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quarta-feira, 17 de abril de 2019

MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA

Por Hugo Sukman


DJAVAN (OCEANO) (1989)


O disco de 1989 não tem título, a não ser o próprio nome do autor. Entretanto, o trabalho acabou ficando conhecido como: “aquele do ‘Oceano’”. Não que o resto das canções não tenha importância. Muito pelo contrário. Trata-se de um dos melhores conjuntos de canções já reunidos por Djavan. É que “Oceano” é considerada a canção perfeita: em forma e conteúdo, em música e em letra, na riqueza melódica e harmônica que não impede que a música grude no ouvido, na empatia que ela tem, ao mesmo tempo, com os especialistas e com o grande público.

Mas o disco tem mais. Há, por exemplo, um forte clima espanhol – que pode ser ouvido no solo de Paco de Lucia, maior violonista flamenco do mundo, em “Oceano” e – nas faixas “Vida real” e “Cigano”, canção pop típica do artista que fez grande sucesso.

Este trabalho tem também a volta de Djavan à temática indígena. Em “Curumim” ele explora a sonoridade da própria música indígena, de forma mais lúdica, encenando um diálogo entre dois indiozinhos, que protagoniza com sua filha, Flavia Virginia.

Em “Corisco”, o destaque está na parceria com Gilberto Gil.

O disco tem ainda a primeira incursão de Djavan no choro, gênero que ele nunca tinha explorado, até a parceria com Nelson Motta que resultou em “Você bem sabe”, um choro moderno, cuja letra provocadora inclui trechos inteiros em inglês.

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