Listas são listas, a gente sabe. A Rolling Stone Brasil acaba de lançar, em sua última edição, a lista das 100 maiores músicas brasileiras de todos os tempos, que já está provocando a maior polêmica, pelo menos na blogosfera. A lista completa só na edição impressa, a que ainda não tive acesso para replicar. Mas aí vão as 10 primeiras:
Nº 1 – “Construção” – Chico Buarque
Nº 2 – “Águas de Março”(Tom Jobim) – Elis Regina & Tom Jobim
Nº 3 – “Carinhoso” – Pixinguinha
Nº 4 – “Asa Branca” – Luiz Gonzaga
Nº 5 – “Mas Que Nada” – Jorge Ben
Nº 6 – “Chega de Saudade” (Tom Jobim & Vinicius de Moraes)- João Gilberto
Nº 7 – “Panis et Circencis”(Caetano Veloso & Gilberto Gil) – Os Mutantes
Nº 8 – “Detalhes” – Roberto Carlos
Nº 9 – “Canto de Ossanha” – Baden Powell/ Vinicius de Moraes
Nº 10 – “Alegria, Alegria” – Caetano Veloso
Como parâmetro de comparação, sugiro a lista da Bravo, também recente, com as “100 canções essenciais da MPB”. Me pareceu mais séria, mas é uma opinião inicial. Sugiro a publicação no site com os links pra turma ouvir e comparar. Dá um bom debate. Segue abaixo a lista da Bravo completa:
1 – “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro
O curioso é que ela nasceu apenas instrumental, em 1917, pelo gênio de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha (1897-1973); a letra, de João de Barro (1907-2006), só foi acrescentada quase 20 anos depois, em 1936. “A maioria dos cantores não estava interessada em gravar Carinhoso. Todos preferiam a velha Rosa. Primeiro foi chamado Francisco Alves, que não se interessou. O Carlos Galhardo também falhou e não compareceu na data marcada para a gravação. Até que veio o Orlando [Silva] e gravou Carinhoso e Rosa”, conta Pixinguinha. A descrença na canção era tanta que foi feita, na época, uma segunda letra para Carinhoso. “Na mansidão do teu olhar/ Meu coração viu passear/ Uma feliz e meiga bonança”.
2 – “Águas de março”, de Tom Jobim
Alguns críticos identificam na canção de Tom Jobim um plágio de “água do Céu”, gravada, em 1956, no disco Cinco Estrelas Apresentam Inara, da compositora Inara. (…) Tanto a letra (”É chuva de Deus, é chuva abençoada/ É água divina, é alma lavada”) quanto a melodia de “Água do Céu”, argumentam seus detratores, seriam muito parecidas com as de “Águas de Março”.
Em entrevista à Folha, o pesquisador José Ramos Tinhorão afirmou que a versão de Inara, por sua vez, já era adaptação de um ponto de macumba que diz “É pau, é pedra, é seixo miúdo/ Roda baiana por cima de tudo”. Outro crítico, Luís Antônio Giron, concordou, dizendo: “(Águas de Março) é macaqueada do folclore. Villa-Lobos se apropriava de temas folclóricos, mas citava a fonte”.
3 – “João Valentão”, de Dorival Caymmi
“João Valentão” é o exemplo mais célebre do “ritmo Dorival Caymmi”. Iniciada em 1936, em uma temporada na praia de Itapuã, só seria terminada nove anos depois. Antes de chegar ao Rio, Caymmi já tinha em mente a cena inicial, em que o pescador arredio é caracterizado. Depois, continuou a composição até o ponto em que João deita na praia. E, então, parou.
