Um dos músicos brasileiros mais respeitados no exterior, Sérgio Mendes continua a atrair público de todas as gerações. O célebre "maestro brasileiro" lançou 40 álbuns e tocou para dois presidentes na Casa Branca.
Por Pedro Proscurcin Jr.
Conhecido por seu especial talento como pianista e arranjador, o músico Sérgio Santos Mendes, nascido em Niterói (RJ), em 11 de fevereiro de 1941, e completa 70 anos hoje desfrutando de uma longa carreira de sucessos internacionais. Por viver há vários anos nos EUA, muitos duvidam se Sérgio Mendes é propriamente um músico brasileiro.
Essa dúvida não existe para Ricardo Cravo Albin, organizador do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira: "Claro que uma forma mais internacionalizável, mais pop e pessoal é característica de sua obra", mas "certamente que Sérgio Mendes é um músico brasileiro, isso pelo seu berço, pela sua nacionalidade e pela qualidade da música que executa", explica.
Certo é que a biografia de Mendes soluciona a questão sobre ele ser ou não um dos grandes representantes da música popular brasileira.
Da bossa nova ao sucesso nos anos 1960
Sérgio Mendes adquiriu sua formação em música clássica no conservatório de Niterói, mas, aos poucos, voltou-se para o jazz e adquiriu gosto especial pelo piano. No fim da década de 1950, o som da moda entre os jovens era jazz americano e bossa nova.
"Nos anos 1960, quando ouvíamos jazz no Rio de Janeiro, eu havia começado minha coleção de jazz e emprestava discos de Horace Silver, o pianista norte-americano, a Sérgio Mendes, ele era louco pelo piano de Horace Silver", explica Cravo Albin. Mendes iniciou sua carreira fazendo "jam sessions" na casa Little Club, no Beco das Garrafas no Rio de Janeiro.
Em 1961, gravou seu primeiro álbum, Dance Moderno, com o Sexteto Bossa Rio. Nesse período, viajou pela Europa e pelos Estados Unidos, gravando outros LPs. No ano de 1962, apresentou-se no famoso Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall de Nova York.
Um ano mais tarde, apresentou-se em festivais de jazz na França e na Itália, fazendo ainda turnês ao Japão em 1964. Neste mesmo ano, mudou-se para os EUA e produziu os LPs The swinger from Rio e Bossa Nova York, com destaque para as canções Maria Moita (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes) e Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
Apresentações na Casa Branca
Já estabelecido nos EUA, formou o grupo Brasil' 65, com a participação de Marcos Valle e Ana Maria Valle. Logo em seguida, gravou com Wanda Sá, Rosinha de Valença, Bud Shunk e o Sergio Mendes Trio.
No ano seguinte, formou a banda Sérgio Mendes & Brasil '66, alcançando sucesso com Mas que nada. A música foi composta por Jorge Ben Jor e ganhou arranjos adaptados ao ritmo da bossa nova. O final da década de 1960 culminou com um recorde de vendas de discos e duas apresentações na Casa Branca, para os então presidentes Lyndon B. Johnson e Richard Nixon.
Em 1984 gravou o álbum Confetti, conhecido pela música Olympia, tema dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Ainda nessa década, trabalhou na música No Place to Hide, com a cantora Lani Hall, com quem produziu Never Say Never Again, música título de um filme de James Bond.
Prêmio Grammy
O 'maestro brasileiro' retoma grandes sucessos em 2006Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O 'maestro brasileiro' retoma grandes sucessos em 2006 Em 1993, consagrou-se com o CD Brasileiro, que lhe rendeu o Prêmio Grammy na categoria "Best World Music Album". Em 2006, após dez anos sem gravar, Sérgio Mendes voltaria ao cenário internacional da música com o CD Timeless, que teve as participações especiais de Stevie Wonder, Justin Timberlake e Will.i.am (Black Eyed Peas), entre outros.
O álbum, que atraiu especialmente o público mais jovem, foi feito com releituras de músicas brasileiras, como Mas que nada (Jorge Ben Jor) e Berimbau (Baden Powell e Vinícius de Moraes).
O que define Sérgio Mendes como um músico diferenciado é sua criatividade, diz Cravo Albin: "Sérgio Mendes é um estupendo arranjador, isso o tornou um dos líderes da música pop no mundo inteiro, a partir, eu insisto, de fontes localizadas na bossa nova brasileira", explica.
Em 2008, o "legendary brazilian maestro", como é conhecido nos EUA, grava o CD Encanto, fazendo parcerias com Natalie Cole, Fergie (Black Eyed Peas), Juanes e Vanessa da Mata, entre outros.
Seu último CD, Bom tempo (2010), tem a participação especial de Milton Nascimento, Seu Jorge e Gracinha Leporace (sua esposa), entre outros. Como já aconteceu antes, Mendes repete sua fórmula de sucesso, fazendo novas leituras de antigos êxitos.
"O que fez Sérgio conquistar o mundo foi sua levada pop, sua levada leve, a partir da música brasileira", explica Cravo Albin. Desse modo, antigas músicas brasileiras ganham novos contornos e recebem novas cores, mantendo consagradas as características de Mendes como autêntico músico brasileiro.
