Como já foi visto ao longo de algumas postagens anteriores esse ano comemora-se 60 anos que a palavra forró apareceu em um disco pela primeir vez, o termo só apareceu pela segunda vez em 1955 com a canção Forró do Zé Tatu de autoria de Zé Ramos e Jorge de Castro.
Tendo várias explicações para a origem do termo, em uma das explicações, o nome forró deriva de forrobodó, "divertimento pagodeiro", segundo o folclorista Câmara Cascudo. Tanto o pagode (que hoje designa samba) como o forró são festas que foram transformadas em gêneros musicais. O forrobodó, "baile ordinário, sem etiqueta", também conhecido por arrasta-pé, bate-chinela ou fobó, sempre foi movido por vários tipos de música nordestina (baião, coco, rojão, quadrilha, xaxado, xote) e animado pela pé de bode, a popular sanfona de oito baixos. Uma versão fantasiosa chegou a atribuir a origem do forró à deturpação da pronúncia dos bailes for all (para todos), que no começo do século os engenheiros ingleses da estrada de ferro Great Western, que servia Pernambuco, Paraíba e Alagoas, promoviam para os operários nos fins de semana.
Hoje a genuína proposta do velho lua encontrase totalmente descaracterizada salvo os verdadeiros guerreiros musicais nordestinos que ainda defendem a unhas e dentes o autêntico ritmo criado por Luiz Gonzaga. Nomes como Santanna, Maciel Melo, Dominguinhos, Petrúcio Amorim, Xico Bezerra, Irah Caldeira, Nádia Maia e tantos outros ainda procuram manter a base de seus respectivos trabalhos em um forró lapidado e bem feito.
Ainda bem que eles existem, pois os anos 90 vieram para urbanizar o forró e trazer junto com essa urbanização a descaracterização do gênero. Bandas oriundas das mais excêntricas misturas surgiram e embarcaram na onda musical. Muitas se mantém na ativa até hoje, e com repertórios tão exóticos quanto os seus nomes. Vejam alguns títulos: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma singela amostra do que essas bandas são capazes!.
Com a imigração de grandes camadas da população nordestina para a região sudeste, inúmeras casas de forró foram abertas geralmente nas periferias antes de tornar-se modismo entre parte da juventude e estabelecer seus domínios nas regiões mais abastadas. No Rio, um dos mestres da matéria, o compositor maranhense João do Vale, pontificava no Forró forrado no bairro central do Catete, no final dos 70. No nordeste, as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) disputam hoje a cada festa junina o título de capitais do forró com festejos de longa duração capitalizados como eventos turísticos que arrebanham multidões de visitantes.
Com certeza o velho Lua deve está por essas horas confabulando alguma coisa com Marinês, Sivuca, Ary Lobo, Abdias, Jackson do pandeiro e tantos outras estrelas dessa constelação musical nordestina para que a cada ano que passe as noites do período de festejo junino se tornem muito mais bonita e brilhante, principalmente no São João.
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