Por Júlia Biude
Na noite desta terça-feira, por volta das 18h, morreu Dominguinhos, aos 72 anos. O legítimo representante da música nordestina lutava há mais de seis anos contra um câncer de pulmão. Ao longo do tratamento, diversas complicações foram somadas ao seu quadro, como insuficiência ventricular, arritmia e diabetes.
A morte do cantor ocorreu em decorrência do agravamento de infecções e dos problemas cardíacos. Dominguinhos estava internado desde dezembro do ano passado por conta de uma pneumonia. O músico chegou a ter oito paradas cardíacas. No dia 13 de janeiro, foi para o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Nesta tarde, Dominguinhos havia voltado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A notícia foi passada à imprensa pela sua filha, Liv Morais.
Biografia - Dominguinhos nasceu em Garanhuns, no estado de Pernambuco, em 12 de fevereiro de 1941 e foi batizado como José Domingos de Morais. O músico começou sua carreira na infância, tocando no trio Os Três Pinguins.
Seu reconhecimento veio em um encontro com Luiz Gonzaga, que achou que o menino tinha futuro. Ele lhe deu o seu endereço no Rio de Janeiro e pediu que o músico o procurasse, mas o novo encontro só aconteceu seis anos mais tarde, quando Dominguinhos mudou para a Cidade Maravilhosa com sua família.
Ele ganhou do Rei do Baião uma sanfona nova. Luiz Gonzaga chegou a declarar que o sanfoneiro era o herdeiro de seu reinado.
Seu primeiro LP foi gravado em 1967, a partir daí, o sucesso bateu em sua porta e Dominguinhos começou a ser convidado para gravações e turnês com grandes nomes da música popular, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.
O cantor gravou mais de 30 discos e compôs diversos sucessos, como De Volta para o Aconchego, conhecido na voz de Elba Ramalho, e Tantas Palavras, em parceria com Chico Buarque.
Em 2009, pela primeira vez em 50 anos de carreira, Dominguinhos gravou um álbum ao vivo, no Teatro Nova Jerusalém, em Pernambuco. No disco são 25 músicas, armazenadas em 16 faixas. O diferencial do trabalho foi a presença da orquestra, com trompetes, trombone, violinos e tudo que um legítimo forrozeiro tem direito. Em 2002, o sanfoneiro ganhou o Grammy Latinho, com o CD Chegando de Mansinho.
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