreveram. A comissão instituída por membros da UFPE, IPHAN e UPE.
Ainda no Santa Isabel, haverá a diplomação dos seis novos Patrimônios Vivos do estado, que já foram anunciados em julho. São eles: Gonzaga de Garanhuns (reisado), Mestre Zé de Bibi (cavalo marinho), Cavalo-Marinho Estrela de Ouro (cavalo marinho), Cristina Andrade (ciranda, pastoril, urso), Banda Musical Saboeira (banda filarmônica), e Casa de Xambá (organização religiosa). A eleição dos mestres e dos grupos aconteceu na sede do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC), e, com os novos eleitos, Pernambuco agora conta com 57 titulados.
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