Por Gustavo Melo
Geraldo Soares de Carvalho nasceu em 1926, no Terreiro Grande, um dos pontos mais conhecidos do Morro do Salgueiro. Tornou-se compositor de melodias inesquecíveis e originais. Isso por um simples detalhe: enquanto os demais autores compõem seus sambas com harmonia em cavaco ou violão, Geraldo tirava notas musicais da flauta, o que lhe permitia nuances melódicas únicas. Tocava horas a fio pelas vielas do morro, e a saliva que saía da boca para não machucar os lábios em contato com a flauta lhe rendeu o apelido que o consagraria no carnaval carioca: Geraldo Babão.
Em 1940, a Unidos do Salgueiro desfilou na Praça XI com um samba de sua autoria, “Terra Amada”. Mas foi nos Acadêmicos do Salgueiro que Geraldo Babão se consagrou. Ganhou o samba de 1962, “O Descobrimento do Brasil”, enredo de autoria do carnavalesco Arlindo Rodrigues. Em 1964, a veio a consagração: compôs ao lado de Djalma Sabiá o antológico “Chico Rei”, considerado por Martinho da Vila o maior samba-enredo de toda a história das escolas de samba.
Em 1965, mais uma vitória. O Salgueiro elegeu o samba de Geraldo Babão e Valdelino Rosa, que tinha uma melodia extremamente bem trabalhada, especialmente na segunda parte. O porquê dessa originalidade melódica quem explica é o próprio Fernando Pamplona:
Babão venceu ainda a disputa de samba nos anos de 1973, com “Eneida, Amor e Fantasia” e “Do Cauim ao Efó, Moça Branca, Braquinha”, em 1977. O compositor faleceu em maio de 1988, mas deixou para a Academia do Samba um legado de grandes obras e a eterna admiração de todos os compositores da escola.
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