Por Pedro Proscurcin Jr.
Conhecido por seu especial talento como pianista e arranjador, o músico Sérgio Santos Mendes, nascido em Niterói (RJ), em 11 de fevereiro de 1941, e completa 70 anos hoje desfrutando de uma longa carreira de sucessos internacionais. Por viver há vários anos nos EUA, muitos duvidam se Sérgio Mendes é propriamente um músico brasileiro.
Essa dúvida não existe para Ricardo Cravo Albin, organizador do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira: "Claro que uma forma mais internacionalizável, mais pop e pessoal é característica de sua obra", mas "certamente que Sérgio Mendes é um músico brasileiro, isso pelo seu berço, pela sua nacionalidade e pela qualidade da música que executa", explica.
Certo é que a biografia de Mendes soluciona a questão sobre ele ser ou não um dos grandes representantes da música popular brasileira.
Da bossa nova ao sucesso nos anos 1960
Sérgio Mendes adquiriu sua formação em música clássica no conservatório de Niterói, mas, aos poucos, voltou-se para o jazz e adquiriu gosto especial pelo piano. No fim da década de 1950, o som da moda entre os jovens era jazz americano e bossa nova.
"Nos anos 1960, quando ouvíamos jazz no Rio de Janeiro, eu havia começado minha coleção de jazz e emprestava discos de Horace Silver, o pianista norte-americano, a Sérgio Mendes, ele era louco pelo piano de Horace Silver", explica Cravo Albin. Mendes iniciou sua carreira fazendo "jam sessions" na casa Little Club, no Beco das Garrafas no Rio de Janeiro.
Em 1961, gravou seu primeiro álbum, Dance Moderno, com o Sexteto Bossa Rio. Nesse período, viajou pela Europa e pelos Estados Unidos, gravando outros LPs. No ano de 1962, apresentou-se no famoso Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall de Nova York.
Um ano mais tarde, apresentou-se em festivais de jazz na França e na Itália, fazendo ainda turnês ao Japão em 1964. Neste mesmo ano, mudou-se para os EUA e produziu os LPs The swinger from Rio e Bossa Nova York, com destaque para as canções Maria Moita (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes) e Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
Apresentações na Casa Branca
Já estabelecido nos EUA, formou o grupo Brasil' 65, com a participação de Marcos Valle e Ana Maria Valle. Logo em seguida, gravou com Wanda Sá, Rosinha de Valença, Bud Shunk e o Sergio Mendes Trio.
No ano seguinte, formou a banda Sérgio Mendes & Brasil '66, alcançando sucesso com Mas que nada. A música foi composta por Jorge Ben Jor e ganhou arranjos adaptados ao ritmo da bossa nova. O final da década de 1960 culminou com um recorde de vendas de discos e duas apresentações na Casa Branca, para os então presidentes Lyndon B. Johnson e Richard Nixon.
Em 1984 gravou o álbum Confetti, conhecido pela música Olympia, tema dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Ainda nessa década, trabalhou na música No Place to Hide, com a cantora Lani Hall, com quem produziu Never Say Never Again, música título de um filme de James Bond.
Prêmio Grammy
O 'maestro brasileiro' retoma grandes sucessos em 2006Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O 'maestro brasileiro' retoma grandes sucessos em 2006 Em 1993, consagrou-se com o CD Brasileiro, que lhe rendeu o Prêmio Grammy na categoria "Best World Music Album". Em 2006, após dez anos sem gravar, Sérgio Mendes voltaria ao cenário internacional da música com o CD Timeless, que teve as participações especiais de Stevie Wonder, Justin Timberlake e Will.i.am (Black Eyed Peas), entre outros.
O álbum, que atraiu especialmente o público mais jovem, foi feito com releituras de músicas brasileiras, como Mas que nada (Jorge Ben Jor) e Berimbau (Baden Powell e Vinícius de Moraes).
O que define Sérgio Mendes como um músico diferenciado é sua criatividade, diz Cravo Albin: "Sérgio Mendes é um estupendo arranjador, isso o tornou um dos líderes da música pop no mundo inteiro, a partir, eu insisto, de fontes localizadas na bossa nova brasileira", explica.
Em 2008, o "legendary brazilian maestro", como é conhecido nos EUA, grava o CD Encanto, fazendo parcerias com Natalie Cole, Fergie (Black Eyed Peas), Juanes e Vanessa da Mata, entre outros.
Seu último CD, Bom tempo (2010), tem a participação especial de Milton Nascimento, Seu Jorge e Gracinha Leporace (sua esposa), entre outros. Como já aconteceu antes, Mendes repete sua fórmula de sucesso, fazendo novas leituras de antigos êxitos.
"O que fez Sérgio conquistar o mundo foi sua levada pop, sua levada leve, a partir da música brasileira", explica Cravo Albin. Desse modo, antigas músicas brasileiras ganham novos contornos e recebem novas cores, mantendo consagradas as características de Mendes como autêntico músico brasileiro.
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