Voltado para a música de câmara, álbum aposta no diálogo entre temas eruditos e populares. Carlos Malta, o spalla Ricardo Amado e as sopranos Doriana Mendes e Veruschka Mainhard participam do projeto
Por Ana Clara Brant
Eli Joory e Maria Teresa Madeira exploram o diálogo da música de câmara com ritmos populares (foto: Bruno Veiga/divulgação)
O músico Eli Joory é um carioca de alma mineira. Durante vários anos, ele se dividiu entre o Rio de Janeiro e Tiradentes por gostar de Minas e para fugir do calor da Cidade Maravilhosa. “O clima da região de Tiradentes é muito aprazível. Comecei a morar nos dois lugares. Chegava a ficar dois, três meses em Minas tocando e compondo”, revela.
Apaixonado pela mineira Márcia, com quem se casou, Eli se mudou definitivamente para o estado e é pai de Ramari, de 8. “Uns cinco anos antes de ela nascer, minha mulher sonhou que teria uma filha com esse nome. A gente não sabe o que significa, mas no sonho era como se fosse uma espécie de estrela”, conta Eli, que atualmente mora em Belo Horizonte.
O “filho caçula” do carioca acaba de nascer. Com a corda toda, quarto disco de carreira, é totalmente dedicado ao repertório de câmara. Para interpretar as nove composições autorais, Eli reuniu nomes respeitados da cena erudita e instrumental: Ricardo Amado, spalla da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o saxofonista Carlos Malta e as sopranos Doriana Mendes e Veruschka Mainhard, além da pianista Maria Teresa Madeira, concertista de carreira internacional.
Paixão
O álbum marca a segunda parceria de Eli e Maria Teresa. “A gente se conhece há uns 12 anos. Na verdade, a admiração por ela começou por causa da minha paixão pelo piano. Além de grande intérprete, Maria Teresa conhece muito a música brasileira de raiz. Tem a ginga do Brasil, mas com o toque erudito. Fizemos um outro disco, o Tomara que chova, que ficou muito interessante”, comenta Eli.
Com formação erudita e popular, sempre focado nos ritmos brasileiros, o compositor e instrumentista reuniu em seu novo álbum temas criados para pequenas formações. O repertório traz peças para piano solo, além de outras para duos de piano com acréscimo de um ou dois instrumentos solistas. O projeto contempla também todas as partituras completas em PDF.
A faixa-título Com a corda toda é a releitura de um tema criado há vários anos. “Composição muito antiga, ela tinha um outro estilo, era mais rock and roll. Depois que a refiz, mistura não só o rock, mas baião e trechos líricos. Achei que o título tem muito a ver, porque realmente estou com a corda toda”, brinca Eli. “Não me canso nunca de compor. É uma rotina quase militar. Por mais que seja algo que me dê dinheiro, é missão de vida, espiritual. Sempre tenho muito gás para criar. Aliás, já estou com outro CD praticamente pronto e vou lançá-lo em breve”, avisa.
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