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quinta-feira, 12 de maio de 2016

RAUL MASCARENHAS, 90 ANOS

Marido da cantora Carminha Mascarenhas e pai do saxofonista Raul Mascarenhas. Filho de Manoel e Guiomar Mascarenhas Pereira. Era o caçula de uma família de dez irmãos. A mãe era pianista e o influenciou desde os primeiros anos da infância, quando o menino Raul começou a tocar de ouvido em casa e depois em festinhas e em clubes de Juiz de Fora. Transferiu-se ainda jovem para o Rio de Janeiro, indo morar com uma de suas irmãs, já casada e bem mais velha do que ele. Aos vinte anos, pensava em abraçar a carreira de músico, mas foi convencido pela família a empregar-se num banco. Foi assim que ele foi trabalhar no Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Torcedor do América Futebol Clube, costumava freqüentar a sede do clube nos finais de semana, onde fez amizade com os irmãos Dick e Cyl Farney, Carlos Manga e Lamartine Babo. Alguns dos freqüentadores do América fariam parte pouco depois da criação do fã-clube Sinatra-Farney's Club. Por alguns anos, procurou conciliar o emprego no banco com as atividades musicais, tocando em boates. Veio o convite para acompanhar a Poços de Caldas a orquestra Zé Maria e seus Músicos. Transferido para a agência bancária daquela cidade, iniciou ali sua carreira como pianista profissional. Em Poços de Caldas conheceu a cantora Carminha, que se tornaria pouco depois conhecida como Carminha Mascarenhas. Casaram-se em maio de 1952 e tiveram um filho, Raul Mascarenhas Pereira Junior, o hoje internacionalmente prestigiado saxofonista Raul Mascarenhas, que foi casado na década de 1980 com a cantora Fafá de Belém, tendo com ela uma filha, hoje cantora lírica. Após o nascimento de seu filho único, ele Carminha Mascarenhas mudaram-se para Belo Horizonte, onde permaneceram por um ano e meio, apresentando-se na Rádio Inconfidência e na boate Tejuco. Em 1954, Carminha Mascarenhas foi eleita revelação do ano e o casal transferiu-se então para o Rio de Janeiro. Anos mais tarde viria a separação e seguiram cada qual sua carreira profissional. Lembrado por seus colegas como um dos músicos mais finos e educados de seu tempo, morreria de câncer, aos 61 anos de idade.


Em 1955, já era um dos pianistas do Beco das Garrafas, em Copacabana, onde acompanhava a cantora e compositora Dolores Duran, com quem trabalharia até a morte dela, em 1959. Pouco depois começou a acompanhar a cantora Helena de Lima e passou a compor canções como "Estátua do Estácio de Sá" e "Verdade da vida", esta em parceria com Concessa Colaço. A convite de Carmelia Alves e Jymmi Lester viajou durante seis meses pela Europa até a Rússia. Voltaria a Europa outras vezes, apresentando-se em diversas cidades, na década de 1960. 

Em 1963, seu samba-canção "Verdade da vida", com Condessa Lacerda foi gravado por Helena de Lima no LP "Quando a saudade chegar" e relançado no ano seguinte pela mesma cantora no LP "Uma noite no cangaceiro".

A partir de 1970, tornou-se pianista do bar do Country Club, no Rio de Janeiro, onde participou de memoráveis e reservados shows na companhia do cantor Mario Reis, seu amigo pessoas e notório freqüentador daquele tradicional reduto da alta sociedade carioca. De suas apresentações no Country Club, onde tocou durante dezessete anos, nasceu o disco ao vivo "O Piano Bar", no qual é acompanhado pelo contrabaixista Muchika. Ao longo de sua carreira, gravou dezenas de músicas, entre as quais "Minha namorada", de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, "Nossos Momentos", de Haroldo Barbosa e Luís Reis", "Travessia", de Milton Nascimento e Fernando Brant, "Sem mais adeus", de Francis Hime e Vinicius de Moraes, "Wave", de Antônio Carlos Jobim", "Por causa de você", de Antônio Carlos Jobim e Dolores Duran, além de sucessos internacionais como "The lady is a tramp", da dupla Hart-Hodgers.

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