O avô paterno de Zé Canuto foi clarinetista amador. Seu pai era um amante da música erudita e sua mãe, da música popular, com predileção pelo clarinete: "Quando quis me tornar músico, tive seu total apoio."
Uma de suas lembranças musicais mais antigas é seu pai ouvindo música clássica na JB FM do Rio de Janeiro. Zé Canuto também se lembra de sua coleção de discos de vinil, e de sua mãe cantarolando "A noite do meu bem", de Dolores Duran, "música que marcou muito minha vida".
Canuto começou a estudar aos 15 anos e a tocar profissionalmente aos 18, logo após terminar o colégio. "Estudar música o dia inteiro virou a minha universidade."
Teve aulas com um trompetista da polícia de nome Paulo, de quem recebeu alguns conhecimentos musicais elementares. Mais tarde, conheceu outro músico militar, Faustino Silva, que o iniciou no estudo do saxofone.
Zé Canuto estudou na Escola de Música Villa-Lobos e teve aulas de saxofone com Idriss Boudrioua e de harmonia funcional com Sérgio Benevenuto.
Além do material criado por alguns de seus professores, Zé Canuto estudou nos métodos "Princípios Básicos da Música para a Juventude" (Editora Casa Oliveira de Música), de Maria Luiza de Mattos Priolli; "Método Completo para Saxofone" (Ed. Ricordi), de H. Klosé; "Charlie Parker's Omnibook" (Ed. Warner), do saxofonista norte-americano; e "Patterns for Improvisation" (Ed. Jamey Aebersold), de Oliver Nelson.
Para ele, o aprendizado mais agradável foi poder tocar os solos de Charlie Parker acompanhado das gravações originais, e o mais útil, os exercícios técnicos do método de H. Klosé.
Seus professores Idriss Boudrioua e Sérgio Benevenuto foram figuras decisivas em sua formação, "o primeiro por ter me feito conhecer o jazz e me ensinado a ouvir, e o segundo, por deixar cada vez mais claro tudo o que eu estava ouvindo."
De forma autodidata, Zé Canuto aprendeu "alguns truques de afinação, algumas escalas e patterns, por pura curiosidade e muita vontade de me aperfeiçoar. Tudo que ouvia num CD, procurava reproduzir em meus estudos, e isso era sempre muito desafiador."
Dos músicos com quem conviveu e convive, Zé Canuto destaca o baterista Paulo Braga e os pianistas Jetro da Silva e Ricardo Leão. "Foram fundamentais na minha formação. Além de excelentes músicos, são também pessoas maravilhosas, com as quais pude aprender muito sobre a música e a vida."
Fonte: Músicos do Brasil
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