“A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.”
Carlos Drummond de Andrade
“parti-me para o vosso amor/que tem tantas direções/e em nenhuma se define/mas em todas se resume”. Para interpretar ao poeta – o dono dos versos – ninguém melhor do que ele próprio. No entanto, Carlos Drummond de Andrade teve sua escrita transformada não apenas na cabeça e coração dos leitores, como também através da música e do cinema. Sete faces que se transmudam em outras na obra daquele que tinha uma palavra de sua predileção: “taciturno”.
“O Padre e a Moça” (1965)
Tido por alguns como um dos marcos do Cinema Novo e com este mesmo título contestado por outros, “O Padre e a Moça” trouxe, no cinema, uma das primeiras saudações à obra de Carlos Drummond de Andrade, em 1965. Apenas três anos depois da publicação do poema homônimo no livro “Lição de Coisas”, o filme dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e protagonizado por Paulo José e Helena Ignez materializou em forma de imagem os dilemas vividos pelas personagens que dão nome à obra. A trilha sonora do longa-metragem ficou a cargo de Guerra Peixe e Carlos Lyra.
Fonte: Esquinas Musicais
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