Funcionário público de 51 anos e biólogo de 29 dedicam as suas vidas a preservar a história e a vasta obra do músico.
Por Cristina Tardáguila
Luiz Antônio de Almeida tem 51 anos, nasceu em Volta Redonda e bate ponto todos os dias no Museu da Imagem e do Som (MIS), na Praça XV. Alexandre Dias tem 29 anos, nasceu em Brasília, faz doutorado em Ecologia e paga as contas dando aulas particulares de piano. Em comum, eles têm a admiração irrefreável (e, por que não, uma certa obsessão) pelo pianista Ernesto Nazareth. Quem os conhece afirma: os dois são, sem dúvida, os guardiões da história do músico
Almeida apaixonou-se pelos acordes de Nazareth quando tinha 14 anos. E dedicou os últimos 37 à mais extensa pesquisa já feita sobre ele. Promete algum dia publicar uma biografia, mas, enquanto não encontra uma editora, burila frases datilografadas em mais de 400 páginas.
Em 1978, na falta de herdeiros biológicos, o filho e a sobrinha de Nazareth, então com 92 e 84 anos, decidiram que Almeida ficaria com os objetos pessoais, documentos e fotos do músico. Desde a morte de ambos, Almeida é o herdeiro honorário de Nazareth e guarda numa fazenda perto de Teresópolis a cama, a mesa de jantar e os talheres do pianista, entre outros objetos.
Alexandre Dias conheceu Nazareth pelas mãos de sua tia-avó, que lhe deu um CD do compositor. Desde 1997, ele vasculha acervos públicos e privados, sebos e sites com o intuito de catalogar todas as gravações de seu ídolo. Nesse tempo, elencou 2.700 e descolou o mp3 de 2.300 delas. É o homem que está por trás do site ernestonazareth150anos.com.br.
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