A aposta na canção e a sonoridade minimalista marcam 'Tenho saudade mas já passou', terceiro disco solo da vocalista das bandas Graveola e Liquidificador
Por Ana Clara Brant
Luiza Brina vai apresentar o show de lançamento do novo disco em BH em setembro
(foto: Nadja Kouchi/Divulgação)
"Como será que a música começa?” É com esse questionamento que Luiza Brina abre o seu terceiro disco autoral. Disponível nas plataformas digitais, o álbum vai ganhar versão física esta semana, com direito a songbook. Na faixa que traz a pergunta, parceria com Ceumar, a cantora, compositora e instrumentista mineira afirma: "Faz tempo que conheço esse mistério (…) Vem pelo ar, o silêncio atravessa.../ O som vai e vem, mas só vibra no profundo em mim”. A delicadeza e a poesia estão presentes no disco Tenho saudade mas já passou.
"Curiosamente, essa frase saiu de uma composição que nem entrou no álbum. Tem a ver com a forma como vejo a minha geração (a artista tem 31 anos), esse avanço tecnológico muito grande. Tudo mudou de maneira tão rápida e diferente, inclusive a própria MPB. O disco aponta para uma MPB que talvez não faça mais sentido, que flerta com o passado e com o futuro. Por isso, tenho uma saudade mas que também já passou", afirma Luiza.
TECNOLOGIA
A canção é um dos focos do trabalho da mineira. "Há todo esse questionamento que a tecnologia está trazendo. A globalização, tudo muito saturado e massificado, a gente tendo acesso à música do mundo inteiro. De alguma maneira, a canção embarcou nisso também", observa.
O disco solo chega com novidades, a começar pela sonoridade. Os dois primeiros – A toada vem é pelo vento (2012) e Tão tá (2017) – contaram com a participação de sua banda, Liquidificador. Já Tenho saudade... traz um som mais minimalista. "O grupo tinha uma formação grande, muitos sons, e agora decidi dar um novo conceito, só com trio. Yuri Vellasco toca as baterias; Davi Fonseca, pianos e teclados; eu, baixo e violão. Também escrevi os arranjos de cordas e sopros. Foi bem diferente de tudo o que já tinha feito. Não deixa de ser uma ousadia na minha carreira", revela a artista, que também é vocalista e guitarrista do grupo Graveola.
Luiza assina praticamente todas faixas – a exceção é Queremos saber, de Gilberto Gil. Compôs sozinha e com os parceiros Brisa Marques (Oração 11), Thiago Amud (Estrela cega da Turquia), Júlia Branco (Quero cantar, com a banda Tuyo), Gustavito Amaral (Esmeralda), Ronaldo Bastos (na belíssima Acorda para ver o sol, com participação de Fernanda Takai) e César Lacerda (que divide com ela os vocais em De cara). A produção musical é de Fernando
Luiza assina praticamente todas faixas – a exceção é Queremos saber, de Gilberto Gil. Compôs sozinha e com os parceiros Brisa Marques (Oração 11), Thiago Amud (Estrela cega da Turquia), Júlia Branco (Quero cantar, com a banda Tuyo), Gustavito Amaral (Esmeralda), Ronaldo Bastos (na belíssima Acorda para ver o sol, com participação de Fernanda Takai) e César Lacerda (que divide com ela os vocais em De cara). A produção musical é de Fernando
Cantor e compositor de Diamantina, César Lacerda é responsável pela direção artística do projeto. "Ele é um músico extremamente talentoso e competente. Um cara que consegue elaborar muito bem as coisas, tem visão completa da produção, sem contar que é um grande amigo", diz Luiza.
SP
Os dois dividem apartamento em São Paulo, onde ela mora há três anos. "Vivia aquela crise sobre o caminho a seguir, o que fazer artisticamente, e César me ajudou muito. Em nossas conversas, percebi que estava nascendo um disco", destaca Luiza.
O show de lançamento de Tenho saudade mas já passou está marcado para quinta-feira (8), no Rio de Janeiro. Em 21 de setembro, a turnê vai chegar ao Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte.
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