4 – “Chega de Saudade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes
5 – “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso
6 – “Tropicália”, de Caetano Veloso
7 – “Último desejo”, de Noel Rosa
8 – “Asa branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
9 – “Construção”, de Chico Buarque
10 – “Detalhes”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos
O RESTANTE(90 músicas)
11 – “As Rosas Não Falam”, de Cartola
12 – “Samba do Avião”, de Tom Jobim
13 – “Vingança”, de Lupicínio Rodrigues
14 – “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes
15 – “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso
16 – “Desafinado”, de Tom Jobim
17 – “A Mesma Rosa Amarela”, de Capiba e Carlos Pena Filho
18 – “Ai, Que Saudade da Amélia”, de Ataulfo Alves e Mário Lago
19 – “A Flor e o Espinho”, de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha
20 – “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil
21 – “Eu Te Amo”, de Chico Buarque e Tom Jobim
22 – “Feitio de Oração”, de Noel Rosa e Vadico
23 – “Retrato em Branco e Preto”, de Tom Jobim e Chico Buarque
24 – “O Mundo é um Moinho”, de Cartola
25 – “E o Mundo não se Acabou”, de Assis Valente
26 – “A Volta do Boêmio”, de Adelino Moreira
27 – “Diz Que Fui Por Aí”, de Zé Ketti e Hortêncio Rocha
28 – “Leve”, de Carlinhos Vergueiro e Chico Buarque
29 – “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa
30 – “Baby”, de Caetano Veloso
31 – “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes
32 – “Marina”, de Dorival Caymmi
33 – “Rosa”, de Pixinguinha e Otávio Souza
34 – “A Banda”, de Chico Buarque
35 – “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa e Vadico
36 – “Panis et Circensis”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil
37 – “O Bêbado e o Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc
38 – “Exagerado”, de Cazuza, Ezequiel Neves e Leoni
39 – “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, de Paulinho da Viola
40 – “Iracema”, de Adoniran Barbosa
41 – “Nervos de Aço”, de Lupicínio Rodrigues
42 – “Luiza”, de Tom Jobim
43 – “Ronda”, de Paulo Vanzolini
44 – “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
45 – “Acabou Chorare”, de Moraes Moreira e Galvão
46 – “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, de João Bosco e Aldir Blanc
47 – “Sinal Fechado”, de Paulinho da Viola
48 – “Folhetim”, de Chico Buarque
49 – “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes
50 – “Ouro de Tolo”, de Raul Seixas
AS OUTRAS 50
50- Ouro de Tolo (Raul Seixas)
51- Drama de Angélica (Alvarenga / M.G. Barreto)
52- Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)
53- Volta por Cima (Paulo Vanzolini)
54- O Que é que a Baiana Tem? (Dorival Caymmi)
55- Chão de Estrelas (Silvio Caldas / Orestes Barbosa)
56- É Hoje (Didi / Maestrinho)
57- Descobridor dos Sete Mares (Michel / Gilson Mendonça)
58- A Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
59- Como Nossos Pais (Belchior)
60- Folhas Secas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
61- Lábios que Beijei (J. Cascata / Leonel Azevedo)
62- Valsinha (Vinicius de Moraes / Chico Buarque)
63- Eu e a Brisa (Johnny Alf)
64- Jura (Sinhô)
65- Luar do Sertão (João Pernambuco / Catulo da Paixão Cearense)
66- Corta-Jaca (Chiquinha Gonzaga)
67- Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá / Antônio Maria)
68- Odeon (Ernesto Nazareth / Vinicius de Moraes)
69- Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
70- No Rancho Fundo (Ary Barroso / Lamartine Babo)
71- O Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
72- Ouça (Maysa)
73- Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil)
74- Senhor Cidadão (Tom Zé)
75- O Que Será (Chico Buarque / Milton Nascimento)
76- Se Você Jurar (Ismael Silva / Newton Bastos / Francisco Alves)
77- Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos / Chico Buarque)
78- Como Uma Onda (Lulu Santos / Nelson Motta)
79- Carcará (João do Vale / José Candido)
80- Mania de Você (Rita Lee / Roberto de Carvalho)
81- Felicidade (Lupícinio Rodrigues)
82- As Pastorinhas (João de Barro / Noel Rosa)
83- Nego Dito (Itamar Assumpção)
84- Rios, Pontes e Overdrives (Chico Science)
85- Cidade Maravilhosa (André Filho)
86- O Vira (João Ricardo / Luli)
87- Olhos nos Olhos (Chico Buarque)
88- Balada do Louco (Arnaldo Baptista / Rita Lee)
89- O Teu Cabelo Não Nega (Lamartine Babo / Irmãos Valença)
90- Com Que Roupa? (Noel Rosa)
91- Sampa (Caetano Veloso)
92- As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
93- Brasileirinho (Waldir Azevedo / Pereira da Costa)
94- Você Não Soube Me Amar (Evandro Mesquita / Ricardo Barreto / Guto / Zeca Mendigo)
95- Disparada (Geraldo Vandré / Theo de Barros)
96- Óculos (Herbert Vianna)
97- Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu / Aloysio Oliveira)
98- Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé / Mário Lúcio Côrtes)
99- Cruzada (Tavinho Moura / Márcio Borges)
100- Cantiga de Amigo (Elomar)
Fica aqui a dúvida então... desde quando a Rolling Stones é especialista em música brasileira?
Oi... Dia 24 de agosto, no meu blog
ResponderExcluirhttp://lauramertenpeixoto.blogspot.com/
listei minhas 10 preferidas. Agora li essa da Bravo e fique pasma: não entrou nenhuma do Gonzaguinha.
Curti teu blog.
Se vc analisar as duas listas, a da RollingStone e a da Bravo, verá que elas coincidem numa grande parte das canções mudando apenas na ordem de classificação. Com públicos bem distintos e naturalmente opiniões muito diversas, eu achei até interessante as duas listas serem parecidas. No que se refere à sua crítica sobre a RollingStone entender de MPB ela até que se saiu muito bem em relação à BRAVO - que se propõe ser altamente intelectualizada.
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