Depois de uma mudança abrupta em seu destino, esta artista carioca nos apresenta o primeiro fruto gerado a partir desse novo caminho trilhado por ela: Hora e lugar.
Por Bruno Negromonte
A vida nos traz reviravoltas interessantes ao longo de nossa passagem por ela, muitas vezes exige concessões diversas em detrimento aos nossos desejos, as vezes as escolhas não são julgadas como as melhores, porém foram aquelas que nosso coração e intuição definiram como melhor caminho. Hoje iremos abordar uma dessas estórias de vida interessantes, onde a protagonista ilustrará esta matéria com uma surpreendente biografia como vocês poderão atestar a partir de então.
Nascida no Rio de Janeiro, Amanda Garruth Maia Rodrigues só veio a se interessar no aprendizado do canto após os 20 anos de idade, a razão é justificada a partir das próprias palavras da artista, que diz: "Eu nunca planejei ser cantora nem nasci em uma família de músicos (apenas meu avô materno foi clarinetista na juventude)". Essa escolha de início se deu tendo por objetivo apenas seu hobby, onde as aulas eram vista como um grande momento de lazer. Porém, gradativamente, as técnicas e o música como um todo foi entrando na vida de Amanda e aquilo que era diversão foi ocupando espaços cada vez maiores na rotina da jovem, concomitantemente à faculdade de letras e a vida profissional como professora de inglês.
No entanto, essa opção de enveredar por caminhos antes não trilhados geralmente nos exige algo em troca que muitas vezes parecem sacrifícios inconcebíveis para alguns, quando na verdade nada mais é que a plenitude da satisfação pessoal para aquele que optou por tal escolha. E talvez essa seja a justificativa mais coerente para embasar o fato desta carioca abandonar o curso de mestrado em linguística aplicada para dedicar-se a carreira artística. Não que isso tenha ocorrido de maneira abrupta, mas gradativamente a música foi a envolvendo de maneira tal que acabou ocupando espaços antes dedicados a outras atividades. A expressão artística foi ganhando força de tal modo que o foco da artista mudou de direção a partir do abandono do mestrado e, embrenhando-se de forma intensa no universo musical, procurou descobrir mais sobre música. Em consonância com as aulas de inglês, intensificou as aulas de canto além de introduzir em sua rotina aulas diversas, dentre as quais aulas de violão, teclado e percepção musical, tudo para aprimorar a teoria daquilo que, na prática, já se faz perfeitamente harmonioso por natureza.
O seu começo se deu como o de muitos, e até chegar a esse trabalho que aqui vos apresento, Amanda Garruth também teve seu talento testado nos palcos. O início se deu através de recitais da primeira escola de música onde estudou e três anos depois, em 2006, veio o primeiro espetáculo ainda sem nome. Nesse período houve também diversas "canjas" em um restaurante de sua cidade, apresentando-se também, esporadicamente, em alguns eventos e em canais de TV fechada. No ano posterior já tendo gravado um CD-demo, decide gravar um single com duas músicas autorais, assumindo, então, um lado até então oculto de sua vertente artística: a letrista.
Esses primeiros trabalhos tiveram uma significativa repercussão, principalmente a partir de Cachoeiro de Itapemirim (ES), local escolhido para o lançamento do single e cidade natal da família da artista. A partir do single, veio o show “Vida-Ciranda”, que teve diferentes apresentações no RJ em 2008 e 2009. Em paralelo, foi montado o espetáculo “Lado B Inglês”, somente com músicas na língua inglesa, que teve apresentações pelo Rio de Janeiro ao longo dos anos de 2008 a 2010. Essas apresentações somadas com as teorias adquiridas ao longo desses anos de aulas trouxeram o respaldo necessário para que Garruth pensasse no primeiro registro fonográfico de maneira profissional. A proposta ganhou a adesão do músico Thiago Rudrea, que propôs uma parceria entre ele, o Studio Mercury (Israel Santana) e a artista, e assim surgiu esse primeiro registro, o álbum "Hora e lugar", sob produção de Rudrea.
