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sábado, 8 de janeiro de 2011

O REGAÇO DA CULTURA PERNAMBUCANA

A Passa Disco, como foi descrita aqui no último mês de novembro, é uma simpática, acolhedora e seleta loja de música popular localizada aqui na cidade do Recife. Loja esta que tem a frente Fábio Cabral, que além de proprietário é profundo conhecedor da música popular brasileira e pernambucana. A loja tem 07 anos e desde o seu surgimento não só a música pernambucana, mas a cultura regional nordestina ganhou mais um espaço de resistência cultural.

Isso pode ser comprovado a partir da matéria publicada em um dos jornais de maior circulação aqui no estado de Pernambuco (Diário de Pernambuco) no último dia 19 de dezembro


Música de PE tem a preferência

Metade do catálogo da Passa Disco é composta por trabalhos de artistas locais - um dos segredos do sucesso da loja

Existe um lugar no Recife onde Justin Bieber, Lady Gaga, Madonna, Beyoncé, U2, Frank Sinatra e até os Beatles não têm vez. E não é preconceito. É apenas reserva de mercado mesmo. Na Passa Disco, quem reina é a música pernambucana. Pelo menos 50% do catálogo da loja é formado por discos de cantores e compositores da terra. Na outra metade do cardápio, só títulos de artistas brasileiros. Uma receita que vem dando certo há sete anos, desde que o empresário Fábio Cabral de Melo decidiu trocar a gastronomia pela música.

Fábio dividia com dois irmãos a sociedade do bar e restaurante Rei do Cangaço, no bairro de Casa Amarela. Durante o tempo dedicado aos comes e bebes, ele iniciou um vínculo com cantores e grupos locais. 'Eles começaram a produzir os primeiros discos e deixavam lá para divulgar. 'Em 2002, Fábio decidiu sair da sociedade. Passou o ano fazendo outras coisas, até que teve a ideia de abrir a Passa Disco. 'Além de gostar de música, eu via as lojas de disco fechando, enquanto vários músicos pernambucanos estavam gravando.'

Hoje, a Passa Disco - que funciona no Shopping Sítio da Trindade, em Casa Amarela - conta com cerca de 2 mil títulos. Desde o início, virou um reduto para os músicos lançarem trabalhos e realizarem apresentações ao vivo. Fábio Cabral calcula que, nesses sete anos, já aconteceram mais de cem eventos do tipo na loja. 'Já fizemos o lançamento de discos de Silvério Pessoa, Erasto Vasconcelos, Geraldo Maia, Alessandra Leão, Maciel Melo, Elba Ramalho, Xico Bezerra', contabiliza o empresário, que também é o único atendente da loja.

Mas servir de point da música local não basta: a Passa Disco já tem duas coletâneas próprias (Pernambuco cantando para o mundo) e uma terceira chegará às prateleiras em 2011. Ainda não tem nome, mas será em comemoração aos 70 anos de Dominguinhos. O lançamento será durante as festas juninas, claro, para ´casar` com o público cativo do cantor. Na produção desta nova coletânea, Fábio vai contar com a ajuda do pesquisador Paulo Vanderley. Outro projeto para o próximo anoé a criação do selo Passa Disco.

'Vamos juntar artistas diversos, não apenas pernambucanos, para distribuir os discos, além das nossas próprias coletâneas', adianta o empresário. Discos de outro selo local (Candeeiro Records) também serão distribuídos. 'Vamos vender para o resto do Brasil, procurar as lojas alternativas e sair oferecendo os discos', conta Fábio, que quando não está atendendo os clientes, navega na internet em busca de novidades musicais. Curiosamente, a primeira banda a contar com o trabalho do novo selo não é pernambucana, é a carioca Vulgue Postoi.

Apesar de não falar em valores, o empresário diz que o investimento no selo Passa Disco não precisa ser muito grande. É tudo alternativo. Mas a loja não vai perder atenção, ele garante. Por mês, Fábio calcula que vende 700 unidades. Podem dizer que é pouco, porém, ele diz que dá para se manter. 'Eu não tenho ideia de quanto vende uma Cultura, uma Saraiva, mas eu acho prazeroso ter a loja. Eu me aproximo cada vez mais da música pernambucana. Tudo isso é muito gratificante. Sou muito feliz com o que eu faço.'

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