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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

CESTA DE CRÔNICAS E OUTRAS ESSÊNCIAS

Por Xico Bizerra




CIBALENA E CHUVA



E a dorzinha no pé da barriga não quer ir embora. Solidária, insiste em me fazer companhia, em não me deixar só. Começando com a letra ‘c’, além de chuva, a única coisa que posso tomar é comprimido. É um depois do café, um depois do almoço e mais um após o jantar. Tome ‘cibalena’. Meu bucho ‘não está valendo um cibazol’, como se dizia lá rua Tianguá de minha infância. O doutorzinho que eu fui, que por ironia do destino se chama Carlos (a letra ‘C’ me persegue) proibiu chocolate, café, Coca-Cola, cerveja, conhaque, charque e cachaça. E ainda me enfiou uma mangueira goela abaixo, com uma câmara na ponta para, segundo ele, bater uns 3×4 das minhas tripas. Que indiscrição. Pior foi quando eu vi os retratos do meu interior: pense numa paisagem feia! Meu consolo é saber que as tripas de Luana Piovani e da morena da ‘Dona do Pedaço’ não devem ser muito diferentes das minhas. Todo interior deve ser feio que nem o meu, acredito. E tem um cantor mineiro, acho que Vander Lee, que cantava que era belo o interior do seu interior. O meu é feio que só a gota serena. Vôte! Acho que Vander Lee nunca bateu uma ‘chapa’ do interior do seu interior. Só sei que depois que eu vi os retratos do bucho por dentro nunca mais eu como dobradinha. Deus me defenda. Também, quando eu ficar bom vou me empanturrar de chocolate, café, Coca-Cola, cerveja, conhaque e cachaça. Cibalenas, nunca mais. Até quando doutor Carlos voltar a recomendá-las.

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