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sexta-feira, 18 de março de 2016

20 ANOS SEM CASCATINHA

Duas décadas se passaram desde a partida de um dos artistas que formou uma das duplas mais representativas do país no século XX




Francisco dos Santos nasceu em Araraquara, no interior do estado de São Paulo, no dia 20 de abril de 1919 e faleceu em São José do Rio Preto/SP no dia 14 de março de 1996. Junto com Inhana formou a primeira dupla caipira formada por marido e mulher.

Francisco dos Santos nasceu na fazenda Cafelândia. Seu pai era carroceiro e tocava um pouco de sanfona. Órfão de pai aos 5 anos; sua mãe se casou novamente e ela deu a luz a 5 filhos no primeiro casamento e 6 no segundo. 

Seu pseudônimo surgiu muito antes de sonhar com a carreira artística. Aos 10 anos de idade, mudou-se para Marília/SP (na época, Alto Cafezal) e mais tarde mudou-se para Garça/SP. Nessa cidade, cursando a escola primária, foi onde ganhou o apelido de “Cascatinha”, pois gostava de "cabular" aulas e ir tomar banho numa pequena cascata que por ali existia. 

Voltou para Marília algum tempo depois onde trabalhou como servente de pedreiro. Foi admitido na banda local, como percussionista (tocava caixa). Com seu apurado ouvido musical, assobiava os sucessos que ouvia no rádio e o mestre da banda os escrevia na partitura. 

Como baterista também animava os bailes da cidade num conjunto que era formado por músicos dessa banda. Nessa época, Cascatinha tinha 18 anos de idade, e passou por Marília o Circo Nova Iorque, que o admitiu como baterista. E aos poucos, foi revelando suas qualidades de intérprete, cantando sambas e serenatas, e também fazendo dupla com o paraibano Natalício Fermino dos Santos, o Chopp, que também era trapezista. Resolveu também aprender a tocar violão. 

Há quem afirme inclusive que o apelido de Cascatinha se deve à Cerveja Cascatinha (apreciada por Noel Rosa, entre outros) que existia na época em que Francisco dos Santos cantava em parceria com o Chopp. 

E “parece que o destino estava traçado”. No ano de 1941, o Circo Nova Iorque passou pela cidade de Araras e, nessa cidade, Cascatinha conheceu uma jovem muito bonita nascida no lugar. Seu nome era Ana Eufrosina da Silva, que cantava juntamente com sua irmã Maria das Dores no Jazz-Band de Araras. Seus dois irmãos, José do Patrocínio e Luiz Gonzaga, também participavam do conjunto: um na bateria e outro no contrabaixo.

Inhana rompeu um noivado de mais de um ano e seguiu com Cascatinha! Lógico que foi “contra a vontade dos pais, já que artista de circo, no conceito deles, "tinha um amor em cada praça", etc e tal...” E, do namoro para o casamento, passaram-se apenas 5 meses. Se casaram em 25 de setembro de 1941. De qualquer forma, o medo da família de Inhana não se justificou, pois o casamento foi sólido e feliz, durou 40 anos e só terminou com o falecimento da Inhana em 1981. No casamento, tiveram um filho adotivo chamado Marcelo José.


Cascatinha - Canto com saudade (1982)*


Faixas:

01 - Solidão - J. Asunción Flores e M. Cardoso - Versão: José Fortuna
02 -Vai com Deus - L. Russel, I. James e R. Pepper - Versão: José Fortuna
03 - Coração Ferido - Sebastião Aurélio
04 - Meu Passado - Roberto Stanganelli e Antonio Baldiva
05 - Reprise de um Adeus - Alberto Conde e Nilza Nunes
06 - Minha Terra Distante - E. Ayala Baez - Versão: José Fortuna 
07 - Sem Ela - Benedito Paladino e Mococa
08 - Minha Oração - Eladio Martinez, Emigdio Ayala Baez e José Fortuna
09 - Coração Incerto - Nico Jimenez e J. Santana
10 - Maringá - Joubert de Carvalho 
11 - Recordando - Mário P. da Mota (Motinha)
12 - Sem Ela Eu Não Sou Nada - Everaldo Ferraz e Neuzinha

* Único trabalho solo do artista. Lançado pouco após o falecimento de Inhana.


Fonte: Recanto Caipira

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