Um disco instrumental com composições manjadas de Chico Buarque. Mais óbvio, somente um disco orquestral com hits de Roberto Carlos. Quando o projeto é um álbum do bandolinista Hamilton de Holanda a história é outra. Samba de Chico (Biscoito Fino/Brasilianos) é pois outra história, até porque não apenas recebeu a chancela de Chico Buarque , como tem a participação dele em duas faixas. Com um músicos de tamanho talento, não importa se a maioria das músicas é manjada. Algumas tão manjadas que ninguém mais canta nem toca, feito a cinquentenária A Banda, que entra como faixa bônus.
Chico participa de A Volta do Malandro, (do álbum Malandro, 1985), Vai Trabalhar Vagabundo (do álbum Meus Caros Amigos, 1976, que ele não revisitava há 20 anos), ambos bem mais acariocadas, com o suingado e preciso bandolim de dez cordas de Hamilton de Holanda. A segunda com o acréscimo luxuoso do piano do italiano Stefano Bollani, que também toca Piano Na Mangueira (com Tom Jobim). A cantora catalã Silvia Perez Cruz canta nas faixas Atrás da Porta (com Francis Hime), e O Meu Amor.
Nas duas faixas com a ótima espanhola ele arrisca um flamenco na introdução de Atrás da Porta, e muda o andamento de O Meu Amor, com a sensualidade da letra acentuada pelo sotaque de Silvia Perez Cruz. Uma maneira diferente de se ouvir canções tão conhecidas, algumas recriadas quase inteiramente, como é o caso de Quem te Viu Quem Te vê. Uma das faixas, Samba de Chico é um tema composto por Hamilton de Holanda especialmente para este álbum.
Gravado no estúdio Fibra, no Rio, Samba de Chico reúne Hamilton de Holanda com Thiago da Serrinha na percussão, mais Guto Wirtti e André Vasconcellos, revezando-se no contrabaixo. Marcos Portinari assina a concepção artística e a produção com o bandolinista. A mixagem é de Daniel Musy e masterização de André Dias, São 15 faixas, incluindo o bônus, tudo biscoito fino, com perdão do trocadilho óbvio.
Confiram Hamilton de Holanda, ao vivo, em Morena de Angola:
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