Deixei pra escrever este artigo justamente 10 dias depois em que se é comemorado o aniversário do compositor Pedro Walde Caetano (ou mais popularmente conhecido como Pedro Caetano) tendo por objetivo enumerar a quantidade de referências a essa data significativa para a nossa música popular brasileira.
Sabe quantas matérias eu cheguei a encontrar sobre tal assunto nas minhas andanças virtuais por blogs, sites relacionados a música e etc.? Não mais que 3! isso mesmo... 3 matérias sobre o centenário de um relevante compositor de nossa MPB. Uma escrita pelo Rogério Coimbra, outra pelo Raphael Vidigal e a terceira matéria escrita pelo Luís Nassif.
Estou quase me convencendo que o brasileiro tem por característica a predileção por esquecer. E essa preguiça em exercitar a memória acaba dando em algo que poderia considerar como um autêntico Alzheimer cultural.
Mas vamos ao que de fato interessa: Pedro Caetano nasceu em uma fazenda situada em Bananal (SP) no dia 01 de fevereiro de 1911; porém ainda na infância, muda-se para o Rio de Janeiro acompanhando os seus pais. Com sua chegada ao Rio, ainda criança, começasse a se interessar por música e passa a estudar piano.
Aos 22 anos, fez seu primeiro samba de projeção, "Foi uma pedra que rolou", que foi foi lançado em 1934 por Silvio Caldas no Programa Casé, mas que só foi gravado seis anos depois por Joel e Gaúcho.
O primeiro sucesso foi a valsa "Caprichos do Destino", gravada em 1938 por Orlando Silva e composta em parceria com Claudionor Cruz, seu parceiro mais constante.
Em 1942, outro sucesso: "Botões de laranjeira", choro gravado por Ciro Monteiro no selo RCA Victor.
- "Maria Madalena dos Anzóis Pereira
- Teu beijo tem aroma de botões de laranjeira"
Ciro Monteiro seria um dos seus mais constantes intérpretes.
Ainda em 1942 outro grande sucesso: "Sandália de prata", samba composto em parceria com Alcir Pires Vermelho e com interpretação de Francisco Alves.
Aracy de Almeida gravou o samba "Engomadinho" parceria com Claudionor Cruz, e Gilberto Alves a valsa "A Dama de Vermelho", parceria com Alcyr Pires Vermelho.
No carnaval de 1944, Francisco Alves grava a marchinha "Eu Brinco (Com Pandeiro ou Sem Pandeiro)".
No ano de 1946, Ciro Monteiro gravou o choro "O que se leva desta vida", clássico de seu repertório.
No Carnaval de 1947, lançou outro samba de sucesso, "Onde estão os tamborins", gravado pelo conjunto Quatro Ases e Um Curinga, pelo selo ODEON.
- "Mangueira, onde é que estão os tamborins, ó nêga,
- Viver somente de cartaz não chega"
No carnaval de 1948, apresenta o samba "É com esse que eu vou", gravado pelos Quatro Ases e Um Curinga pelo selo ODEON.
- "É com esse que eu vou sambar até cair no chão
- É com esse que eu vou desabafar na multidão..."
Em 1961, lançou no Carnaval a marchinha "Desta vez vamos", cuja letra satirizava o slogan do então candidato à presidência da República Ademar de Barros.
Para o Carnaval de 1965 compôs, em parceria com Alexandre Dias Filho, a marcha "Todo mundo enche", outra sátira política.
Em 1968, participa do concurso de Carnaval promovido pela Secretaria de Turismo do então Estado da Guanabara, com a marcha "Jambete Sensação", parceria com Claudionor Cruz.
Em 1975, aos 64 anos, gravou na RCA Victor o seu único disco, interpretando os seus grandes sucessos.
Em 1984, publicou o livro "Meio Século de Música Popular Brasileira — O que Fiz".
O samba "É Com Esse Que Eu Vou", seu maior sucesso, voltou a fazer sucesso 25 anos mais tarde, quando foi gravado por Elis Regina.
O registro de seu depoimento para o programa Ensaio, da TV Cultura, de 1973, foi lançado em 2000 e está disponível em CD.
No dia 27 de julho de 1992 morre na cidade do Rio de Janeiro, aos 81 anos de idade.
Bruno, que bom que você também lembrou do centenário de Pedro Caetano!
ResponderExcluirNós também não esquecemos.
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/centenario-de-pedro-caetano-1
Abraços.
Laura.