O álbum conta com 11 faixas dentre as quais seis são de autoria da própria
Amanda, são elas: "
Cantiga do tempo (
Passaredo)" "
Delicadeza" (em parceria com
Eric Brandão), "
Opção derradeira" (com
Vilmar Filho), "
Falta" e "
Vida-ciranda" (com
Jorge Canaan) e "
O monte" (com
Thiago Rudrea). Da canção "
Cantiga do tempo" (única canção composta apenas pela Amanda) vem os versos que originaram o título do álbum
; "
Delicadeza" vem como faixa-bônus e foi gravada ao vivo no estúdio, segundo a própria cantora a canção desde a pré-produção do disco que permeia seus desejos de incluí-la. É como a própria artista relata: "
Ela esteve nas minhas melhores e teimosas intenções desde a pré-produção." Com o violão de
Thiago Martins brinda-nos com uma referência singela à bossa nova (movimento musical que faz parte de sua formação musical). Há presente neste trabalho as duas canções que fizeram parte do single de estreia da artista que ganharam novos arranjos: "
Vida-ciranda" (letra originalmente escrita para transformar-se no ritmo que a intitula, porém agora com mais vigor, volta neste disco com um arranjo que remete à diversidade dos ritmos brasileiros) e em tom meio jazzístico vem "
Falta", a primeira parceria da artista.
O álbum segue com "Sua lenda" (Marcello Santos - Dubas), "Namorando o ar" (Gedley Braga e Lina de Albuquerque (Lavadeiras) - Tupy) (canção que conta com a participação do Dalton Coelho, diretor, regente e violonista do grupo vocal ‘Dá o Tom’), "Sim" (Vilmar Filho) que é, nas precisas palavras da intérprete, "uma oração em forma de música contemporânea". O arranjo, que remete ao tango e valoriza a percussão, deu à canção a obscuridade e a clareza que ela carrega, segundo a própria Amanda. Em "Opção derradeira", canção da lavra da artista, vem a ser a primeira e única melodia que ela letrou até então. Seria um "samba papo-cabeça contagiante", como define a artista.
Na trinca final de canções há "Percussìvé" (Felipe Azevedo), canção onde desde a primeira audição a artista a associou a uma de suas composições, não resistindo seque a letra nem tão pouco ao ritmo. Garruth acha essa composição uma canção inteligente de chão, de força e altamente brasileira; "O monte" (última canção a entrar no repertório, pois apesar da letra já ter sido escrita anteriormente pela Amanda, o Thiago Rudrea musicou especialmente para este projeto). Nela há a participação de dois coros (o primeiro com crianças e o segundo com algumas senhoras) dando um certo ar de singeleza a faixa. E por fim "Vertigem de altura" (Mário Pimentel e Fábio Mendes), um samba belíssimo e contagiante que aborda a lei do retorno, onde o protagonista além de um comportamento hostil, ignora a existência de Deus. Sem dúvida alguma esta canção tem tudo para configurar-se em um dos hits de sua carreira. Garruth a define da seguinte forma: "Esta canção é uma bronca dada com luva de pelica."
Tendo como produtor o musicista Thiago Rudrea, o álbum foi gravado no Studio Mercury e contou com a participação do próprio Thiago na concepção de boa parte dos arranjos presentes no álbum, além de tocar alguns instrumentos, Luciano Oliveira (teclado e acordeom), Marcio Chagas (bateria), Thiago Martins (guitarra, viola de 6, de 12 cordas e violões), Régis Gonçalves (percussão), Luiz Gomes e Sérgio Moreno (baixo), Marcelo Braga (flauta), Adriano Ávila (trompete), Carlos Chagas (guitarra), Wallace Peres (violões) e Henrique Garcia (cavaco). O álbum ainda conta com a participação de outros artistas na elaboração de alguns arranjos, como foi o caso das faixas "Vida-ciranda" e "Falta", que conta com um arranjo coletivo e "Opção derradeira" sob arranjos de Thiago Rudrea e Vilmar Filho. Além de um coro composto pelas crianças Mariana, Bernardo e Lorenzo Giácomo e um segundo composto pelas senhoras Adyr Sá, Alda Simas, Marlene Lessa e Shirley Telles. "Hora e lugar" chega como prova documental de uma escolha certa, onde a artista de fato se encontrou nessa nova escolha e hoje vive plenamente feliz com essa opção. No encarte a artista escreve que é um trabalho para ouvir onde e quando preferir, porém deve ser ouvido com atenção. Com essa ressalva acho que não é preciso mais nenhuma recomendação.
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O álbum pode ser adquirido através dos seguintes endereços:
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Amanda é um supertalento e recupera a tradição das cantoras de garimparem novos compositores, o que faz de seu CD um trabalho arejado,cuidadoso e amável. Sou fã dessa moça !!!
ResponderExcluirAmanda Garruth é um supertalento uqe resgata a tradição das cantoras em apostar em novos compositores, o que faz de seu CD um trabalho arejado, cuidadoso, genuíno e amável. Sou fã dessa moça.
ResponderExcluirAmanda é uma Cantora que chega para suprir a necessidade que estamos no mercado de "lindas vozes". Um sucesso com certeza!
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