DOMINGO IGUAL
O sol nasce do mesmo jeito, forte e altaneiro. O vendedor de jornal esgoela, tal qual fizera no dia anterior. No sinal, o motorista impaciente com o sinal preguiçoso aperta com a mesma força a buzina do seu carro. O vendedor de picolé bendizerá o sol. Na praia, um porta-malas será aberto e a zoada de um axé perturbará todos os que não gostam de axé ou que estão com dor de cabeça. No final, o sol, indiferente a quem não gostaria que assim fosse, também irá se por. E, no outro dia, um mesmo sol, um vendedor de jornal, um motorista impaciente, um falso baiano , um vendedor de picolé, esperarão um outro domingo para fazer tudo de novo. Em plena segunda-feira, igual a tantas outras segundas-feiras que se sucedem aos domingos.
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