Noel Rosa de Oliveira
“O neguinho gostou da filha da madame
que nós chamamos de sinhá
senhorita também gostou do neguinho...”
NOEL ROSA DE OLIVEIRA e ABELARDO DA SILVA, “O neguinho e a
senhorita”
Noel Rosa de Oliveira era o mais destacado compositor do Salgueiro, com seu vozeirão de timbre raro e suas composições à altura dos maiorais. Dentre elas, podemos destacar “Quilombo dos Palmares”, “Chica da Silva” (duas obras-primas de samba-enredo), “O neguinho e a senhorita” e, apenas para encurtar, o ainda muito cantado no carnaval “Vem chegando a madrugada”, em parceria com Zuzuca do Salgueiro (“Vem chegando a madrugada ô/ o sereno vem caindo/ cai, cai sereno devagar/ meu amor está dormindo...)”
O nome Acadêmicos do Salgueiro saiu de uma calorosa discussão. Quando levantaram a possibilidade de o nome definitivo ser Catedráticos do Salgueiro, Noel Rosa de Oliveira, do alto de sua sabedoria, falou: “Não dá. Esse nome vai destroncar a língua do pessoal do morro. Proponho Acadêmicos do Salgueiro.” Estava batizada a escola.
Noel Rosa de Oliveira teve intérpretes do primeiro quilate do samba desde 1948, quando Zé da Zilda e Zilda do Zé gravaram “Falam de mim”. Nos anos seguintes, foi gravado por Noite Ilustrada, Elizeth Cardoso, Elza Soares, Nana Caymmi, Alcione e Jorge Goulart, que defendeu seu samba “Dona Beija” na 1a Bienal do Samba, realizada pela TV Record.
Anescarzinho do Salgueiro
O compositor Anescarzinho (Anescar Pereira Filho) fez, ao lado de Noel Rosa de Oliveira, o samba-enredo considerado um dos melhores de todos os tempos: “Chica da Silva”. Com esse samba o Salgueiro ganhou seu primeiro título do carnaval, em 1963. A força do desfile foi tão grande que a história de Chica da Silva acabou virando filme, sob a direção de Cacá Diegues, e novela da Rede Manchete, escrita por Walcy r Carrasco e dirigida por Walter Avancini. “Apesar/ de não possuir grande beleza/ Chica da Silva/ surgiu no seio/ da mais alta nobreza/ O contratador João Fernandes de Oliveira/ a comprou/ para ser a sua companheira/ E a mulata que era escrava/ sentiu grande transformação/ trocando o gemido da senzala/ pela fidalguia do salão...”
No ano de 1969, ao lado de Martinho da Vila, Jamelão, Ilza Barbosa, Originais do Samba e Maria Isabel, participou da coletânea O samba está de volta, na qual interpretou “Bahia de todos os deuses”. Em 1987, lançou o disco Meu sorriso. Noel Rosa de Oliveira sempre foi considerado um fértil melodista do Salgueiro e do carnaval carioca.
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