Por Laura Macedo
A meteórica carreira de Lila de Oliveira
Margarida Oliveira, conhecida artisticamente primeiramente como Lila Margarida / Lila de Oliveira, depois apenas como Lila, era irmã de Dalva de Oliveira. Nos anos 1940 fez parte do Trio Madrigal e foi também uma das Pastoras de Ataulfo Alves.
Com o nome de Lila Margarida, gravou alguns discos em 78 rpm em companhia da irmã mais famosa. Lila foi ‘crooner’ da boate Drink, nos anos de 1960, onde participou do conjunto de Djalma Ferreira, os ‘Milionários do Ritmo‘, fazendo parte no coro feminino. Lila gravou apenas dois discos e posteriormente abandonou a carreira musical em função do casamento.
“Doce mentira” (Aristeu Queiroz/José Batista/Jorge Faraj) # Dalva de Oliveira e Lila Margarida. Disco Odeon (14.429-A) / Matriz (13250). Gravação (21/01/1959) / Lançamento (fevereiro/1959).
Seus dois Discos gravados são: “Lila – A Madrugada na Voz” (1961) e “Gosto da Noite” (1963). Antes participou do disco – “Isto é o Drink” (1960), interpretando duas faixas.
“Pra que mentir” (Luiz Bandeira/Djalma Ferreira) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Isto é o Drink’, 1960.
“Caminhando” (Luis Bandeira) # Lila de Oliveira. Álbum ‘‘Isto é o Drink’, 1960.
Lila de Oliveira estreou com o disco – “A Madrugada na Voz” (Columbia/1961). O disco é sambalanço em estado bruto, com acompanhamento do conjunto do maestro, arranjador e trombonista Astor Silva, presidente da gravadora Columbia. Samba de gafieira, samba de boate, samba de “teleco-teco”, sambolero…
Os arranjos eram jazzísticos, com solos de guitarra, metais e um piano rítmico, bem percussivo. O coro formado pelas vozes dos músicos que suingavam com o restante do conjunto. Da mistura de todos esses sub-gêneros do samba, tidos como popularescos, surgiria o cultuado e refinado “samba-jazz”, ápice da originalidade à brasileira.
Ainda não vertidos para o “samba-jazz”, do primeiro disco de Lila, um tema se tornou um clássico do estilo: “Nunca mais”, de letra melancólica, mas com ritmo contagiante, um “lamento” na voz de Lila.
“Nunca mais” (Ed Lincon/Silvio César) # Lila de Oliveira. Álbum Columbia ‘A madrugada na voz’, 1961.
“Gota de orvalho” [infelizmente não consegui identificar o autor. Essa faixa é do disco
Álbum Columbia ‘A madrugada na voz’, 1961“].
No seu segundo disco, “Gosto da noite” (CBS/1963), Lila contou com acompanhamento do conjunto da casa, já acrescido de um balançante órgão, instrumento que tão bem se adaptou à sonoridade do LP, cujo repertório teve metade das faixas ocupada por composições de Sílvio César.
Vamos ouvir algumas faixas do seu segundo Disco “Gosto da Noite” (1963).
“É um estouro”, de Jayme Silva e Neuza Teixeira (os mesmos autores de “O pato”, que se transformou em “standard” na interpretação de João Gilberto) abre o disco, e Lila nos conta a história da mulata dançarina de boate, que deveria ser efetivamente “um estouro”.
“É um estouro” (Jayme Silva/Neusa Teixeira/Luiz Pereira) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
“Quero amar” (Ed Lincon/Durval Ferreira) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
“Confissão” (Luiz Bandeira/Djalma Ferreira) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
A única balada do álbum, de Newton Pereira e Ivan Paulo da Silva, o maestro Carioca, é chorosa, matéria-prima para a boemia do início dos 1960: “Somente a noite é companheira, fiel à minha dor, somente a noite sabe onde está o meu amor”.
“Gosto da noite” (Newton Pereira/Ivan Paulo) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
Com suingue irresistível, “Conselho a quem quiser voltar” e “Pra quê?”, do quase onipresente Sílvio César, foram “música de fundo” de muitas reconciliações amorosas, apesar do ritmo cadenciado e da irreverência da letra desta última, na voz doce de Lila: “Pra que fazer comédia assim? Se eu gosto de você, e você gosta de mim”.
“Conselho a quem quiser voltar” (Silvio Cesar) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
“Pra que?” (Silvio Cesar) # Lila de Oliveira. Álbum ‘Gosto da Noite’ (1963).
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Fontes:
– Blog Memória da MPB (AQUI).
– Blog Toque Musical (AQUI).
– Fotomontagem: Laura Macedo.
– Site #Radinha/Áudios (AQUI).
– Site YouTube/Vídeos/Canais: “Irapuan Marques da Silva”.
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