Por Joaquim Macedo Junior
MEUS MELHORES BREGAS – FOLHETIM
Folhetim: brega original de Chico Buarque
“Folhetim” focaliza a figura da prostituta que oferece seus encantos– “se acaso me quiseres/ sou dessas mulheres/ que só dizem sim” – tema idêntico ao da composição “Love for Sale”, de Cole Porter, proibida e depois liberada nos anos 1930.
Essa composição, de Chico Buarque, me encanta desde que foi lançada na “Ópera do Malandro”, baseada na “Ópera dos Três Vinténs”, de Kurt Weil e Bertold Brecht, e na “Ópera dos Mendigos”, de John Gay.
É o caso típico de uma música brega, acomodada passivamente numa obra linda de um compositor de griffe: Chico Buarque. Na versão-standard, participação de Wagner Tiso e arranjo de Perinho Albuquerque e Jorginho Ferreira da Silva, em intervenção ao sax-alto (show).
Folhetim, com Gal Costa, Acustico – MTV – 1992
é mais uma música sobre mulher, considerada uma das mais importantes correntes témáticas de Chico – músicas em alusão ao feminino, ou do feminino mesmo.
Não Mesmo antes de terminá-la para o personagem da Ópera do Malandro, CB já pensava em entregá-la a Gal Costa para gravar.
É música trabalhada por encomenda, gente, para compor essa versao maravilhosa da opera original.
Pode ou não fazer parte daquela lista interminável das músicas femininas de Chico, como “Geni e o Zeppelin’ e “O Meu Amor”, que também compõem a Ópera.
Folhetim, com Tania Alves, Lucinha Lins e Virginia Rosa
“Folhetim” é pura metalinguagem. O brega e mais popular possível nas palavras de um mestre das letras.
“Folhetim” não é uma mera avaliação semiótica de como se faz uma canção com esse tema, nesse gênero.
Ela pode e deve ser cantada a plenos pulmões, de forma desabrida e despudorada, como a personagem que se dispõe em corpo e alma para sempre dizer sim.
Ah, importante notar: a “Ópera dos Mendigos”, uma sátira à sociedade inglesa do século XVIII, é considerada uma obra revolucionária por ter levado canções populares ao teatro operístico.
Agora, com Vanusa:
Semana que vem tem mais..
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