Foto: Denise Andrade/Divulgação
Ampliar o olhar sobre as produções artísticas de todo território brasileiro buscando valorizar a pluralidade de linguagens. Esta é a proposta da 19 edição do Rumos Itaú Cultural que foi apresentada nesta segunda (2), em coletiva de imprensa na sede da Itaú Cultural, em São Paulo. O programa visa manter vivo o ciclo de expressões tradicionais e contemporâneas de arte e cultura no país, selecionando projetos apresentados em qualquer tipo de suporte, formato, linguagem ou mídia. O diálogo entre margens, periferias, centros e interiores é o que guia as ações do Rumos.
Para anunciar as novidades da edição 2019-2020, estiveram presentes Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, Aninha de Fátima, gerente de Comunicação, e Vânia Leal, curadora e pesquisadora. As inscrições são gratuitas e estarão abertas a partir desta terça-feira (3) até o dia 18 de outubro. Os interessados podem acessar o edital e realizar a inscrição através do link. A partir desta edição, será possível se inscrever com o nome social.
"Historicamente, o Rumos foi pensado para ser plural, desde a proposição dos projetos, passando pela abordagem até a localização geográfica. É um dos mais longuínquos programas de acesso e democratização da cultura e chegamos a mais um ano ressaltando a potência do artista brasileiro. Rumos nos afeta, aflora o debate sobre a memória cultural brasileira e nos indica caminhos, impactando não só os artistas, mas a cena cultural", afirma o diretor da instituição, Eduardo Saron.
A partir desta quinta (5), o Caminhada Rumos, um projeto itinerante, irá percorrer todos os estados brasileiros para explicar o funcionamento do programa, conhecer as expressões artísticas de cada região e tirar dúvidas com os interessados. No Recife, o evento será realizado no dia 26 de setembro e contará com a presença de Ana de Fátima e Edson Natale, gerente do Núcleo de Música. Para a curadora Vânia Leal, o edital mudou a sua forma de pensar o outro.
Foto: Denise Andrade/Divulgação
"O programa mudou a minha geografia humana. É uma chave para compreender quem somos a partir ponto de vista regional. Não é apenas uma tentativa de tirar o eixo Rio-São Paulo, mas democratizar o acesso a todos, levando a nossa equipe a acompanhar o protagonista daquele projeto, e conhecer o que ele tem para apresentar ao Brasil", explica. Durante a realização do programa, os selecionados recebem mentoria e acompanhamento de especialistas in loco, orientando e auxiliando o proponente na realização de suas atividades.
Serão aceitas propostas de pessoas físicas e jurídicas, duplas, trios e coletivos. Para pessoas físicas, o limite de investimento é de até R$ 70 mil bruto, uma novidade desta edição. Não há limite de valor para projetos inscritos por pessoas jurídicas. Depois de inscritas, as propostas passarão pela primeira fase, a Comissão de Avaliação, composta por 40 membros de diversas áreas. Em seguida, os aprovados passam pela Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 24 profissionais convidados e gestores do Itaú Cultural.
Os nomes selecionados devem ser anunciados até o dia 25 de maio de 2020. Entre os critérios para a seleção, destaque para singularidade, relevância e consistência. Detalhes como planejamento, viabilidade técnica, logística e produção são diferenciais que podem auxiliar na análise dos avaliadores. Acessibilidade é uma preocupação que permeia toda a construção do edital desde a criação. Não há número mínimo ou máximo de projetos a serem contemplados, as escolhas cabem a comissão julgadora. No entanto, a expectativa é ampliar o número de selecionados em relação ao ano anterior, onde 109 foram escolhidos.
Ao longo dos anos, o programa ultrapassou a marca de 64 mil inscritos, contemplando mais de 1,4 mil propostas nas mais diversas áreas de expressão e pesquisa. Na última edição, foram submetidas mais de 12 mil inscrições, sendo 576 pernambucanas. Deste número, nove foram selecionados. Entre eles: a pesquisa Pífanos: do mapeamento à salvaguarda, do grupo Páginas 21; o espetáculo de dança Pontilhados, dirigido por Mônica Lira; a peça Palhaço Suddy, um trabalho de acessibilidade de Igor de Andrade Rocha; e o projeto Mulheres fortalecendo raízes da cultura popular, da Associação Mulheres de Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco.
Cerca de 17 trabalhos realizados a partir da última edição do Rumos estará presente na exposição O Tempo das Coisas - Mostra Rumos 2017- 2018, que será inaugurada nesta quarta (4) e segue até o dia 3 de novembro, na sede do Itaú Cultural.
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