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quarta-feira, 11 de maio de 2016

VÔTE... ESCUTA SÓ: OITAVA SEMENTE

Por Paulo Carvalho




Hoje mostramos Zeto declamando o Funeral da Década das Brancas Nuvens (1970 e nada) de Geneton de Moraes Neto, poeta e jornalista recifense. O texto escrito no final dos anos 70, ainda era atual, assim considerava Zeto quase trinta anos depois, devido aos acontecimentos da época, e na minha ótica permanece atualíssimo se considerarmos que pouca coisa mudou e o poema se adéqua perfeitamente ao momento atual. Zeto, devido a sua eloquência e entusiasmo declamando arranca aplausos da plateia. 

Ainda dentro do espírito político presente nas músicas de vários compositores brasileiros, sempre através de metáforas, para driblar a censura imposta pela ditadura militar, Zeto canta "O Rancho da Goiabada" de João Bosco e Aldir Blanc, referência ao sacrifício e as vicissitudes dos trabalhadores brasileiros que por necessidade almoçavam as famosas "Goiabadas Cascão" com muito queijo, para iludir a fome. 

Era Zeto, que tinha origens políticas no velho PCB, antenado com o que acontecia no Brasil, e consciente que sua arte poderia contribuir para conscientização das pessoas. Na campanha pelo retorno de Miguel Arraes ao Governo de Pernambuco, Zeto teve uma importância enorme, participando de um jingle que ficou famoso, e caiu na boca do povo, sendo cantado em todo o Estado. 

Ninguém até hoje esquece o mote "Volta Arraes ao Palácio das Princesas, vai entrar pela porta que saiu". Acredito que pela primeira vez, o verso popular, o cantador e violeiro, representados na figura de Zeto, foram tão definitivos para a história política de um Estado. Mais uma faceta de Zeto incrustada na nossa memória.
Texto Paulo Carvalho


Funeral da Década das Brancas Nuvens



O Rancho da Goiabada

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