HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS – 12
MATUTO
Música totalmente composta em uma noite de lua na cidade de Monteiro, na Paraíba. Felizardo, irmãos dos meninos dos Vates e Violas, comentando sobre alguém que se esforçava para parecer matuto, sem sê-lo, comentou: ‘o cabra não sabe sequer ajeitar o chapéu e quer ser matuto’. Foi o mote que inspirou o feitio da música, inicialmente gravada por FUÁ DE MARAVILHA, da cidade do Bodocó (ex-membros da Sinfonéia Desvairada) no meu disco em homenagem ao Baião, e posteriormente por GLÁUCIO COSTA. Mais recentemente foi também gravada por EZEQUIAS SILVA, jovem valor da Zona da Mata Norte.
MATUTO
de Xico Bizerra
matuto eu conheço pelo ajeitado do chapéu
matuto eu conheço pelo carregar do matulão
matuto eu conheço pelo olho que olha pro céu
matuto eu conheço pela pisada do pé no chão
pela fé que ele tem em nosso senhor
pela paz bem guardada no seu coração
pela crença incontida que tem no amor
pelo jeito tão sincero de apertar a mão
todo dinheiro vale menos que o fio do seu bigode
ele fala ‘pro mode’ mas sabe mais do que qualquer doutor
no terreiro do seu peito tem fartura de felicidade
plantação de amizade, colheitas de amor
matuto eu conheço pelo caminho que estradou
matuto eu conheço quando escuta um baião
matuto eu conheço quando canta o fogo-pagou
matuto eu conheço pelo amor que tem pelo sertão
pelo ombro largo sempre a amparar
pela mesa que sempre cabe mais um
pela coragem grande que tem pra lutar
pelo braço forte sem medo nenhum
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