Clarinetista e Saxofonista Casé
Fico pensando como ainda estamos engatinhando no tocante a preservação/resgate da nossa história musical.
Você conhece o instrumentista José Ferreira Godinho Filho, o Casé?
Até poucos dias atrás, caso você precisasse pesquisar sobre ele, encontraria algumas poucas informações, como por exemplo, no Dicionário Cravo Albin.
Agora o recém lançado livro “Casé – como toca este rapaz”, do músico e jornalista Fernando Lichti Barros (foto ao lado), vem suprir mais uma lacuna de tantas que ainda faltam. Sua pesquisa resgata – em palavras e sons – a epopéia do maior saxofonista de jazz brasileiro dos vibrantes anos 1950.
O autor reuniu também mais de uma hora de música no que batizou de Rádio Casé – um tributo genial à arte do saxofonista, que pode ser acessado (com os capítulos do livro) pelo site O Saxofonista Casé.
“A pesquisa sobre o saxofonista Casé resulta de um trabalho independente, iniciado em 2004. Depois de quatro anos, cerca de setenta entrevistas, viagens e muitas visitas à famíla Godinho, a salões de baile, a discotecas e arquivos, recompôs-se a movimentada vida do músico”.
Este livro conquistou o Prêmio Funarte de Produção Crítica em Música (2010), e “recupera a quase esquecida trajetória do saxofonista, que teve entre seus admiradores os críticos Walter Silva, Zuza Homem de Mello, Tárik de Souza, Roberto Muggiati e João Marcos Coelho.
Entre os músicos, Casé foi referência, entre outros, para João Donato, Paulo Moura, Sadao Watanabe, D*** Farney, Major Holley, Elis Regina, Claudete Soares, Tim Maia, Raul de Souza, Julio Medaglia, Theo de Barros, Zimbo Trio e Proveta, líder da Banda Mantiqueira”.
Começou a carreira num circo, tornou-se aos 13 anos o primeiro sax alto da orquestra da Rádio Tupi e aos 20 foi tocar sem contrato no Iraque.
Apresentou-se tanto nas melhores orquestras e nos teatros mais luxuosos como nas bibocas mais remotas, deixou poucas gravações, que se tornaram antológicas, e foi encontrado morto aos 46 anos.
Há 50 anos, num dos seus raros registros, lançou “Samba Irresistível – Casé e seu Conjunto”. O LP trazia uma inovação: sobre a base rítmica ‘quadrada’, improvisos arrebatadores de saxofone, prática até então incomum na fonografia nacional.
“Ensaio de Bossa”, de Casé.
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