Por José Teles
É empolgante a parceria de Elba Ramalho, SaGRAMA e do quarteto de cordas Encore, no DVD, e CD, Elba Ramalho em Cordas, Gonzaga e AFins (Natura Musical/Coqueiro Verde), gravado no Classic Hall, em setembro de 2014, uma celebração a Luiz Gonzaga. Porém ela vai além do mestre, trazendo para o universo do sertão nordestino, Zé Miguel Wisnik, mesclando seu Assum Branco comAssum Preto (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), O Ciúme, de Caetano Veloso, Gravitacional ,de Marcelo Jeneci, o Beradero de Chico César, com clássicos do inesgotável baú de Gonzagão.
São 25 faixas (16 no CD), algumas com mais de uma música, numa interação irretocável entre a cantora, o SaGRAMA, o Encore e convidados, e que ressalta a importância de Luiz Gonzaga. Lua é árvore cujas raízes espalharam-se pelo Norte, Centro Sul inteiro, chegando até a Antonio Brasileiro. De Tom, Elba trouxe, lá dos idos de 1983, o xote A Violeira (com Chico Buarque), que ela mesma lançou, com Djavan (na trilha de Para Viver um Grande Amor, MIguel Faria Jr.)
Elba Ramalho canta hoje tão bem, em certos aspectos melhor, do que em 1979, quando lançou Ave de Prata, álbum cujo aniversário de 35 anos também está embutido na homenagem deste trabalho. A voz alcança extensões que impressionam, quando, por exemplo, intepreta a Ave Maria Sertaneja(Julio Ricardo/O de Oliveira), parte de um pot-pourri com Ave Maria, texto de Newton Moreno, com trechos de Bach e Gnoud.
Um roteiro que supreende, saindo de um Tom e Chico para o retumbar poderoso das alfaias comandadas por Naná Vasconcelos, no que é talvez mais belo dos maracatus canção, Braia Dengosa(Zé Dantas). Mal o público se recupera, e entra o forró de Dominguinhos, com sonoridades de cordas que remontam ao que se convencionou chamar de armorial. A sanfona de Beto Hortiz solta nos baiões Sanfona Sentida (Anastácia/Dominguinhos), e Sete Meninas (Dominguinhos/Toinho Alves). Duas faixas que são o ponto alto de um espetáculo repleto deles.
Os outros convidados: Marcelo Jeneci, Aninha e Lulu Araújo. De músicos, o citado Beto Hortiz, Tostão Queiroga (bateria), Marcelo Caldi (sanfona), e Aristide Rosa (viola nordestina). A direção musical é de Margot Rodrigues, a direção do espetáculo de André Brasileiro. Com textos de Newton Moreno, o visual do show tem a mão de, entre outros, VJ Gabriel Furtado, o professor de cênicas Marcondes Lima e a Caravana TimeLapse, e a direção musical de Sergio Campelo e Cláudio Moura (ambos do Sa GRAMA).
Confiram áudio de Elba Ramalho, Sa GRAMA, Encore, com Marcelo Jeneci, em Gravitacional:
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