Em comemoração aos 80 anos do cantor e compositor o Musicaria Brasil relembra algumas de suas histórias
REALIZANDO UM SONHO
Em 2015, minha irmã Oswaldina completaria 91 anos de idade e me disse que o único presente que ela gostaria de receber seria um abraço do Zeca Pagodinho, de quem ela era fã de carteirinha.
Eu conhecia o Zeca de encontros casuais em bastidores de espetáculos e eventos musicais.
Sempre nos tratamos cordialmente, mas sem grandes intimidades.
Ele na dele e eu na minha.
Fiz contato com sua produção e me informei sobre sua agenda.
Infelizmente o Zeca não tinha programado nenhum show para Belo Horizonte, onde morava ( e mora ) minha irmã
Fiquei frustrado, mas prometi a ela que na primeira oportunidade o seu desejo seria atendido.
Em 2016, perdemos um dos maiores poetas da música brasileira: Fernando Brandt.
Ele, além de grande poeta, era, também, Presidente da UBC – União Brasileira de Compositores.
Fui a Belo Horizonte deixar meu último abraço ao querido amigo e, no corredor do avião, a caminho do banheiro, ouvi uma voz: Silvio!
Ó surpresa agradável. Era o Zeca Pagodinho.
Ele estava indo a BH para fazer um show.
Contei a história da minha irmã para ele e ele, imediatamente, me colocou em contato com a sua produtora e ela me perguntou quantos convites eu queria.
Peguei o endereço, o horário e liquei para a Oswaldina.
Nem é preciso dizer o quanto ela ficou feliz.
Quando entramos no local do show, outra surpresa, maior ainda:
O Zeca havia reservado uma mesa ótima, próxima do palco, de onde tínhamos uma perfeita visão do espetáculo.
As surpresas não param:
Antes de começar o show ele mandou um assessor nos pegar na platéia e nos conduzir ao seu camarim, onde nos recebeu gentilmente e foi todo carinho e atenção com minha irmã. Fez fotos com ela. Presenteou-a com seu novo CD, além de uma caixa ( que ainda seria lançada ), contendo sua história e toda sua obra gravada.
Tudo autografado.
Ela ficou maravilhada
O show foi um sucesso.
Eu nunca havia assistido um show dele.
Com seu jeito simples e despretensioso, Zeca foi, pouco a pouco, cativando o público e antes da metade já estava com a plateia em suas mãos, cativa e hipnotizada.
Ele brincou comigo, relembrou fatos dos quais eu não me lembrava, me fez homenagens, elogios generosos e, num gesto elegante, dedicou o show à minha irmã.
Em suma: Zeca Pagodinho foi uma grande descoberta.
A partir desse dia, comecei a prestar mais atenção nele.
Fui à sua casa, a seu convite, tomamos vinho, trocamos idéias e eu pude conhecer o ser humano maravilhoso que ele é.
Então, resolvi homenageá-lo no meu novo CD “ Viagens Paralelas “
Fiz uma parceria com Dora Vergueiro e dediquei a ele o samba “ O Bom Malandro “ .
Convidei e ele topou gravá-lo comigo.
Chegou pontualmente ao estúdio, ouviu o samba uma vez e gravou de primeira.
Incrível. Nunca tinha visto nada igual.
*Quem quiser ouvir o samba, vá a Independentes > Viagens Paralelas e clique na faixa.
Para encerrar, quero dizer que ele ganhou um amigo e um admirador.
E por último:
Zeca Pagodinho canta igual a todo mundo. Ninguém canta igual a ele.
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