João Gilberto mudou tudo, sempre para melhor. Lembro-me que, no início, virtuosos do violão tradicional o acusaram de estar transgredindo a batida do samba por eliminar elementos da base rítmica. Mas foi só no início. Logo, todos aprenderam a entender o violão de João e a aceitar também esta mudança como "para melhor". Afinal, não fosse ela, até hoje o samba não seria tocado e ouvido fora do Brasil.
Se o violão foi discutido, o jeito de cantar também. Um dia, João Gilberto deixou o Rio para viver um misterioso exílio pelo Brasil. Cantava à maneira de Orlando Silva e voltou com outra voz, outro timbre, outro estilo. Se houve até quem quebrasse seu disco de estreia alegando que o cantor "desafinava", não durou muito e toda mundo aprendia com ele que não precisava ter garganta e pulmões operísticos para interpretar, e bem, samba e outras bossas.
O mundo nos descobriu quando descobriu João Gilberto. A história é simples. E não começa com Carmen Miranda, a quem se atribui o primeiro passo para a música brasileira acontecer no exterior. Carmen levou sua imagem, sua coreografia, sua baiana, sua personalidade, mas não a nossa música. Era mais conhecida pelo "South American Way" do que por "Bambo do bambu" ou "Mamãe eu quero". Mesmo no tempo dela, o samba, para os de fora, era quase inacessível. Ainda se pensava, como o filme de Walt Disney ensinou, que "Tico-Tico no fubá" era samba. Tudo começa com João.
A música brasileira realmente passou por uma entressafra nos anos 50. Uma geração de ouro havia ficando para trás sem que outra, de igual valor, a substituísse. João fez parte dessa fase de transição. Viveu os últimos anos dos grupos vocais, dos vozeirões, dos crooners seduzidos pelos vibratos. E viveu, mais intensamente, como pensamento e ação, a Bossa Nova. Com esta, o surgimento (ou afirmação) de uma nova geração tão brilhante quanta aquela. Ou mais. E não uma, mas duas gerações, a de Caetano, Gil, Chico, todos tendo como guia estético João e seu violão.
Bossa Nova, palavra mágica. Não foi uma reação ao samba-canção romântico, como querem alguns historiadores. Nem uma letra mais solar para as canções de amor, como dizem outros. Muito menos a adaptação de harmonias jazzísticas à moderna música brasileira, segundo os mais teóricos. A Bossa Nova foi, é e continua sendo João Gilberto.
Se o violão foi discutido, o jeito de cantar também. Um dia, João Gilberto deixou o Rio para viver um misterioso exílio pelo Brasil. Cantava à maneira de Orlando Silva e voltou com outra voz, outro timbre, outro estilo. Se houve até quem quebrasse seu disco de estreia alegando que o cantor "desafinava", não durou muito e toda mundo aprendia com ele que não precisava ter garganta e pulmões operísticos para interpretar, e bem, samba e outras bossas.
O mundo nos descobriu quando descobriu João Gilberto. A história é simples. E não começa com Carmen Miranda, a quem se atribui o primeiro passo para a música brasileira acontecer no exterior. Carmen levou sua imagem, sua coreografia, sua baiana, sua personalidade, mas não a nossa música. Era mais conhecida pelo "South American Way" do que por "Bambo do bambu" ou "Mamãe eu quero". Mesmo no tempo dela, o samba, para os de fora, era quase inacessível. Ainda se pensava, como o filme de Walt Disney ensinou, que "Tico-Tico no fubá" era samba. Tudo começa com João.
A música brasileira realmente passou por uma entressafra nos anos 50. Uma geração de ouro havia ficando para trás sem que outra, de igual valor, a substituísse. João fez parte dessa fase de transição. Viveu os últimos anos dos grupos vocais, dos vozeirões, dos crooners seduzidos pelos vibratos. E viveu, mais intensamente, como pensamento e ação, a Bossa Nova. Com esta, o surgimento (ou afirmação) de uma nova geração tão brilhante quanta aquela. Ou mais. E não uma, mas duas gerações, a de Caetano, Gil, Chico, todos tendo como guia estético João e seu violão.
Bossa Nova, palavra mágica. Não foi uma reação ao samba-canção romântico, como querem alguns historiadores. Nem uma letra mais solar para as canções de amor, como dizem outros. Muito menos a adaptação de harmonias jazzísticas à moderna música brasileira, segundo os mais teóricos. A Bossa Nova foi, é e continua sendo João Gilberto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário